ATO 35

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Ainda que o bem que persigo esteja distante, contudo existe.

Ainda que o bem que persigo esteja distante, contudo existe

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O pátio principal era pouco visível. Minha vista estava embaçada devido a um clarão que ocorreu no momento em que me conectei ao drenador. Notei estar ao lado de Rumpel mas parecia que ele não sabia da minha existência naquele momento. Eu estava em suas lembranças.

     — BROK, VOLTE PARA AS ESCADAS! – gritou a voz de uma garota.

     — Cale essa boca! – desta vez, a voz de um garoto.

     Nos escondíamos atrás de um dos pilares, observando as duas únicas crianças que encontravam-se ali. Dante arrastava Lola com uma chave de braço. Ele apertou seu pescoço até que desmaiasse, depois a deixou deitada perto da entrada do refeitório. O garoto segurava uma espécie de berrante na mão que estava livre.

     — Finalmente eu te peguei — dizia ele, sorrindo para a garota inconsciente.

     O clarão surgiu de novo e me obrigou a fechar os olhos. Ao abri-los, me encontrei parada na entrada da ala hospitalar. Rumpel sentava na última cama do cômodo, ao lado de Spencer.

     — Minhas suspeitas estavam certas. Dante pegou a menina.

     — E você não fez nada? Rumpel, porque não impediu o garoto? — questionou a mulher com um tom surpreso.

     — Não é problema meu.

     — Como assim não é problema seu?

     — Você sabe, Spencer. Eu estou cansado de me preocupar com esses órfãos que não sentem vontade de... saber mais. Eu sempre gostei do cargo que minha irmã me deu. Ela entendeu que eu não queria fazer parte dos seus planos e nem deste projeto. O problema é que isso me machuca, pois, querendo ou não, eu também sou culpado. O fato dessas crianças não se questionarem das coisas que acontecem aqui é muito triste. A intenção era essa, mas me incomoda. Não está certo, entende? Quero cuidar delas, mas ao mesmo tempo, estou as condenando.

     — Meu amor, ou você para suas irmãs ou continua à mercê delas. A gente sabe que juntas são imparáveis.

     — Audrey e Pompoo são a minha maior decepção. Elas estão cegas com esse projeto. Não sentiram o peso que isto está acarretando na vida dessas crianças. Tem que ter um coração muito frio, de fato.

     — Se permita mudar, Rumpel. Não perca as esperanças. Essas crianças são o que te mantem vivo. Retribua da melhor forma. Não deixem que matem uns aos outros, por favor.

     — Desculpe, Spencer, mas não vejo esperança.

      Novamente um feixe de luz apareceu e iluminou por completo o local. Coloquei o braço em frente ao rosto para proteger a vista. Ao tira-lo, estávamos no escritório de Rumpel. Ele parecia apreensivo, olhando para o relógio de minuto a minuto. Sua tensão terminou quando a porta abriu e Spencer apareceu.

II - Rebelião dos IrrecuperáveisOnde histórias criam vida. Descubra agora