Prefácio.

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– Não sai, não sai... não quer sair...

Minha voz ecoava dentro da cabeça, tão trêmula quanto minhas mãos manchadas pelo vermelho rubro, o perfume de cobre embrulhava meu estômago e torturava meus sentidos. A água gelada da torneira não era capaz de me livrar daquilo, impossível de purificar minha pele daquela cor que amaldiçoava meu coração.

– Jo.Jonas... – Uma voz chamou meu nome, abafada demais para que eu fosse capaz em reconhecer.

– O sangue não sai. – Virei-me, erguendo minhas mãos para Apolo. – O que faço para tirar? – Foram as únicas coisas que saíram por meus lábios pálidos.

Ele se aproximou, os olhos ainda lamentavam deixando a úmida trilha de lagrimas por seu rosto lastimoso. Suas mãos, também ensanguentadas, seguraram as minhas.

– Eu os perdi... – Murmurei de forma dolorosa. – Eu os perdi, Apolo, os perdi... – Minha dor era refletida por seus olhos com mesma intensidade.

Nada mais foi dito, nossas bocas não eram capazes em pronunciar uma só palavra, apenas nos abraçamos num refúgio para nossas almas.

A Força de Amar. ( Livro 2.)Onde histórias criam vida. Descubra agora