Um ano antes
Ela entrou com passos firmes na sala. Respirou fundo, as mãos tremendo, só precisava falar o necessário, foi treinada para aquilo, ela conseguiria.
Um velho acima do peso estava sentado em uma poltrona confortável logo atrás da mesa. Tinha olhos grandes e um pequeno nariz, que deixava o rosto desproporcional.
- Deve ser a senhorita Rayworth? – O sargento perguntou de repente, tirando os olhos das folhas que estavam dispostas na mesa.
- Isso mesmo, sargento Godfrey. – Confirmei um pouco mais aliviada.
Pelo menos foi avisado de minha chegada, já era meio caminho andado. Ele acenou para a cadeira que estava enfrente a ele.
- Em que posso ajudar? – Ele pergunta quase irritado. – Tenho muito que fazer ainda hoje, esses papéis não serão respondidos sozinhos.
Ajeitei meus ombros, tentando passar tranquilidade através de meus atos.
- Sou funcionária de uma grande empresa, com lideres poderosos do mundo inteiro, que prestam serviço à ciência, uma ciência oculta que foi proibida. – Digo as últimas palavras com um pouco mais de ênfase.
O sargento pareceu prestar mais atenção, interessado.
- Prossiga. – Ele diz.
O primeiro passo foi dado com sucesso, conseguir a atenção dele.
- Por mais ilegal que seja esses atos, há pessoas poderosas demais envolvidas, temos donos de empresas, milionários, ministros, presidentes, portanto somos intocáveis quando o assunto é prisão. – Assegurei-lhe.
O homem cruzou os braços na imensa barriga, estalou a língua e sorriu, mostrando seu dente de ouro.
- O que eu tenho que fazer? – Perguntou Godfrey.
Segundo passo dado com sucesso, conquistar a confiança, deixe-o achar que tem a opção de recusar. Ia prosseguir com o assunto, quando batidas na porta me interromperam.
- O que é? – Ele grita, fazendo com que me assuste.
Uma mulher fardada entra o rosto coberto pelo boné.
- Senhor, a equipe que pediu está pronta. – Relatou a jovem com melancolia.
O homem balançou a cabeça, indiferente. Ela ficou em forma, e saiu.
- Pode continuar. – Ele diz, tremendo os lábios, tentando segurar o riso.
Era mais do que obvio que não iam me confiar essa missão, foi uma tola por crer que eles finalmente iriam acreditar em meus talentos profissionais.
- Você já sabe de tudo isso, não é? – Perguntei impaciente.
O sargento gargalhou.
- Me ligaram faz uma semana. Parece que não confiam o suficiente em você. – Brincou. – Mas pediram para que eu fingisse não saber de nada, por sua causa.
Levantei e peguei meu celular já indo em direção à porta.
- Onde acha que vai? – Ele me perguntou.
Quando olhei para trás, o sargento estava perto de minha orelha direita.
- Você tem que conhecer seus novos pacientes. – Ele cochichou no meu ouvido.
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Fenômenos Efêmeros
Science FictionUm grupo de dez militares altamente treinados para uma experiência científica, que seria "às cegas". Mas algo está errado, ninguém avisou da falta de suprimentos, da falta de assistência médica, do risco de morte. Você alguma vez já pensou em q...