Casa dos Heeins

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Acabei dormindo mas antes de ir para cama anotei algumas coisas que poderiam levar como ajuda.

Já de manhã, Calum, tinha preparado um café e o cheiro enchia a casa inteira, coloquei meu chinelo e fui em direção aonde o cheiro me levava.

Ele estava especialmente tão bonito aquela manhã, aparentemente nada havia mudado mas estava diferente de alguma forma.

"Bom dia, amor"- coloquei minhas mãos em sua cintura envolvendo-o.

"Bom dia. Dormiu bem?"- ele encostou seu corpo no meu colocando sua cabeça no meu pescoço

"Sim, dormi bem. Sabe eu ainda tenho vinte minutos antes de ir me arrumar pro trabalho"- aos poucos fui virando ele, até que ficamos frente a frente

"Podemos fazer tantas coisas em apenas vinte minutos"- ele deixou um selinho em minha boca.

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"Bom dia, Luke. Conseguimos algumas testemunhas da noite do crime"- Cameron me trouxe algumas fichas com dados das testemunhas " você pode interrogá-las quando quiser"

"Obrigada, Cameron. Pelo menos alguma coisa que podemos usar como uma pista, você pode marcar a visita pra hoje à tarde"

'' claro, chefinho''

Fui até o meu escritório e puxei meu notebook para mais perto, levei até a mesa algumas anotações que tinha feito na noite passada, só alguns detalhes e características que me interessou, a pessoa não usava nenhum nome que poderia identificar alguém, isso tornava aquilo tudo ainda mais difícil de ser solucionado, mas um sobrenome eu ainda tinha, o da família Heeins, ou pelo menos achava que tinha.

Na procura, por alguém que possuía aquele sobrenome, achei dois nomes, Larice Heeins e Jonas Heeins, um casal que alugava quartos para adolescentes, eles moravam muito perto de onde o corpo foi encontrado. Anotei o endereço junto as informações que tinha conseguido.

"Cameron, para que horas foi marcado a vinda das tais testemunhas do nosso caso?"

"Às 15hs, senhor"

"Hum, eu tenho uma pista boa, vamos, pegue seu casaco vamos fazer uma visita a casa dos Heeins"

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Vista de longe a casa parecia bem grande, uma casa que provavelmente tinha muitos quartos que poderia acomodar muitas pessoas.

"Tá bom, agora que paramos o carro você pode me falar o que estamos fazendo aqui?"- pedi para Cameron parar o carro um pouco a frente à casa para poder explicar o que tinha encontrado.

"Então, junto ao corpo do menino foi encontrado um tipo de caderno de anotações, eu tô com ele, sabe como é, eu escondi da perícia pra ficar mais fácil pra gente"

"Por que você fez isso? Você sabe que esconder provas é crime" - Cameron era novato na área e não entendia muito bem como as coisas realmente funcionavam.

"Olha rapaz, eu trabalho pra polícia a muito tempo, nunca me pegaram por isso, pelo contrário, já resolvi muito casos.
Um dia você vai me agradecer por isso."

"Tá bom, Senhor. Agora você pode me explicar o que estamos fazendo aqui?"

"Bom, eu dei uma analisada no caderno e encontrei um nome: Heeins, parece que o menino ou o próprio suspeito morava aqui. É isso que estamos fazendo aqui, tentado descobrir algo"

Saímos do carro e fomos em direção à porta, aparentemente tinha alguém na casa, batemos na espera de alguém aparecer.

"Olá, como posso ajudar os senhores?"- uma mulher lá para seus quarenta anos apareceu, com uma aparência que tinha arrumado a casa o dia todo, claramente muito desgastada do servido puxado que provavelmente fazia sozinha, seu bafo de álcool não condiz com o horário''

"Queria conversar com a senhora Larice Heeins. Ela se apresenta?" - sutilmente mostrei meu distintivo.

"Ah sim, sou eu. Os gentis policiais querem entrar?"

"Aceitamos"

A casa não era como eu imaginava, bem organizada e limpa, tudo mostrava que era um lugar tranquilo, nem parecida um lugar onde jovens moravam.

"Bom, Senhora, viemos aqui fazer algumas perguntas sobre os inquilinos?"

"Alugamos os quartos para jovens, todos rapazes. Às vezes eles trazem as namoradas ou namorados pra cá mas não é permitido dormir. Tudo aqui é bem tranquilo. Posso saber porque a pergunta?"

"Então, senhora, ocorreu um assassinato no dia 28 de Março, provavelmente já deve estar sabendo, pois foi aqui perto. E algumas pistas me fizeram chegar aqui"

"Tudo ocorreu normal aqui nesse dia"- ele pareceu tentar se lembrar dos fatos daquele dia.

"Você tem algumas informações do inquilinos, como dados pessoais?"

"Ah sim, eu tenho uma pasta com nomes e copias de documentos, eu nunca sei quando vou precisar mas olha só esse dia chegou, já volto senhores" - ela foi aos poucos nos deixando sozinhos na sala.

"Achei, aqui está. Pra que mesmo vocês irão precisar disso?"

"Talvez precisaremos falar com eles"- abri a pasta que estava em minhas mãos e fui folhando aos poucos, até achar uma foto de um rapaz que chamou minha atenção.
Seus cabelos eram coloridos e tinha uma pele tão bonita, podia jurar que tinha acabado de ver um anjo.

"Esse é Michael Clifford"- Clarice acabou quebrando o gelo na sala e chamou minha atenção -, " ele é um bom rapaz, se envolve com bastante meninos mas é um bom rapaz".

"Senhora, tudo bem se eu ficar com essa pasta? Vamos fazer uma copia na delegacia e mando um encarregado te entregar assim que der"

"Claro, se quiser pode ficar com a foto original do Michael, eu tenho outra melhor"- Minhas bochechas ficaram vermelhas.

"Obrigada"

Era tudo aquilo que eu precisava escutar, a única coisa que eu ainda não tinha decifrado era de quem possuía aquele caderno.

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Passei o dia todo pensando no menino de cabelo vermelho, como o sorriso dele e aquela boca dele me deixou assim?

the notebook • mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora