Capítulo 2: Ergam as varinhas (Segunda parte)

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Apolo correu para o banheiro se trocar, voltando em menos de cinco minutos trajando sua fantasia e tão animado quanto todos daquele lugar. A trilha sonora da celebração era uma grande mistura eclética, agradando a todos.

Entre salgados, doces e algumas bebidas coloridas, decidi experimentar as gelatinas de vodca, o sabor e a textura gelatinosa não eram agradáveis no começo, porém, após quatro doses era muito mais fácil engoli-las, apenas as ingeria antes de voltar a dançar entre os falsos bruxos alcoolizados. Meu corpo pediu por descanso após uma hora e meia, as pernas ardentes me levaram até uma das cadeiras próximas a longa mesa. Apanhei uma das garrafas de agua que Ana fez questão de disponibilizar para os convidados beberem entre as doses fartas de álcool.

– Já está no limite?

Apolo perguntou se aproximando, as luzes coloridas dançando sobre seu corpo.

– Sua irmã disse que ajuda a não ficar tão mal.

– Ela tem razão. – Disse, sorrindo. – Mas isso aqui pode ajudar também. – Pegou um dos brigadeiros na mesa ao lado, pondo entre os dentes para aproximar seu rosto do meu, correspondi ao seu pedido silencioso unindo nossos lábios para dividir o doce que se tornou a entrada de um beijo molhado e quente.

Por fim nossos lábios se afastaram, enquanto ele afagava minha nuca, seus dedos ásperos se entrelaçando aos fios do meu cabelo causando um arrepio gostoso percorrer minha espinha.

– Estou oficialmente sóbrio. – Soltei, meus olhos girando na orbita com a sensação do seu toque.

– Olha – disse ele, puxando uma cadeira para se sentar ao meu lado, uma das mãos puxando minhas pernas para sobre suas coxas grossas, como costumávamos ficar em momentos de descanso. –, depois disso, você merece qualquer coisa que pedir. Uma tarde romântica, um jantar a dois ou um simples cinema seguido de um passeio noturno.

– Se soubesse que era tão fácil, teria organizado uma festa a muito tempo. – Brinquei, o olhando de soslaio com um meio riso nos lábios.

Minha garganta ainda estava um pouco seca, pedindo por mais água, e um breve beberico da garrafinha em minha mão direita foi suficiente para aliviar a sensação.

– Não seja cruel.

– Farei o meu melhor.

Rimos juntos, mas uma sensação estranha cortou nosso dueto de risos. Senti como se uma mão pesada pousasse sobre o alto da minha cabeça seguida de um calafrio tão intenso que me fez se contorcer de leve.

– Que foi?

– Nada, foi só uma sensação estranha... – Falei, olhando para trás imaginando que alguém estivesse apenas brincando comigo.

– O álcool ainda está fazendo efeito, né?! – Apolo soltou em tom de brincadeira.

– Acho que sim. – Confessei rindo.

Ficamos ali sentados e nos curtindo durante alguns minutos, Jean veio até nós para se despedir alegando não estar se sentindo bem e fora para casa com seu irmão mais velho. Assim que se foram, Tamires e Ana notaram nossa falta de consideração – palavras delas. – com os convidados, nos forçando a retornar para curtição.

Meu corpo não aguentaria muito mais, obviamente, mas me esforcei e continuei dançando, pulando, indo de um lado ao outro. Depois de duas horas e meia estava perto do horário daquele salão ser entregue aos donos, reuni todos perto da mesa com o grande bolo e desliguei a música por um momento. Não sei como Apolo e Ana ficavam tão animados durante os parabéns, nessa hora eu ficava mais tímido que o normal e nem mesmo um sorriso convincente era capaz de esboçar.

A Força de Amar. ( Livro 2.)Onde histórias criam vida. Descubra agora