Acordei com um enorme sorriso estampado em meu rosto. Depois de ter passado a noite ao lado de Jade e de ter sentido o sabor de seus lábios, Deus ainda permitiu que eu sonhasse com ela. Eu não entendo como Jade conseguiu me cativar em tão pouco tempo, mas ela o fez. E sinceramente, depois de tê-lo feito, acho que não me importa a forma como conseguiu. Ela tê-lo feito, já me parecia bom o suficiente.
Olhei meu reflexo no espelho pela última vez concluindo estava vestido de forma apropriada e conveniente para o desjejum. Não que eu realmente ligasse pra isso, mas quando se mora num palácio, há coisas que você precisa fazer.
- Bom dia, Hazza. - Liam adentrou o quarto com um sorriso nos lábios.
- Bom dia, Liam. - sorri de volta, colocando meus sapatos e ele se pôs em pé à minha frente. - Ah! Muito obrigado mais uma vez por ter conseguido o jardim. Jade gostou bastante.
- Jade? - Liam franziu o cenho, rindo.
- Sim, Jade.
- Idiotas sortudos, isso sim! - riu mais ainda e eu o olhei sem entender.
- O que há?
- Você e Jade. Dois idiotas sortudos. - virou, me apontando. - Aposto que sente algo por ela.
- Claro que sinto. Vamos nos casar amanhã.
- Não digo desse jeito. Digo, algo mais profundo, entende? Também aposto que não sai dos pensamentos dela?
Não me pergunte com que velocidade, mas eu já estava a seu lado com o maior sorriso do mundo e, tenho certeza, com os olhos E brilhando.
- Mesmo?
- Mesmo. - assentiu. - Principalmente depois de ter dispensado Barth e Andrew para que ela não ficasse envergonhada de se despedir um tanto calorosamente de você. - piscou e eu senti minhas bochechas arderem. Como é possível que ele tenha visto isso? - Admita, Hazza. Ela é mais do que a garota que lhe foi entregue em casamento.
- Ela é especial. - sorri ao expôr isso. - Acha possível que eu tenha me apaixonado por Jade em tão pouco tempo?
- Acho possível que tenham sido feitos um para o outro.
- Obrigado, Liam. - sorri sincero.
- E também acho possível que eu lhe mate pessoalmente se magoar minha prima. - deu tapas nada amigáveis em minhas costas e eu ri.
- Bom dia, família! - declarei ao entrar na sala de jantar e beijei a bochecha de minha mãe.
Por mais ocupados que sejam, meus pais prezam por fazer refeições em família, dia sim, dia não. Era uma tradição antiga dos Styles e posso garantir que é uma tradição extremamente apreciada por todos nós.
- Bom dia, querido. - mamãe sorriu e eu sentei ao lado de Jade.
- Obrigado por tê-lo chamado, Liam. - papai bateu uma continência um tanto cômica, nos fazendo rir.
- Disponha sempre, meu rei. - Liam assentiu, sentando-se ao lado de Marta, à minha frente.
- Enfim, livres para comer! - Louis praticamente gritou e outra onda de risos se fez presente no recinto.
O desjejum foi servido e a conversa à mesa seguia animada e descontraída, como de costume. Pensei que papai e Louis fossem assustar Jade com suas piadas e palhaçadas, mas senti alívio ao ver que ela até se arriscava nas mesmas brincadeiras dos dois. Toda vez que nossos olhares se encontravam, um sorriso recíproco nos atingia. E a cada olhar, Jade me parecia mais bonita. Um tanto clichê, eu sei. Mas responda-me: o que em estar apaixonado não é clichê?
Reinhard, o conselheiro de papai, apareceu meia hora após terminarmos a refeição para avisar que as crianças da criadagem estavam brincando no jardim, provocando um sorriso imenso em cada um presente. Papai e mamãe foram os primeiros a correr gritando "Quem chegar por último é um ovo podre!". Percebi o olhar cúmplice de Marta e Jade antes de saírem correndo, fechando as portas do recinto. Olhei para Louis e Liam com uma sobrancelha arqueada.
- Eu não vou ser o ovo podre! - Liam levantou as mãos e correu até a porta.
Travamos uma pequena batalha para ver quem sairia primeiro e, durante todo o percurso, nos empurrávamos, batíamos e puxávamos pelas vestes afim de trapacear. Confesso que foi extremamente divertido ver Louis cair da metade da escadaria até sua base.
Papai pediu para que alguns de nossos compromissos fossem adiados para que pudéssemos brincar até a hora do almoço sem problema algum. E isso, é algo que eu sempre admirei nele: nunca deixar que o título o torne superior ou diferente de qualquer outra pessoa. Ele mesmo nunca se intitulou "rei" e sempre fez o possível para estar junto do povo. Há alguns anos, papai me ensinou que um bom governante não é aquele que conquista tudo e todos em nome de seu povo, ou que enriquesse sua nação. Mas sim, aquele que nunca esquece de onde veio e jamais menospreza seu povo. E não pense que ele disse isso para causar boa impressão. Há 20 anos, quando foi coroado rei, papai quase foi deposto pela corte por ter se casado com uma camponesa. Sim, Marta e eu somos tecnicamente camponeses. E como se não bastasse, Marta e eu crescemos junto com os filhos da criadagem e até mesmo algumas crianças da redondeza. Nossos pais sempre nos ensinaram que ninguém deve ser discriminado seja qual for sua origem. E eu me orgulho disso. Assim como me orgulho de minha família - incluindo sua mais nova integrante.
- Deve se considerar um homem de sorte, Hazza. - papai se pôs ao meu lado, enquanto eu observava mamãe, Marta e Jade se despedindo das crianças. - Jade é uma pessoa incrível e garanto que será uma ótima esposa.
- Sei que será.
- Sabe? - colocou uma mão sobre meu ombro da forma mais paternal possível e eu o encarei. - Ela me lembra muito sua mãe.
- Não acha que estou estragando minha vida, então? - ergui uma sobrancelha e nós rimos.
Quando papai declarou que pretendia me coroar em alguns anos, a Corte me pressionou no quesito "casamento" e, como eu jamais parei para pensar realmente no assunto, optei pelo tradicional casamento arranjado. Papai foi totalmente contra, afirmando que eu jamais seria plenamente feliz fazendo isso, afinal eu nunca nem sequer tive umas pretendente, mas ele não podia fazer nada, pois eu já tinha dado minha palavra à Corte. Pedi ajuda à Liam e sua primeira - e única - sugestão foi a Condessa de Bradford e o resto da história você já conhece.
- Quem sabe não é o próprio destino quem está armando isso para que Hazza conheça o amor? - afinou a voz e eu ri fraco. - Palavras de sua mãe. Tenho orgulho de você, Harry. De vocês dois. Tenho certeza que serão ótimos governantes.
- Agradeço a confiança, pai.
- E, por favor, ore para que Jade passe a beleza dela para seus filhos! - riu e eu balancei a cabeça negativamente. - Não deu certo, né? - parou de rir quase imediatamente.
- Não mesmo.
- Ai, preciso parar com isso.
- Tem todo o meu apoio. - levantei as mãos e levei um leve tapa, enquanto ria da expressão de papai.
- Odeio ter de interromper esse momento lindo - Louis se pôs entre nós, nos abraçando pelos ombros. -, mas amanhã é um grande dia e ainda temos muito o que resolver, certo curly? - assenti.
- Louis tem razão. Vão. - assentiu e começamos a nos afastar. - Só mais uma coisa, Harry. - parei imediatamente e me virei para vê-lo.
- Sim?
- Faça Jade feliz. - piscou e eu sorri.
- Farei.
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Meant to be Mine
FanfictionO destino, às vezes, usa as formas mais contraditórias existentes para fazer com que vivamos o amor.