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          Viagem? Fala sério.

Como já estava escurecendo, me despedi do Henrique e voltei pra casa. Assim que cheguei ja fui direto jantar com o Marley, coloquei a tijelinha dele la do ladinho e comi com meu pai na mesa.

— Como foi seu dia, querida? — Ele me olhou, levando uma colher até a boca.

— Foi normal, levei o Marley pra tomar sorvete comigo e com o Henri... — Fui interrompida.

— QUEM? — Meu pai quase engasgou.

— Henrique, pai, aquele que veio uma vez aqui fazer trabalho de geometria.

— Não gosto que você saía com garotos. Sei o que eles pensam.

— Ok, enfim. — Neguei com a cabeça, prendendo uma risada. — E o seu dia?

— Foi bom também. Proveitoso! — Sorriu fraco. — Tenho que te contar uma coisa.

— Fala. — Fiquei meio confusa.

— Filha eu tentei recusar mas eles insistiram... Vou ter que ir pra Irlanda por uma semana. Você vai ficar bem aqui sozinha? Tem os mordomos e a Rosa.

— Relaxa, eu fico bem.

— Filha tem certeza? — Insistiu.

— Vou pai, eu sei me virar.

— Ok. Eu saio hoje de madrugada. — Apenas assenti. Estava tudo bem mas eu não gostava dele longe.

Terminamos de comer e me despedi do meu pai, Marley e eu subimos para o quarto e ficamos assistindo "Como eu era antes de você." Depois Marley dormiu no meu travesseiro e eu fui tomar um pouco de água, voltei para o quarto e escutei um barulho na janela, abri e adivinha? Típica cena de comedia romântica. Que clichê, nem para dar uma variadinha...

— Que foi caralho? Vai dormir inferno! Fica atentando a casa dos outros. — Gritei meio sussurrando.

— Qual foi, estressadinha, me ajuda a subir, tenho que falar contigo. — Henrique me olhava com um falso olhar de socorro.

— Te ajudar? Meu amor tu acha que eu sou rapunzel é? Joga as transa e vapt vupt? Ta enganado de torre, meu bem. — Cruzei os braços.

— Anda Luiza! — Ele fingiu se desequilibrar e eu ri.

— Acha que me comove? Eu mesma te jogaria daqui. — Revirei os olhos.

Pensei rápido e estendi um dos lençóis para o garoto, evitando o contato corporal, até porquê, eca!

— Oque você quer? — Questionei ao me sentar na cama, após vestir meu roupão de ceda.

— Você. — Se aproximou, agarrando minha cintura, quando formei uma expressão enojada para ele.

— Tá de sacanagem, meu filho? Vaza. — Retirei seus braços de mim, o empurrando.

— Tá, eu preciso dormir aqui... Aconteceu umas paradas.

— O que? Acha que minha casa é hotel de baixa qualidade pra te aceitar?

— É que o Luke contratou umas muie e, não deixou eu dormir em casa hoje.

— Problema seu e do Luke e das "muie". — Me aproximei, virando-o de frente para a janela e o empurrando em direção á ela, sem sucesso por eu ser um pouco mais fraca que ele.

— Por favor Lu! Sério, não tenho aonde ir. — Quase fiquei com dó ou dei uma risada, mas me manti plena e educada.

— UMA noite. — O encarei franzindo a testa. — U m a! E meu pai viaja de madrugada, não faz barulho. — Entreguei-lhe um travesseiro e um edredom.

— Opa! Boa notícia. — Ele sorriu, me olhando de cima a baixo, revirei os olhos com tanta força que senti meu cérebro girar. — Nossa! Então vai pra social?

— Provavelmente.

— Tu tem uma cama de casal em, bem massa, podíamos experimentar.

— Se tentar algo, tu roda. — Apontei para o tapete, jogando as coisas dele lá. Ele fez careta mas deitou logo após.

[...]

Um novo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora