Morgana Mason

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Após ter dado uma certa distância, me viro e começo a correr como se minha vida dependesse disso, o que parando pra pensar, dependia mesmo! Precisava achar alguém para me ajudar, precisava que Miguel me achasse, Deus!

Fui surpreendia por Gabriel segurando meu pulso e me puxando para perto, sua força fez com que eu caísse aos seus pés.

~Tsctsc Nonsen, pensei que estávamos começando uma amizade poxa. 

O olho em forma de reprovação.

O Arcanjo me oferece sua mão em forma de ajuda para que eu levantasse do chão, pude ver suas veias saltando no comprimento do braço e mão.

Rejeitei a ajuda empurrando sua mão para o lado e me levantando com certa dificuldade pois meus joelhos estavam feridos.

Ele solta um riso tímido antes de dizer.

~Perdoe-me por isso, mas você deveria saber que não se corre de um Arcanjo.

Reviro meus olhos.

~Quer acabar logo com isso? 

Ele assentiu;

Se aproximou com sua adaga em punho e logo que estava perto me levantou com sua mão me colando na parede, roçou em meu pescoço sua adaga me olhando com compaixão.
 
~Saiba que não é nada pessoal, apenas não posso deixar um ser como você vivo. -Disse ele ajeitando sua lança antes de me perfurar com ela.

Miguel apareceu e antes mesmo de ser atingida, ele o empurrou para longe. Com isso cai no chão de uma altura considerável.

~Você está bem? - Disse ele com seu semblante de preocupado.Ele estendeu sua mão como ajuda para eu levantar.

Ainda atordoada com a queda, mal me dei conta de que Miguel estava ali, estava tomada pela sensação de quase morte.

~Miguel, tenho cara de estar bem? -bufei e aceitei a ajuda para levantar.

~De nada por salvar sua vida. -Ele virou os olhos e focou sua visão em Gabriel, mas ele havia desaparecido do local.

Quando toda aquela adrenalina passou, percebi que finalmente Miguel estava ali, ele me salvou como sempre! Em um impulso, o agarrei e escondi meu rosto em seu pescoço. 

~Você está aqui, você esta vivo. 

~Claro que estou vivo, Elect, já lhe disse que não irá se livrar de mim tão fácil. - Disse me acolhendo em um abraço forte. 

Ele me afasta alguns centímetros, o mínimo possível, apenas para olhar em meus olhos e me dar um beijo em minha testa; 

~Sempre estarei com você, apenas é claro, quando for pra matar um dos meus irmãos. -Disse em meio ao um sorriso sarcástico.

~Eu já volto. -Continuou, mas não antes de me deixar um breve beijo.

Fui tomada conta por uma sensação de Déjà-vu, eu já havia vivido aquilo? Forçando minha memoria lembrei-me de onde conhecia tudo aquilo, o sonho que eu estava tendo a algum tempo antes de Miguel cair.
Fiquei parada olhando para um único ponto pensando que todo esse tempo que eu estava tendo esse maldito sonho, nada mais era que um aviso, uma premonição; Mas nada serviu, tomei as mesmas atitudes, fiz as mesmas ações. Fui acordada do meu estado de transe quando Miguel gritou meu nome.

~Corra Serena! -Ele disse ofegante.

Ao ouvir seu tom de voz, me senti extremamente preocupada, mal o encontrei e já o perderia novamente? Senti vontade de fazer algo, porém o que EU, Serena Marie Nonsen poderia fazer em uma luta de dois Arcanjos? Resolvi então depois de uma longa luta interna, acatar o que Miguel falou.

Depois de correr um bom tanto, me encontro em um beco sem saída, a rua estava deserta e as luzes estavam todas queimadas. A luz da Lua havia sido coberta por uma nuvem vermelha que indicava chuva.

~Ah pronto, esse é meu fim. -Disse a mim mesmo enquanto olhava ao redor e me sentia completamente perdida. 

~Serena!-Ouvi uma voz familiar vim de perto.

Olhei novamente ao meu redor e visualizei ao final da rua olhos da cor do oceano brilhando, era Nathaniel. Como ele era um Nephilim, continha também as características de anjos, ou seja, olhos brilhando magicamente no escuro.
 
Minha vontade era de sair correndo, mas minhas pernas não obedeciam meu comando, meus pés pareciam estar grudados no chão. Ele então corre em minha direção e permanece imóvel a minha frente, não podia vê-lo, apenas sua silhueta e seus olhos.

Eu estava furiosa com Nathaniel por ter mentindo, mas ao mesmo tempo agradecida por estar ali, mas resolvo deixar isso pra trás, ao menos por agora; o abraço.

~Você precisa vir comigo, está bem? -Disse retribuindo o abraço.

Assenti. 

Estávamos andando novamente por todo caminho que eu já havia percorrido, quando nos aproximamos da esquina onde estava ocorrendo a luta, desviamos para duas quadras a cima; Eu realmente não queria deixar Miguel ali, não queria perde-lo. Conseguia ouvir, mesmo que embora distante aos grunhidos e barulhos estrondosos que saiam de lá, de vozes gritando em idiomas que eu desconheço e até mesmo sentia o vento que as asas deles provocavam.

Nath me guiou até o carro de Miguel que estava estacionado e sendo iluminados por um único poste.

~Entra! -Disse Nathaniel apressado destravando o alarme e entrando no carro.

Entrei às pressas e logo em seguida os pneus do carro cantou no asfalto, pude ver que ele estava preocupado, tenso, não só por ele estar pálido e pela gota de suor que escorria de sua testa, mas também pelo seu semblante.

Permaneci quieta.

~Pra onde estamos indo? - o olhei.

Tentei quebrar o silêncio que havia entre nós. Conhecia Nath a um bom tempo, nunca ficamos sem saber o que conversar e eu nunca o vi assim tão nervoso.

~Pra casa de uma amiga. -Ele não desviou seus olhos do trânsito.

O carro estava em uma velocidade absurda, Nath desviava dos carros, motos. Ouvia os outros motoristas xingarem ele, buzinarem, mas nada tirava a concentração dele.

Eu já estava longe do beco, porém ainda podia ouvir os barulhos que estavam ocorrendo lá, eram uma espécie de barulho alto de trovão em dias de tempestade. Por ironia do destino, uma chuva muito feia começou a cair.

Depois de alguns minutos com só a chuva e limpador de para-brisa quebrando o silêncio entre nós, Nathaniel parou a Range Rover em frente à um condomínio sendo impedido de entrar por causa da catraca.

~Identifique-se por favor. -Uma voz masculina saiu do interfone.

Ele abaixou o vidro do carro e olhou para a câmera que estava localizada ao lado do interfone; A chuva começou a entrar e ele não pareceu ligar muito por estar sendo molhado, apenas continuou com seu olhar frio.

~Nathaniel Clark. -Disse seriamente olhando a câmera.

~Certo.. gostaria de ir pra onde? -Disse a voz calmamente.

~Morgana Mason. E antes que você ligue, ela já deixou autorizado minha entrada, espero que seja breve. -Os olhos de Nathaniel estavam brilhando mesmo não estando escuro. Ele olhou para a câmera e ela se direcionou exatamente para seu olho.

A catraca se abriu e ele saiu acelerando o carro até a casa da tal Morgana.

Em menos se 1 minuto ele estacionou o carro na garagem. Ele saiu e abriu a minha porta para eu sair.

Sorri como forma de agradecimento.

~Ela sabe que eu estou aqui? -O olhei.
 
Eu odiava ser um incomodo, mesmo que estando nessa circunstâncias.

Ele sorriu e olhou-se no reflexo do vidro do carro, mesmo que estivesse todo cheio de respingos, o Nephilim arrumou seu cabelo o jogando para o lado.
 
A porta da casa se abre e uma garota com estatura média, com os cabelos longos ruivos, olhos escuros, com a pele clara sai. Em seu rosto haviam sardas e uma tatuagem por toda extensão do corpo.

~Isso responde sua pergunta? -Disse Nathaniel em meio ao um sorriso.

Eles se abraçaram como se já se conhecessem a um bom tempo.

~Por onde você andou seu idiota? - ela deu um leve empurrão nele.

~Não vem aqui por tanto tempo.... -Ela sorriu.

Sua arcada dentária era perfeita, seus dentes eram brancos e retos, sua voz era suave e meiga ao mesmo tempo.

  ~Morgan, estava com uns problemas graves...- ele soltou um riso baixo.

~Estava? -Ela riu e colocou suas mãos em seu quadril. Suas unhas estavam pintadas de preto.

~Ainda está. -Ela continuou a rir e foi caminhando em minha direção.

Nath sorriu e cruzou seus braços em frente ao seu tórax. Ele estava vestindo uma calça azulada, uma camisa branca com uma jaqueta quadriculada azul por cima e com um tênis estilo skatista preto.

~Prazer Serena, sou Morgana Mason, um anjo caído. -Ela estendeu sua mão e sorriu.

A cumprimentei.

Sua pele era quente e macia, pude reparar que em sua mão estava escrito '' A N G E  L '', uma letra em cada dedo.
 
~Pensei que todos os anjos caídos morriam. -Olhei para Nathaniel e depois para ela.

Eles se entreolharam e depois riram, o que me deixou um pouco sem jeito.

~ Entra, lá eu te explico melhor.-Disse ela se virando e indo para casa a dentro.

Nath se aproximou.

~Vamos? - ele me olhou.

Concordei com a cabeça e entrei e ele logo em seguida.

A Lua do meio-diaOnde histórias criam vida. Descubra agora