A dois meses Ana havia saído da casa de Patrick. E o garoto não poderia estar pior. Não comia, não saia, só chorava e ficava lembrando de sua bebê. Onde ela estaria? Será que ela havia achado um outro namorado? Ou se lembrou de lavar atrás das orelhas? Quem estava cuidando da sua princesa? Ana era muito dependente, não conseguia ao menos abrir um pacote de bolacha sem ajuda de alguém. Ele não aguentava mais. Então resolveu ligar para Paula, talvez a garota tenha notícias do seu amor.
Ligação on:
- Alô?
- Paula?
- Ah, é você Patrick. O que quer?
- Eu só... Queria saber se...
- Quer saber da Pequena não é?
- Como ela está?...
- Mal né, tapado. Eu nunca vi ela assim. Ela está chorando a todo momento e a noite chama você, as vezes ela desaba na minha frente e eu tenho que consolar ela. Devo lembrar de quem é a culpa?
- Eu já expliquei! Ela não me ouve... Eu preciso dela de volta... Ela está morando com você?
- Sim, mas não inventa de vir aqui, ela não quer te ver.
- Eu não vou. E ela... Você sabe...
- Se ela está namorando!? Ah, por favor né Patrick! Acha mesmo que ela vai conseguir?
- Paula, só me responda.
- Não, ela não está... Mas... O Christian mandou flores pra ela semana passada.
- Mas ela não aceitou né? Ela odeia ele e...
- Foi a primeira coisa que fez ela dar risada depois que você magoou ela.
- Eu não acredito...
- Quer um conselho? Conquista ela outra vez. Antes que outro cara conquiste. E você sabe que ela é meio ingênua, não vê muita maldade nas pessoas... Dá um jeito de conquistar ela, por que o ruivo tá querendo a sua garota, e eu acho que você não quer isso né?
- Não, claro que não.
- Pois é, ela está muito mal, a Ana está entrando em depressão Patrick... Ah, ela acordou. Tenho que ir. Tchau.
Ligação off.
Patrick chorou. Chorou por não ter mais Ana em seus braços. Chorou por sua bebê não ser mais a sua bebê. Chorou por Ana estar entrando em depressão. Chorou por medo de nunca mais ter sua princesa. Chorou por ser um babaca que perdeu o amor da sua vida.
Então Patrick limpou seu rosto e suspirou. Ele iria conquistar seu anjo. Iria fazer de tudo para ter Ana de volta. Patrick se levantou do sofá, colocou seu casaco e saiu a caminho da casa de Paula. Mesmo a garota dizendo para não ir, Patrick iria, não por teimosia, mas sim por amor.
Estava chovendo aquela noite. Mas Patrick não ligou. Colocou uma touca e saiu. Quando chegou a casa de Paula apertou a campainha e esperou ser atendido. A porta se abriu e Paula encarou Patrick.
- Sai.
- Não! Eu quero ver ela. -Patrick cruzou os braços pelo frio-
- Vai piorar ela. -Paula falou séria-
- Paula, eu não consegui acender o fogo você pode acender pra... -Ana apareceu atrás de Paula com um isqueiro na mão- mim..
- Claro. Assim vocês conversam.-Paula pegou o isqueiro e foi pra cozinha-
- O que faz aqui? -Ana olhou para os pés-
- Eu vim te levar pra casa. -Patrick se aproximou mas Ana recuou-
- Eu não moro mais com você. Aqui é a minha casa agora. -Ana disse grossa-
- Você sabe que não é. Volta pra mim, princesa. -Patrick se aproximou mas Ana recuou- Por favor, não me deixe... Eu te amo tanto...
- Eu não vou voltar pra casa. Eu vou ficar aqui pra sempre! -Ana bateu o pé- Você me deixou triste! E... E eu não quero mais você na minha vida!
- Você... Não me quer mais?... -Ana negou- Tudo bem... Eu só... Quero que saiba que ninguém nunca vai roubar o seu lugar na minha vida, você sempre vai ser meu amor. Eu sempre vou te amar! Não importa se uma louca idiota surgiu do além e me beijou na minha própria casa. Não importa se um cara te mandou flores ou sei lá, compre um carro pra você. Eu não me importo de você ser um bebê, ou de não conseguir fazer comida. Eu te amo muito Ana. E a única coisa que eu quero agora é que você volte pra casa comigo e a gente passe a noite assistindo aqueles desenhos bobos que você adora. Eu quero seu perdão minha rainha, é tudo que eu mais quero... Me perdoe por ter feito você chorar. Me perdoe por aquilo que aconteceu. E me perdoe por ser um completo idiota com você. -Patrick limpou as lágrimas e se ajoelhou- Você é o amor da minha vida. Você é a garota que me fez cair de quatro e te seguir como um cachorrinho. Você pode não acreditar em mim, mas eu falei a verdade. Eu te amo. Eu quero viver ao seu lado. Quero que daqui a alguns anos você acorde com uma aliança no dedo e me chame de marido. Quero ter filhos com você. Quero chegar do trabalho e ver te brincando com nossa criança. Quero amar te para todo o sempre... Apenas me perdoe e volte pra casa comigo..?
- Eu... -Ana encarou Patrick- Eu te perdôo Pat... Mas... Mas eu não vou voltar pra casa hoje... Eu vou dormir aqui...
- Tudo bem... Eu entendo... Quando quiser voltar, é só me ligar, não importa o horário, eu venho te buscar. -Patrick sorriu de lado e se levantou- Bem, eu vou voltar pra casa...
- Não quer dormir aqui? -Ana disse tímida com as mãos balançando-
- Claro! Se a Paula não se importar...
- Eu não me importo! -Paula gritou da cozinha e os dois gargalharam-
