Maybe a stalker

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O dia no trabalho foi mais cansativo que eu pensei que teria. Quero dizer, trabalhar no maior distrito policial de Sidney não é um trabalho fácil.
Mas também não é como se fosse em Gotham city, onde o crime faz parte da cidade. Eu sabia que aceitar aquele trabalho ia ser o caso mais difícil da minha profissão, mas aceitei e preciso dar o meu melhor.
Cheguei em casa, e a única coisa que eu mais queria era passar um tempo com o meu marido. Eu e Calum não éramos casados no papel, só éramos "amigados" como falam por aí. A verdade é que estávamos bem assim.

Quero dizer, sei que o Calum sonha em casar numa igreja, com todos amigos e familiares por perto, uma linda cerimônia, flores e músicas. Mas esse não sou eu, quando se vive 24 horas do dia vivendo e respirando crime, é difícil ter sonhos, é difícil acreditar que existe algo bom.

Chego na cozinha, e vejo que Calum tinha deixado um bilhete avisando que chegaria mais tarde de seu expediente. O que me deixaria mais uma vez sozinho, infelizmente, com o meu trabalho e não com ele.

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Uma coisa que sei sobre os jovens é que eles não desgrudam do celular. Posso até parecer um pai falando, mas os jovens não conseguem ficar um segundo sem postar nas redes sociais o que estão fazendo.

Peguei meu computador e fui procurar sobre Michael Clifford. Sim, eu não conseguia parar de pensar nele. Seu cabelo vermelho, seu rosto, sua pele.
Ele também era uma possível peça do quebra-cabeça.
Michael não tinha conta no Facebook, nem no Twitter. Só uma conta no Instagram, com o codinome mike-ro-wave.
As fotos eram bastantes aleatórias. Uma de um HQ do Spider-Man, outra foto de um gato, ele usando uma camiseta do Iron Maiden, fotos de guitarras. Mas nunca mostrando o seu lindo rosto.

O que dava para observar era que Michael não queria ser notado, talvez com medo de mostrar suas inseguranças ou medo de ser descoberto. Isso era o que iríamos descobrir.

A verdade era que estava ficando tarde e precisava urgentemente dormir, fechei meu computador, coloquei meu pijama e deite na cama. Talvez devesse esperar Calum para poder perguntar como tinha sido o seu dia, mas estava tão casado que meu corpo não ia deixar eu fazer isso.

Aos poucos fui caindo no sono, mas o rosto de Michael não saia da minha cabeça, até o ponto que imaginei ele ali, deitado ao meu lado. Era tão real, que sentia seus fios de cabelo em minha mão, o cheiro dele era de um perfume doce, seu sorriso era perfeito. E então cai no sono.

Em um susto, acordei desesperado com o toque do despertador. Virei pro outro lado na procura de Calum, mas acabei encontrando um espaço vazio.

Fui as pressas me trocar parar poder começar o dia.
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Cheguei na delegacia e estava tudo tranquilo, então pensei em continuar a olhar o caderno.
Algumas páginas estavam rasgadas e me faziam pular algumas datas, o que me fez pensar que na verdade a pessoa colocou aquele caderno lá para ser encontrado.

the notebook • mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora