Homem do Saco (+18)

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Jorge chega em casa cansado. Uma garrafa de vinho aberta em cima da mesa. "Carolina!" , ele pensa. No quarto, ele encontra a mulher dormindo profundamente. O quarto possui um cheiro forte a álcool. "Ela bebeu de novo!". Agora, Jorge sente vontade de tomar um trago ele mesmo. Na cozinha, só tinha pão e água. Nem o jantar Carol tinha preparado. O que será que ela tinha feito naquele dia? Jorge como sempre, antes de ir para cama, foi ver um pouco de televisão. Estava no noticiário, mais um jovem assassinado na madrugada. "Burro, ao menos tivesse ficado em casa" sarcasticamente pensou Jorge.
Um barulho de luz se acendendo, e Jorge virando para o lado, se depara com Carol o observando.
- Boa noite, amor, nem notei que você tinha chegado. - diz ela, ainda meio acordada
- Acabei de chegar também, e como achei você dormindo não quis te acordar.
- Hoje eu estava muito cansada, e fui dormir mais cedo. Meu deus, me esqueci do jantar!...
- Não tem problema, eu não tinha muita fome mesmo.
Teve um silêncio estranho entre os dois, e apenas ficaram se vendo por um tempo. Carol tentou quebrar o gelo:
- Então como foi o trabalho?
- Nada de extraordinário, mesma rotina de sempre, o chefe chato que vive mandando sem saber liderar, todos irritados e aborrecidos, você sabe, rotina de segunda. E com você?
- Bem, também não fiz nada de mais. Mas as meninas vieram cá no final da tarde, e ficamos a conversar e se divertir por um bom tempo. Depois, por causa do cansaço, fui descansar.
- Só?
- Ué, você quer mais?
- Bem, para você ficar cansada assim... Achei que pelo menos, você teria ido para uma festa.
- Eu me canso facilmente, e depois nós... Bebemos um pouco.
- Ah, era esse o detalhe que faltava. Você sabe que é ruim beber à tarde. Estou ficando um pouco preocupado com você.
- Não é nada, sério. Só bebi mesmo para acompanhá-las, você sabe que não sou de beber, Jô.
- Tudo bem, quer ver algo na TV?

Os dois ficam assistindo televisão por um tempo. Mais uma vez, o silêncio os cerca, de uma forma um tanto estranha, para um casal que se conhece a mais de 8 anos. Desta vez, é Jorge quem tenta criar assunto.
- Sabe, o Brito? Ele me contou de uma vez de quando ele era jovem, que ele era muito "ativo" na noite, se é que você me entende.
- Sério, ele? Eu sempre pensei dele como sendo um cara sério, quase um nerd que nunca saía de casa.
- Eu era um nerd, mas eu saía sempre de casa. Mas é muito engraçado como as pessoas podem ser tão diferentes no passado, não é?
- Pois é, quem diria que eu estaria trabalhando em casa, e você estaria saindo e trabalhando por quase 12 anos?
- Não é como se estivéssemos na nossa vida ideal, mas pelo menos, conseguimos nos safar bem. Já agora, como está o teu projeto?
- Já está quase pronto, só falta eu fazer mais uns debugs, ver mais algumas linhas de código, e já vai ficar tudo pronto.
- Não entendi muito do que você falou, mas pude ver que está correndo bem, felizmente.
- Um dia eu te ensino a ser um programador.
- Não preciso, afinal tenho uma programadora. Agora vou deitar que tenho de acordar bem cedo. Você vem agora?
- Não, vou ver mais um pouco de televisão. Agora até o noticiário está parecendo um filme de terror, com jovens assassinados, mulheres violadas e um número preocupante de crianças desaparecidas.
- Pois é, esse mundo está cada vez pior.
Jorge beija Carol e vai deitar.
De manhã, ele levanta e dá um beijo na testa de Carol. "Tenha um bom dia, amor". Após estar pronto, ele sai de casa, e na garagem, ele abre a bagagem do carro. Dentro se encontra um saco, do qual sai um cheiro putrefacto.
- Credo, já está fedendo. Vou ter que deitar esse lixo no mar rápido, hein? Antes vou só buscar a outra.
Ele vai para um armário grande que tem na garagem, trancada por um cadeado. Abrindo a porta, lá dentro estava uma criança, que tinha entre 7 a 9 anos, com seus olhos vermelhos cheios de lágrimas, e sua boca tapada.
- Oi garotinho, tudo bem? Foi boa a sua noite? Espero que sim, porque para mim foi ótima. O quê? A sua mãe? Sei lá onde deve estar essa puta, eu só preciso saber de você. Agora, meu bem, se lembra daquela que sua mãe ficava falando do homem do saco que vinha te pegar? Pois é, esse homem não vem, então estou fazendo um favor para ele, tá? Talvez você sirva de exemplo.
Jorge apanhou um pá, e com isso bateu na cabeça da criança, que caiu inconsciente. Não estando satisfeito, espetou a pá na barriga da criança, e com seus pés, foi a pressionando lentamente, até dividir o corpo desta ao meio. Tendo um saco extra por perto, este colocou o corpo que jazia dentro do mesmo, com suas entranhas espalhadas no chão, podendo se ver o interior do estômago, e limpou o chão coberto de sangue com um ácido. Colocou o saco dentro do carro, e tomou o cuidado de deixar a garagem limpa, afinal, Carol ainda estava em casa.
Jorge abriu as janelas do carro sentindo o vento fresco do amanhã. Esse dia ia ser ótimo.

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