Capítulo VI

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Sai da delegacia com um nojo extremo. Quem era aquele cara que fez aquilo com Pandora? Seria o assassino?

-Mia, esta se sentindo bem? -William Jones estava na calçada fumando.

-Will? Ah sim esta tudo ótimo comigo. -Menti descaradamente.

-Percebi que você fica muito vulnerável quando é pega de surpresa. -Não sei por que, mas me pareceu a frase com TODOS os sentidos possíveis, que não pude emitir qualquer reação. -Viu?

Me deixei relaxar com o sorriso de canto dele. Mas uma grande sensação ruim me invadiu o peito, como quando minha avó faleceu, e todos os espíritos bons que nos rodeavam evaporaram instantaneamente e uma escuridão tomou conta da família afastando todos.

-Miandra? Mia? -Cai e ele me segurou antes que tocasse o chão.

-Não me abandona, Alex. -Sussurrei antes de desmaiar.

...

-Alex? -Perguntei levantando da cama do Wast, depois deles me explicarem o que houve.

-Você disse isso antes de desmaiar. Te lembra de alguma coisa? -Will me perguntou

-E-eu acho que não. -Coloquei a mão na cabeça, parecendo uma resaca de uma noite inteira.

-Eu sei quem é. -Melissa entrou no quarto com uma papelada na mão. -Ele tinha um rolo com a Pandora. Eles viviam mandando indireta nas redes sociais e se pegando quando algumas pessoas não estavam vendo. Alexander Vancouver III.

-Vancouver? Alexander Vancouver... -Eu dizia repetidamente.

-Conhece? -Jackson me perguntava.

-Quantos anos ele tem Melissa? -Perguntei a jovem que revirava a papelada em suas mãos.

-23. Por que?

-Eu tive uma visão, só que Alexander era bem mais velho... -Suspeitei que estávamos no caminho certo.

-Talvez seja o pai dele. Alexander II. Eles são herdeiros de uma grande empresa de Automóveis, são os favoritos da mídia. -Falou Wast. - O que mais você viu?

-O senhor Vancouver estava apertando o pescoço da Pandora e beijando ao mesmo tempo. -Fiz careta ao lembrar da sensação ruim que foi.

-Isso explica os hematomas.

-Ainda quer ir nas Universidades? -Jackson mudou de assunto. -Esta vindo uma tempestade das grandes por ai.

-Temos que interrogar as pessoas da universidade de Pandora e interrogar o Peguete. Por que as opções nunca são as melhores? -Me assustei com um estrondo dos céus.

-Tem medo de trovão? -Nickolas me perguntou sarcástico. -Se chama Astrofobia não é?

-Eu quero tomar um banho. Se importa? -Ele apontou para o final do corredor, mas não evitou rir por causa do meu medo.

...

-Você pode ficar na minha casa se quiser, ja que a sua pegou fogo. -Wast me seguia quando descemos do carro indo em direção a faculdade de Pandora.

-Pra mim tudo bem. -Disse sem me importar.

-Não quero mais nenhuma casa explodindo, okay? -Jackson disse quando nos alcançou. -É melhor ficarem todos em um hotel.

-Okay, papai. -Ironizei o máximo possível para dar ênfase na sua super proteção.

-Bilíngue você? Sarcasmo e ironia são suas línguas mais fluentes? -Jackson me provocou.

-Será que eu estou atrapalhando a reunião de família? -Jéssica chegou logo atrás de Jackson, acompanhada de Steve.

-O que conseguiu com o garoto? -Perguntei a Steve, sem me incomodar com o comentário de Jéssica

-Ele disse que não sabe, foi uma garota mascarada que dançava muito bem, palavras dele.

-Garota mascarada? -Sim eu sabia que tinha alguma coisa a ver com minha primeira visão, mas preciso de explicações, as coisas precisam fazem sentido.

-É familiar? -Steve perguntou.

-Eu tive uma visão: Pandora estava falando com uma garota dizendo que adora o trabalho e a melhor parte é que ninguém sabe quem elas são, ou algo do tipo. -Tentei me lembrar o máximo possível.

-Isso é importante para as investigações, Mia, agradeceria se compartilhasse conosco. -Pensei que Jackson me deixaria de castigo como uma adolescente do colegial.

-Vamos interrogar as pessoas da faculdade? -Vincent chegou acompanhado de Melissa e Wanda.

-O que houve com você? Não te vi desde que foi atrás daquele cara. -Falei quando eles se juntaram ao grupo.

-Eu levei um tiro. Daquele mesmo garoto.

-Okay, e sim, nós vamos interrogar algumas pessoas da faculdade, apenas alguns que conheciam a Pandora ou era próximo. -Jackson disse já entrando no campus.

-E o que exatamente queremos descobrir? -Vincent pareceu ter pegado a história pela metade.

-Algo como: Que lugar ela costumava ir, sozinha ou com os amigos. Onde ela conseguia dinheiro para pagar a faculdade e se trabalhava. E se possível perguntar o mais discreto possível o que é The Royals. -Expliquei o que pude para não demorar muito.

-The Royals? -Vincent perguntou confuso. -Aquelas The Royals?

-O que sabe, Milles? -Melissa perguntou praticamente o ameaçando.

-É uma boate, a melhor boate na verdade, é super difícil de encontrar e é ainda mais difícil entrar.

-Boate? -Perguntei percebendo que parecia se encaixar as coisas.

-Sim, as bailarinas são anônimas. Sem falar que aquele lugar além de um ponto de drogas e prostituições só os caras mais tiranos da cidade vão. -Todos o olharam se perguntando como ele conseguia saber daquilo. -Eu estive investigando alguns pontos fortes de tráfico, o Thomas pode confirmar.

-Claro. -Jackson respondeu com sinceridade pelo que percebi.

-Faz sentido... -Wast pareceu sacar tudo. -A garota que morreu primeiro, Sevilha, não falava com a mãe e fugiu de casa, eu me perguntava como ela pagava a faculdade mas nada se encaixava. A outra garota, De l'acier, é emancipada, também não mora com os pais e não tinha emprego.

-Elas eram garotas de programa? Trabalhavam na boate? -Vincent perguntou o que parecia obvio.

-É o que parece...

Prenda-me se for capazOnde histórias criam vida. Descubra agora