Foi quase.

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Eram as mãos quentes de Miguel. Ele me virou e me prensou contra a parede do corredor. Olhou em meus olhos e antes mesmo que eu pudesse sair, seus lábios tocaram com voracidade e sem controle algum, os meus.

O Arcanjo simplesmente desligou o alto controle e começou a me beijar e a se prensar com vontade contra meu corpo, ele mordia meus lábios e soltava suspiros entre o beijo, suas mãos estavam em minha cintura, que era apertada cada vez com mais intensidade.

Eu estava gostando dessa nova atitude desse Anjo, me pegar de surpresa fazia as coisas terem mais intensidade, não que eu precisasse.

Suas mãos subiam lentamente por minhas costas, o que me arrepiava e me causava uma sensação de calor. Miguel me pegou em seu colo e eu o agarrei com minhas pernas envolta de sua cintura, ele foi caminhando até um quarto qualquer, e me jogou na cama, subiu por cima.

~Calma. -Sorri o olhando.

Eu sabia o que isso iria dar, mas estava tão tomada pelas emoções que não ligava pro resto. Apenas o queria ali comigo, o máximo de tempo possível, aproveitar cada instante e o tornar eterno. Me lembrei da frase que mamãe sempre diz, nada é eterno, tudo é passageiro. Seguindo isso, eu queria aproveitar esse pequeno momento de eternidade com meu Arcanjo.

~Certeza que quer que eu tenha controle? -Ele retribuiu com um olhar que despiu minha alma.

Balancei a cabeça negativamente e o puxei para um beijo.

Depois de alguns minutos se pegando feito loucos, com mão boba, beijo no pescoço mordidas. Miguel pega minha mão e o ajuda a tirar sua blusa, pude ver cicatrizes por toda extensão de seu peitoral, runas tatuadas, e em particular, um corte em sua costela que ainda sangrava. Passei meus dedos sobre o ferimento e ele me lançou um olhar gentil
 
~Tá tudo bem, já tive feridas piores e mais profundas.-Sorriu torto e voltou a me beijar.

O corte, mesmo que embora não fosse tão profundo, ainda insistia em sangrar,  o que me fez pensar que talvez ele tivesse surgido com a adaga de Gabriel. Um ódio surgiu em minhas veias, por um momento apenas, desejei profundamente que Miguel o estivesse matado. Me afastei e me sentei ao seu lado com a rosto enfurecido.

Miguel riu.

~Sério? Eu estou bem. -Disse beijando meu pescoço por trás.

Permaneci imóvel, mesmo que difícil, seu toque mexia com cada célula de meu corpo, as faziam se agitarem, faziam meu coração ficar em chamas e minha respiração ofegante.

~Tá bem tá bem, se eu colocar um curativo, você melhora essa cara de criança birrenta?-Sorriu e se levantou.

~Não sou birrenta, apenas não o quero vê-lo machucado.-Dou de ombros.

Ele sorriu e balançou sua cabeça negativamente.

Depois de alguns minutos, Miguel volta se gabando com o esparadrapo e álcool 70%  em mãos.

~Quer ser minha médica ou deixa que eu me viro?-Arqueeou sua sobrancelha.

Reviro os olhos e caminho até ele.

~Vá sentar.

~Sim senhora.
 
Após limpar o local e colocar o esparadrapo, coloco o que restou em cima do criado mudo e o olho.

~Por que os homens odeiam se cuidar?

Ele se levantou e me pegou em seu colo.

~Eu sou um Anjo, porém nisso, tenho que concordar. Nós anjos não ligamos pra ferimentos tão tolos como esse, uma espada já me atravessou e eu continuo aqui, vivíssimo.-Sorriu em forma de deboche.

Fui jogada na cama. O Arcanjo, subiu novamente em cima e começou a me beijar lentamente, passando suas mãos pelos meus cabelos e descendo até chegar na minha cintura.

Passei minhas mãos por suas costas nuas, e senti varias cicatrizes, uma mais longas, outras mais largas. Fui pega de surpresa quando senti algo me envolver, quando abro meus olhos, eram suas asas negras, que me passou uma sensação de segurança de conforto.

Sentei-me em seu colo enquanto ele tirava minha blusa e jogava longe. 

Seus beijos desciam até minha barriga o que me causava um calor que jamais senti, um desejo de tê-lo por inteiro me tomava, soltava grunhidos de prazer enquanto ele me puxava e colava nossos corpos.

~Você me enlouquece, me faz sentir coisas que fui programado para não sentir, ensinado e disciplinado a não fazer, você é nada menos minha perdição e salvação, minha gravidade. Seria qualquer coisa, faria qualquer coisa por você, meu bem. Mesmo que para isso, eu tivesse que me perder no caminho, nada mais importa a não ser você. -Ele disse encarando meus olhos.

Corei.

Miguel passou seu polegar sob meu rosto gentilmente e sorriu.

~Eu estou completamente apaixonado por você, Serena Marie Nonsen, entende isso? Entende que estou em suas mãos? Me tem de corpo e alma? Me tem inteiro.-Ele corou ao dizer.

Nunca ouvi declaração clichê tão linda, sempre sonhei em receber esses clichês, me imaginava no lugar da personagem do livro ou do filme romântico, imaginava o que eu faria no lugar, o que eu diria, ensaiava na frente do espelhos meu momento com o Principe Encantado; acontece que eu não tenho um príncipe, tenho um anjo, e nada valeu esses ensaios bestas, eu estava completamente paralisada com um sorriso no rosto. Tentava formar alguma frase, mas nada saía, eu apenas consegui formar uma frase que não saiu como queria e que nem eu mesma entendi.

~Eu te apaixonada.

~Não entendi.-Disse ele inclinando sua cabeça para o lado.

Balanço minha cabeça, expulsando todos aqueles pensamentos e tomando alguma atitude diferente do que ficar em estática.

~Nada.-Sorri e puxei sua nuca para mais próximo, o beijando.

Tudo estava tomando seu rumo, tudo estava encaminhando direitinho quando alguém toca a campainha.

Pude sentir o ódio nos olhares de Miguel quando nos entreolhamos. 

A Lua do meio-diaOnde histórias criam vida. Descubra agora