Capítulo 6 - Assassinato

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~Rafael

Já passava das três horas da tarde quando, Anna e eu, nos encontramos no shopping da cidade para comer e falar sobre nossas descobertas. Para minha surpresa haviam mais similaridades do que o esperado em nossos "relatórios".

Pelo o que ela dizia, no teatro também haviam voltado a trabalhar normalmente, e Laila tinha pessoas que podiam estar interessadas em vê-la morta.

— Se não tiver sido suicídio, os únicos do teatro que podem ter tido algum motivo para ter assassinado ela, são o Diretor Cláudio ou a Sarah. — Anna falou, em seguida dando mais uma mordida em seu hambúrguer. Apesar de suas palavras, ela não me soava como alguém que realmente acredita que não foi um suicídio comum. — Mas os atores disseram ter certeza de que esses dois não estavam com ela na hora da morte, e sim com eles, comemorando em outra sala, tem fotos e videos que comprovam isso nos celulares deles. Então deve ter sido mesmo suicídio. Foi mal, mas dessa vez você se enganou.

Tinha certeza de que, mesmo sabendo atuar, não havia chance deles conseguirem mentir na cara da Anna e enganar seu "Olho da Verdade", como fora apelidada sua habilidade de ler as micro expressões e detectar mentiras. Para falar a verdade, se é que me permitem esse trocadilho, se mostrou ser bem complicado conviver com alguém que tem tal pericia. Eu mesmo nunca consegui mentir pra ela, apesar de ter tentado. Varias vezes.

— Mas é obvio, não tenho dúvida de que ela tirou a própria vida, sei disso desde o princípio. —  Falei de maneira natural, mas assim que lhe disse isso, ela se engasgou com a comida e olhou pra mim com uma feição inconformada, enquanto bebia algo pra desentalar.

— Como assim?! Você passou o tempo todo tentando convencer geral de que são homicídios! Se concorda que foram suicídios, por que estamos investigando?

— Que ela, ou melhor, que eles se mataram, é evidente. A questão aqui sempre foi "como, quem e por que os obrigaram a fazer isso?". — Esclareci o mal entendido, ao mesmo tempo que bebia meu refrigerante pelo canudo, de maneira relaxada. De fato, apenas usei a palavra "homicídio" antes, pela falta de um termo melhor para transmitir a ideia de que tinha outra pessoa por trás das mortes. — Não tenho certeza, mas acredito já ter encontrado a resposta para pelo menos uma dessas perguntas, faltam duas e esse caso estará solucionado.

De repente minha colega ficou mais interessada na conversa, queria saber o que eu descobri, me pareceu animada com o fato de eu ter realmente encontrado uma pista. No fim das contas ela gosta de investigar tanto quanto eu. Mas desconversei e voltei a falar sobre o assunto de antes, lhe deixando a par do ocorrido no escritório dos corretores.

— Entendi, entendi... Mas então, e agora? Qual o próximo passo? — Questionou-me curiosa.

— Vamos até essa tal cabana, falar com o Dir. Cláudio!

-x-x-x-

~Anna

O que será que o Rafa descobriu? E se ele descobriu alguma coisa, quer dizer que não são mesmo apenas suicídios? Odeio quando ele começa a falar e diz "depois te conto", sei que faz isso de proposito só pra me deixar curiosa!

Mas vem cá, esse Claudio tinha que ter comprado justo uma cabana no meio do mato? Quem é que tem cabana aqui no Brasil? Isso é coisa de norte-americano. Já estamos caminhando a um tempão, desde que descemos do ônibus naquela estrada de terra. Tomara que a gente chegue lá antes de escurecer, daqui a pouco o Sol vai se pôr.

Se eu te contasse, você teria que se matar.Onde histórias criam vida. Descubra agora