11 - Mortos

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O bosque nunca pareceu tão desconfortável como hoje, sentia algumas bolhas no meu pé estourarem e Meu peito queimar graças ao meu esforço em despistar o verdugo, foi então que decidi me trancar no amansador, não havia outra saída além dessa e mesmo assim a ideia me soava a suicídio, mais não via outra opção o solo era estável demais para me esconder em alguma fenda e meus pés doloridos demais para continuar correndo, tentei correr em círculos para ganhar distância do verdugo e quando percebi que tinha alguns segundos corri para o amansador e o tranquei me sentando no fundo do lugar que era escuro o suficiente para me dar pelo menos uma impressão de segurança.
Algumas lágrimas ameaçaram descer mais as contive, o simples fato de me mexer doía então abracei minhas pernas enquanto ouvia o som do verdugo se aproximar, ele parou, em frente ao amansador em que eu estava, ele tinha me visto, isso era fato, então ele enfiou sua garra afiada quebrando a entrada e entrando na parede de terra ao meu lado, contive um grito, não pretendia mais tentar sobreviver, não havia escapatória daquele lugar.
Ele ergueu de novo, dessa vez mirando em mim, fechei os olhos, juntei minhas mãos esperando que fosse rápido e indolor, fiquei esperando pelo ataque que tardou em chegar e essa demora foi o suficiente para o som alto de tiro invadir o lugar, o verdugo desviou a atenção de mim e com um som grotesco correu na direção do disparo;
Ouvi mais alguns tiros.
Hesitei e fiquei sem me mexer por alguns minutos,  ouvi o som de vozes diferentes e quando o medo diminuiu olhei para fora, havia homens mascarados com roupas pretas e armas falando uns com os outros, um deles veio até mim.
- Você está bem garota? - Perguntou agarrando meu braço e me puxando para cima.
- Quem são vocês? - Perguntei não escondendo meu assombro.
- Isso não importa, viemos ajudar.- Então como clique uma memória se acendeu em minha mente enquanto o homem me guiava para fora do bosque vi uma sigla abaixo de seu bolso camuflado "wicked", eles não eram amigos, eram do Cruel, eram os criadores.
- Vocês são do Cruel... O que fazem aqui? - Perguntei em um fio de voz, o medo da resposta era aparente.
- Viemos arrumar a bagunça que vocês andaram fazendo.
Uma grande nave estava parada no meio da clareira, vários clareanos corriam para dentro dela acreditando estarem salvos, meu coração começou a bater descontroladamente e em um ato sem pensar acertei o homem que me empurrava no joelho e retirei forças para correr em direção a nave meus olhos lacrimejavam. 

Havia um dos guardas com um dos clareanos discutindo, o guarda retirou uma arma do bolso, gritei quando o mascarado atirou;
Atirou em Alby. 

Minhas pernas paralisaram no lugar, e meus olhos varreram em volta, eles não estavam ajudando, estavam exterminando pessoas e levando outras.
Senti algo perfurar minhas costas, parei não conseguindo mais me mover, olhei para trás e vi o homem, ele tinha atirado em mim.
Dei alguns passos a frente, então isso era o fim?
- Melissa! - Ouvi alguém gritar mais já não conseguia distinguir a voz do barulho irritante que soava em meu ouvido, olhei para o corpo de Henry caído a alguns metros de mim, culpa... era tudo que eu sentia, lembrei de Minho e Thomas, onde estariam? Newt... Esperava que ele estivesse vivo, senti minhas pernas falharem e cai no chão.

(...)

Narrador on

- Sinto muito garota.- Falou o homem enquanto observava o sangue sair da mesma, tinha sido necessário.
Um garoto loiro gritou prestes a pular da nave, o homem de Preto olhou uma última vez para o corpo quase sem vida no chão e fez um sinal com a mão.
- Podem subir! - Mandou e viu alguns homens segurarem o garoto.
A porta onde os clareanos estavam se fechou, Thomas se sentou no chão enquanto ouvia o amigo gritar.
Sentiu como se um grande vazio tivesse tomado conta de si, tantas mortes, tudo tão de repente, envolveu a mão no próprio braço e apertou com as unhas até que a dor se tornasse insuportável e soltou, precisava saber que ainda estava vivo.
Pensou que não conseguiria voltar com Minho quando os verdugos apareceram de todos os lados.
- Newt cala a boca, seu mertila, acha que apenas ela morreu? - Perguntou Gally, Thomas observou Newt, o garoto tão calmo e amigável desferir um soco em Gally.
- Ohoh Newt calma cara.- Pediu Caçarola o segurando.
- As crianças vão parar ou vou ter de jogar alguns para fora? - Perguntou um homem vestido de Preto.
- Eu sei que não foi uma noite fácil, mais podem relaxar a partir de agora, logo chegaremos em um abrigo seguro.
- Abrigo seguro seu saco de estrume?! - Minho exclamou de repente se levantando.- Eu acabei de ver uma amiga ser assassinada na minha frente, verdugos mataram meus amigos, vocês mataram meus amigos! acha que vamos simplesmente relaxar? - Perguntou alterado, o homem passou a mão no rosto como se pensasse no que dizer.
- Aquelas pessoas estavam infectadas. - Respondeu por fim.
Era óbvio que aquela era uma mentira, das mais mal contadas ainda, Mais aquela resposta pareceu ser suficiente para alguns clareanos, que queriam acreditar na boa intenção daqueles completos estranhos, estavam cansados... Cansados de testes e mortes. 

Newt se sentou abatido ao lado de Thomas e um outro clareano, encolhido entre a parede, o loiro fechou os olhos, estava coberto de pequenos machucados e a pele estava suja graças a fuligem do incêndio que se iniciou na casa de mapas ao saírem. Foi como mágica que as labaredas vermelhas subiam, estava com Chuck ao seu lado, o menino assustado parecia não saber o que fazer, Newt tentou o tranquilizar com alguns tapinhas mais ele mesmo tremia, deixou Chuck junto dos outros e estava quase voltando para procurar Melissa quando viu um verdugo correr na direção de Thomas, ele estava por perto e Thomas estava sem nada para se defender, então não pode deixa-lo. Era seu amigo.
Jogou a estaca de madeira e apoiou Tommy nos ombros.
Tinha dito uma vez a ela que tinha encontrado uma razão para viver.
Sua razão tinha sido morta aquela noite.
Lembrou-se de Chuck levando um tiro, Alby caindo sem vida no chão com sangue jorrando de sua cabeça, Melissa ajoelhada no chão, o sangue tingindo sua camisa e saindo de sua boca.
Fechou a mão em punho respirando fundo e pressionou o rosto em ambas as mãos, não podia chorar porque se chorasse a ideia de que ela estava morta iria se tornar mais real e ele não queria acreditar, não podia acreditar que ela estava morta, não, não iria acreditar.
Ele tinha prometido que iria dar um jeito, tinha prometido que ficaria ao lado dela.
E agora...
- Tentem relaxar, não vamos demorar a chegar ao nosso destino.- O homem de Preto falou e fechou a porta atrás de si deixando uma sala com 20 garotos completamente em silêncio. O homem de uniforme Preto pegou o pequeno aparelho de comunicação do bolso e apertou um botão.
- Esta feito. - Falou dando um sorriso que sempre dava ao sentir que sua missão estava completa.
- Muito bem Jason, está conseguindo provar o seu valor aqui dentro, ao chegar iremos discutir uma posição melhor para você.- Falou a líder, a única que tinha o respeito entre todos os funcionários e médicos do W.I.C.K.E.D.
- Sim senhora. - Falou tentando ocultar a felicidade.
- Como estão os garotos? - Ela perguntou e ele suspirou.
- Estão calmos senhora.- Respondeu.
- E quando a garota? - Perguntou e ele engoliu em seco, não esperava uma pergunta dessas.
- Esta neutralizada.- Falou e um silêncio estranho tomou conta do outro lado da linha. - Senhora Paige? - Chamou temendo a mulher.
- Traga ela aqui. Jason. Quando chegar conversaremos sobre nosso próximo teste, enquanto isso está na hora de começar a fase 2.- Ela falou com a voz cheia de expectativa, ele sorriu.
- Sim... Senhora.

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Sim esse é provavelmente o último Cap da fanfic onde se passa a história na clareira, os próximos serão uma continuidade da história.

Bem é isso ^.^ obrigada a você que leu até aqui.
Até breve ❤

The Maze Runner --- Is it love? ---  [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora