Ele se levantou como estava, nu, e entre passos e beijos nos arrastamos para a cozinha.
– A casa é só nossa por mais três dias, então... – Sussurrou aos meus ouvidos, o bafo quente lambendo meu pescoço para conquistar suspiros que não pude segurar. – que tal um café da manhã reforçado?!
As mãos pesadas apertaram minha cintura, puxando-me para perto, já estávamos na cozinha quando senti meus pés flutuarem e ele me por sentado sobre a mesa de madeira.
– O que está fazendo? – Indaguei, puxando o ar afoito, mas seus beijos selvagens não me davam muitas oportunidades.
– Transar logo cedo é revigorante. – Suas mãos apressadas tateavam meu corpo para se livrarem da minha bermuda de moletom cinza. – Garanto que o resto do dia fica bem melhor...
Nesses longos vinte quatro meses de namoro havia apenas um problema entre nós: Apolo era incansavelmente sexual.
Seria hipocrisia minha dizer que não gosto de sexo, claro que gosto, mas tudo tem seu momento.
Depois que ele começou a trabalhar com seu pai, Cleber, passaram a fazer viagens frequentes, e mesmo quando conseguia alguns dias em casa seus treinos na academia e de defesa pessoal – para quais ele teve de voltar devido ao cargo de segurança. – tomavam boas horas, então nos víamos no máximo três vezes por semana, em horários alternados. E toda vez era assim: antes de dormir, ele queria o prazer da carne. Filmes? Já tentamos várias e várias vezes, mas eram interrompidos por mãos bobas e atrevidas. Certas vezes o cortava, rude, desencadeando dias de birras bobas.
– Apolo!!
Minha voz ríspida o atacou enquanto eu o afastava alguns centímetros.
– Qual foi agora? – Resmungou, contrariando-me ao avançar outra vez.
– Cara, sério?! – O afastei de novo. – Nós já fizemos isso assim que você chegou ontem à noite, mal acorda e já fica agindo como um cachorro no cio? – Ele calou-se, me olhando um tanto assustado, um tanto emburrado.
Tirar sexo dele quando excitado era como negar doce a uma criança enquanto o devora na sua frente.
– Apolo, nós já tivemos várias conversas sobre isso, eu quero ao menos poder ter um momento nosso sem ficar se devorando até a hora de você ir.
– O.K. O.K! – Ergueu as mãos em rendição de forma irritadiça, afastando-se de mim. As sobrancelhas escuras e grossas realçando a feição fechada. – Mas sabe como sou desde o começo, sempre deixei claro meu apetite sexual, Jonas.
– Eu entendo, meu amor. – Sussurrei indo até ele, o abraçando. Mergulhei naqueles olhos esverdeados em silêncio por uns instantes. – Mas eu quero muito mais que isso. Quero ver filme abraçado, andar à beira mar em um fim de tarde de Outono. Ir ao shopping, tomar um sorvete entre amigos...
Bufou com um meio sorriso nos lábios, imaginando coisas que para ele eram bobagens, mas sabia que para mim eram importantes.
– Promete que vai tentar, por mim? – Indaguei, segurando seu rosto. – Por nós?
– Prometo. – Consentiu com um sorrisinho nada animado, beijando-me logo em seguida. Me levantei na ponta dos pés para degustar melhor seu gosto, sentindo seu pênis pulsar contra meu umbigo. – Irei por uma cueca enquanto termina de preparar a mesa. – Avisou, dando mais um beijo ligeiro antes de se virar e sumir pelo corredor largo.
Antes que eu pudesse começar a preparar nossa refeição matinal, Jade e Ted surgiram pelo corredor, o cachorro de pelos negros perseguindo a gata que miava pedindo por ração. Servi os dois depois de dar alguns afagos de bom dia.
Arrumei a refeição às pressas, pondo sobre a mesa tudo que costumávamos comer no café da manhã, mas dessa vez inclui um nada elegante bolo de aniversário que passei a madrugada preparando – uma tentativa quase frustrada de confeccionar seu bolo predileto, na verdade. –, uma massa achocolatada regada por prestigio caseiro e bastante sorvete de passas ao rum para acompanhar.
– Cara, você é o melhor namorado do mundo. – Quase pulei quando Apolo falou me abraçando de surpresa. – Mas seus passos não são tão leves quanto pensa, e essa massa solta um cheirinho que se espalha fácil.
Me virei para olhar em seus olhos, ainda sob seus braços.
– Você sabia?
– Estava dormindo Jonas, não em coma.
Rimos juntos, espremendo-se ainda mais um contra o outro. Agora ele já estava com uma de suas camisas lisas e sem estampa, tão negra quanto seus cabelos bagunçados.
– Vamos tomar café logo, daqui a uns minutos Samuel e sua irmã irão chegar.
Sentamos a mesa, nos fartando no bolo – que estavamais gostoso do que o esperado. – e frutas frescas.
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A Força de Amar. ( Livro 2.)
RomanceO amor é pesado, abrasador, mas acima de tudo, quando é de verdade, ele é forte! Por este sentimento somos capazes de grandezas, estraçalharmos as barreiras de nossos próprios limites há muito criadas. Ele nos torna gigantes dum simples grão de arei...