PLANTAR-ME-EI

92 16 17
                                    


I
O menino simplista
residente em fazenda enriquecida
com animais, plantações e aventuras
plantou próximo aos tomateiros
uma muda de esperança
encontrada à beira de uma cachoeira.

II
A mãe, sem desconfiar
adubava o solo fertil
depositava água e alma em seu regador índigo
e assim, criava-se apego.

III
A senhorinha de meia idade
com lenço florido cobrindo a cabeça
inalou um aroma peculiar
pensou ser procedente das roseiras
que enfeitavam o cercado de madeira.

IV
Aos animais, o garotinho solicitou segredo
um acordo com as pragas criou
alertou as plantas da nova chegada
e aguardou os dias dobrarem-se...

V
Em tarde amena
a mãe saudosamente colhia os tomates
quando notou uma muda desconhecida.
Não era das várias jabuticabeiras espalhadas pelo local, dos laranjais ou limoeiros...
Curiosa, prontificou-se então a chamar pelo filho.
Aos poucos o menino aproximou-se da mãe e observou orgulhoso seu feito.

– Foi tu quem plantaste, Zézin? 

– Há de ter sido eu, mãe! - José inflou o peito, seu olhar demonstrava riso – É esperança; da frutos o ano inteiro!

Conto poético criado em 2014.

Transtorno Do Espectro PoéticoOnde histórias criam vida. Descubra agora