Sokratis Papastathopoulos

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Sophie olhou mais uma vez para o céu nublado e escuro de Dortmund. Já se passava da meia noite e ela estava congelando na varanda fora da casa de  Ilkay Gündoğan. Ela já estava ali por uns 15 minutos e o vento cortante não deu trégua por nenhum momento, Sophie previa um possível resfriado, com certeza.

- O que você está fazendo aqui fora nesse frio, Sop? - Ela reconheceu a voz de Ilkay preocupada e virou o rosto em outra direção.- Você está emburrada?

Ela revirou os olhos e suspirou, sabendo que seu amigo reconheceria sua teimosia de longe. Eles se conheciam a bastante tempo para saber as dúvidas e necessidades que o outro estava passando.

Sophie sentiu Ilkay passar a mão em suas costas e abraçou-a, logo em seguida. Assim que sentiu o abraço, Sophie reprimiu as lágrimas que teimavam em rolar pelo rosto.

- Eu sinto muito, Sop, mas não é como se eu pudesse escolher entre você ou o Sokratis. - Ilka deu um aperto de leve.- Não queria que esse tipo de situação acontecesse...

- Você esperava que acontecesse o quê, exatamente? - Sophie falou baixo, ainda abraçada em Gündoğan.

- Eu sinto muito, Sophie. - Ele repetiu a olhando nos olhos.- Você sabe que eu não teria apresentado os dois se soubesse que isso iria acontecer.

- Tudo bem, Ilka. - Sophi respondeu se afastando.- Uma hora iria acontecer, não é?

E, com isso, ela direcionou seu olhar para a janela, que mostrava um Sokratis risonho, diante de uma garota loira, na casa dos 23 anos, muito diferente de Sophie, que era morena, já tinha 25 anos e tinha seus cabelos ondulados.

Ilka pegou em sua mão e a puxou para dentro de casa, que estava incrivelmente quentinha e aconchegante. Ela percebeu que Sokratis a encarou quando os dois tinham entrado, mas ignorou o seu olhar.

Fazia 2 semanas que os dois tinham dado um tempo, por causa das constantes discussões sobre a falta de tempo de Sokratis para com Sophie. Quando isso aconteceu, Sophie não imaginava o tamanho do desgaste e a tristeza profunda que sentiria. E ela sentia falta de tudo dele. De como ele sorria quando acordavam de manhã, ou de como ele a enchia de sorvete quando ela estava estressada por conta do trabalho e sentia ainda mais falta de quando ele falava que a amava, nos momentos mais inesperados. E Sophie esperou por uma ligação ou um pedido de desculpa, que nunca ocorreu durante as 2 semanas.

Quando Ilka a convidou para a pequena festa de Natal, ela até imaginou que o veria lá, só que não com uma garota. 

Sophie se dirigiu até a mesa de bebidas e pegou um copo com a gemada que alguém trouxera. Ela a inspirou somente para ver o quanto de álcool o dono havia posto e detectou que a quantidade ali a esquentaria em minutos.

- Você não vai gostar. - Alguém falou antes que Sophie provasse a bebida e ela logo identificou a voz de Sokratis. 

Ela apenas revirou os olhos, demonstrando certa irritação que Papastathopoulos conhecia muito bem, e bebeu uma pequena quantidade da bebida. Porém, o teor alcoólico era maior do que ela imaginava e foi impossível reprimir o seu descontentamento.

- Eu te avisei. - Sokratis sorriu e Sophie apenas o encarou.- Você nunca gostou de bebidas fortes. -E, com isso, ele tomou o copo de suas mãos, bebendo todo o líquido em seguida.

- O que você quer, Sokratis? 

- Só quis ver como você estava, Sophie. Faz duas semanas...

- Duas semanas de muita produtividade para você. - Ela o acusou e ele riu.

- Por que você está irritada? - Ela revirou os olhos.

- Eu não tenho que conversar com você. - Sophie respondeu.- Você perdeu esse direito há duas semanas... - Ela falou baixo, enquanto pegava um novo copo com gemada.

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