Capítulo 20

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Mais uma pergunta na minha vida: ele tinha mudado ou era impressão? Ou era teatro dele? A resposta dessa pergunta não foi muito boa... Mas vamos lá, vou contar esse pedaço pra vocês, até porque só me resta isso pra contar, o resto é só felicidade.

Ícaro logo voltou pro quarto, e voltou trazendo-me notícias ruins. Ele tinha ligado pro médico que tinha atendido ele, mas ele disse que não estava mais atendendo a domicílio.

- Você tem certeza disso? - falei e tossi.

- Sim, tenho, ele afirmou que não atendia mais em casa. Olha, Theo, se você quiser eu posso te levar ao hospital, tem um aqui perto...?!

- Não, não precisa. Eu tomo aqueles remédios que você tomou quando ficou doente. Ainda tem ali. Se você ficou bom, eu fico também.

- Cara, é melhor que eu te leve ao hospital... Vai que seja outra coisa.

- Não vou, não precisa!

Ele parou de insistir, calando-se. Não queria ir ao hospital. Eu podia muito bem tomar conta de mim sem a ajuda dele, mesmo depois de dizer que queria... Mas bem, eu queria mesmo era tê-lo e ficar sozinho, ao mesmo tempo... coisa de louco!

De repente, algumas coisas malucas me vieram à cabeça e eu falei "Cansei" pra mim mesmo. Foi do nada, mas, de fato, eu estava cansado demais de tudo aquilo. Cansado de sofrer e cansado de sentir aquelas dores. Quando se está com febre, suar é o melhor remédio, então "esqueci" que meu corpo estava doendo todo. Fiquei pelado ali, pus um calção esportivo - não pus uma cueca, pra poder relaxar mais - e um tênis. Saí de casa, e Ícaro me olhava sair, da sala, e não me impediu. Saí num pique bom, queria mesmo era refrescar a mim e a meu corpo. Mesmo com dores, eu fui.

Comecei a correr pelo condomínio. Eu estava quente, com um pouco de febre, mas meu suor foi aparecendo e as dores foi sumindo aos poucos, como eu tinha previsto. Meus pés não estavam mais cansados e aí eu corria dez vezes mais rápido. De vez em quando, eu alternava o olhar pro meu apê, pois Ícaro estava ali me vendo correr, e isso me deixava meio que excitado.

A noite demorou pra chegar, mas quando veio, veio linda. Eu estava bem melhor das dores e da febre. Ícaro não parava de olhar pra mim e pro meu corpo, e eu gostava disso. Eu ficava sem camisa já para provocá-lo, e ainda mais de calção, sem a cueca, marcando o pau por ali... Eu percebia que ele sempre olhava pra mim e desviava o olhar rapidamente... Tomei coragem de enfrentar essa barra. A nossa janta tinha sido apenas um suco de frutas. Ele quem tinha escolhido isso. Ele fez e eu tomei. À mesa, tomamos o suco e comíamos biscoitos. O papo foi inevitável.

- O suco ficou legal?

- Ficou! Faltou açúcar, mas tá gostoso.

- Cê foi pra onde hoje? Cê saiu, tava doente... Eu fiquei preocupado!

Ícaro sabia muito bem pra onde eu tinha ido. Ele não parava de me olhar pela varanda. Eu também não cedi.

- Ah, tem coisas que eu faço que você não gostaria de saber!

- Desculpa a pergunta... Mas cê foi pra onde?

- Só fui dar uma volta, uma caminhada. Achei que você tinha visto!

Nessa hora ele se levantou, foi à cozinha, tentando disfarçar.

- Tava vendo TV. Mas fiquei preocupado porque você tava doente... Ou ainda tá, sei lá!

- Tô ótimo! A caminhada me fez bem!

Levantei-me, levei o meu copo até a pia e fui pro sofá. Me sentei ali. Ícaro também veio, sentou-se à poltrona. Instantes se passaram. Quebramos o silêncio.

Fiz meu amigo hetero se apaixonar por mim....Onde histórias criam vida. Descubra agora