Continuaçao-Pt 2

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O One Direction fazia um pop incrível,não dá pra negar.Mas não é segredo que esse tipo de música não é bem minha praia. No fim da trajetória com a banda, eu estava desesperado para expressar meu estilo e escrever sobre coisas em que realmente acredito, e não seguir as melodias e batidas que eram feitas pra nós. A verdade é que nenhum membro da banda tinha um grande poder de escolha em relação à música. Pelo menos não no começo. Se eu sugerisse cantar um trecho com uma pegada mais R&B, aquilo acabava se perdendo no pop, que era o que esperavam de nós. Apesar de termos amadurecido e de cada um começar a desenvolver seu próprio som,descobri que o meu não estava em sincronia com o deles. Insisti porque o apoio e a reação dos fãs do mundo todo eram incríveis. As coisas estavam indo bem com a banda e eu tinha que respeitar isso. Mas,para ser sincero, o fato de não compartilharmos o mesmo gosto musical foi difícil pra mim. Eu tinha a sensação de que estava sendo forçado a me encaixar em uma fôrma na qual nunca caberia. Queria ir para o estúdio gravar músicas que me representassem, e não apenas repetir palavras escritas por outras pessoas.

O One Direction fez diversas turnês mundiais. Foi muito tempo gasto em ônibus e aviões,e nesses momentos eu  deixava a criatividade rolar solta. Passava as diversas horas entre shows fechado sozinho em algum lugar,escrevendo.Sempre que encontrava uma oportunidade,aproveitava, ainda que precisasse trabalhar até tarde e soubesse que aquele material acabaria não sendo usado pela banda. Mas é importante deixar claro que aquilo não fazia parte de um plano de seguir carreira solo. Eu não estava pensando nisso, só estava me expressando do meu jeito, usando as horas vagas para fazer o que mais amava. Pensando bem, percebo agora que fazer parte do One Direction me deu a oportunidade de entender o que eu precisava fazer: encontrar meu som. Foi só no fim da carreira com a banda que comecei a visitar estúdios por conta própria,para brincar e experimentar. Foi fundamental sentir que tinha mais controle sobre meu tempo,fazendo menos do que os outros diziam que era o certo para mim - ou para eles mesmos- e mais do que eu sentia ser o certo.

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