ATO 21

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Mesmo que a gente se perca, não importa.

    Mesmo que a gente se perca, não importa

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O sol era implacável.

     Os casacos que pegamos no outro cenário, usamos como cordas para descer o navio tombado. Finas camadas de poeira passavam como um manto por nós.

      Ao olharmos mais à frente, ondas de calor dançavam no ar distorcendo os pequenos morros formados por areia. O céu encontrava-se nu, em um azul celeste. Mesmo com o ar quente tínhamos de caminhar.

      Nunca teríamos progresso refugiados na sombra de um navio abandonado. Porém não fazíamos ideia para onde ir.

     — Olha quem resolveu funcionar — Chamou Mavis ao tirar sua bússola prateada do bolso. Ela girava rapidamente. Nos aglomeramos para vê-la e por incrível que pareça, o ponteiro nos dava uma direção. Apontava para o Sul — Se prestassem mais atenção nos cenários, talvez não passaríamos por tanto sufoco — continuou ela.

     — Realmente, foi descuido da nossa parte — Justifiquei.

     Mavis era mesmo muito atenciosa, e por sua experiencia em jogos era fato de que se sairia melhor do que nós. Não me surpreenderia se ela acabasse se tornando a nova Alfa.

     Com um trajeto formado, seguimos ao Sul nos arrastando pela densa areia que queimava a sola de nossos tênis conforme avançávamos. O horizonte enganava, com paisagens difusas que nada mais era do que pequenos amontoados de areia.

     — Talvez, eu prefira morrer congelado — Reclamou Patrick.

     — Eu só queria que tudo isso acabasse. Espero que nos deem bons dias para descansar. Não pretendo ir para as aulas dessa semana — Respondi.

     — E temos escolha? — Perguntou Mavis.

     — Na verdade não. Só estou falando da boca para fora.

     O curto dialogo fora interrompido por um estranho tremor vindo abaixo de nós. O silencio do deserto denunciou um pedaço do chão se elevando onde pisávamos.

      A areia escorria em cascatas conforme subia. Saltamos imediatamente dali quando percebemos que aquilo não era uma parte do solo, e sim a escama de uma criatura enorme. Logo a cabeça tomou forma, com dois chifres, junto de uma longa calda espinhosa. O corpo da criatura era todo endurecido. Á nossa frente, uma serpente gigante e assustadora nos encarava.

      Mal conseguíamos nos comunicar devido ao som que ela produzia. Apenas corremos o mais distante dali. Cada um para uma direção.

     Mavis se escondeu atrás de um rochedo próximo. Patrick e eu não tínhamos conseguido encontrar nada que nos ocultasse, chamando a atenção do réptil que já preparava o ataque com suas presas afiadas.

     Conforme avançávamos, notamos rochas no caminho com formatos incompletos, era de alguma construção destruída. Subimos por um pequeno morro que nos deu a visão além do deserto. A muitos metros dali, havia uma grande pirâmide de tijolinhos. Em seu topo, um portal que provavelmente nos tiraria desta situação.

II - Rebelião dos IrrecuperáveisOnde histórias criam vida. Descubra agora