2 - Amizade

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Eu e minha nova amiga, acho que ela é, na verdade, conheço a pouco tempo, mas já considero ela uma grande amiga, meio rápido né? Já fazia um tempo que eu não conhecia alguém, talvez eu esteja apressando as coisas, vamos deixar esse adjetivo para usar depois.

Estávamos indo até a minha casa, brilhante ideia que Júlia teve tarde da noite. Em uma obviedade logística fiquei esperto, me perguntando, por que ela queria ir na minha casa? Mal conheci ela .

- Nunca vi você por aqui. - Falei.

- Como não? Você só pode estar doido, difícil não ver algo brilhante como eu- Disse ela.

- Esta bom, quase me convenceu - Falei com meu incrível sarcasmo.

- Me mudei a pouco tempo, eu, meu pai, minha mãe, e minhas duas irmãs gêmeas. Moro subindo o rio, bem, onde era para ser o rio, não entendo o porquê dele desaparecer assim, já estamos na época de chuva, há, eu ia esquecendo, a chuva não serve mais para nada além de destruir nossas plantações.

- Ainda não tinha pensado nisso, o que você acha de amanhã formos seguir a floresta da morte até onde o rio nasce e assim descobri o que aconteceu? - Tive a ideia.

- Ei, calma ai, só porque me conheceu agora não tem direito de imaginar aventuras nossas não garoto. - Desanimou minha ideia que tive a pouco.

Eu fiquei super triste, quase choro, uma vida tão sofrida, então ia perder a pessoa que eu mais gostei em minha pequena vida, mas claro, não poderia mostrar que sou fraco emocionalmente.

- Claro gata! [Pausa].

- Haha, seu bobo, claro que podemos ir, eu estava brincando.

O Emo dentro de mim morria, e já nascia um lindo unicórnio colorido saltando pelo campo.

- Então, esta tarde, para que quer ir na minha casa?

- Para amanhã a gente ir juntos se aventurar na "floresta da morte", e uma curiosidade, foi você quem deu o nome?

- Ah sim, foi eu quem dei, como um bom jogador de RPG - Respondi.

- Você nem tem muitos amigos, como jogava RPG?

- Jogava sozinho, as vezes com meu avô.

- Seu avô gosta de RPG? - Perguntou Júlia.

- Mas que merda - Falamos ao mesmo tempo.

Ficamos calado por alguns segundos, não tínhamos reações, o que víamos era muito perturbador, algo que eu nunca imaginaria ver, ou talvez sim.

Vários corpos dilacerados haviam em um beco a poucas quadras da minha casa, eram cinco corpos, eu acho, eram muitos pedaços faltando.

Júlia estava olhando para uma faca que estava no chão, a dois metros da gente, ela se aproximou e segurou a mesma, disse para ela soltar, temendo que alguém passasse e pensasse que fosse nós quem teria feito aquele massacre.

Júlia não respondia, coloquei minha mão no ombro dela, olhei para seu rosto, parecia esta hipnotizada por aquele artefato, embora seu cabo parecesse uma raiz de uma arvore com musgo, - Júlia? - chamei ela, mas nada dela me notar, então soquei em seus ombros, voltei a olhar ela e seus olhos pareciam negros, disse a ela para irmos até a polícia, Júlia me olhou e concordou com a cabeça, então corremos para avisar a polícia, mas não precisara de muito esforço, eles chegaram primeiro.

A viatura estacionou bem na nossa frente e saíram do carro dois policias, um acima do peso, o outro com cara de mal, com os braços maior que uma bola de basquete, e o mesmo ordenou a gente ficar com os braços para cima, e para largarmos a arma, que no caso seria a faca, que por um lado já não tinha um cabo revestido de raiz, era uma simples faca de cozinha.

Domínio da EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora