- Onde estamos indo? - pergunto para Luke, pois já fazia mais de meia hora que estávamos andando.
- Eu não sei. Estamos apenas andando.- ele me responde dando de ombros.
- estamos andando a quase uma hora! Quero saber onde estamos indo! - digo cruzando os braços.
- eu não sei Elisa! Tudo pra você tem que ter uma resposta na hora que você quer? - ele me responde, e eu vejo um reflexo vermelho em seu olhar.
Ele aparentemente se arrepende do jeito que falou comigo, quando me pediria desculpas, paro bruscamente.
- ei, por que parou? - Luke volta onde eu estava, me olhando confuso.
- eu... - começo a olhar uma vitrine - essa flor... Minha mãe amava essa flor. - digo olhando para uma margarida em um vaso preto com listras brancas.
- sua... Mãe ? - ele parece um pouco surpreso.
- sim. Eu me lembro quando eu tinha cinco anos, meu pai havia feito um jardim pra mim. Minha mãe que amava jardinagem, me ajudou a cuidar do jardim.
Ela plantava rosas, orquídeas, copos-de-leite, bromélias... Entre várias outras flores. Mas a flor que ela mais gostava, era a margarida, ela vivia me contando muito sobre ela.- dou uma pausa lembrando da minha mãe.
- e por que ela gostava tanto de margaridas? - luke me pergunta.
- porque... Na verdade... Ela nunca me disse, mas numa noite em que eu tive um pesadelo, fui até o quarto dos meus pais para dormir com eles. Então escutei minha mãe chorando. Falando ao meu pai que sentia muita falta de sua irmã. E que margaridas a lembravam.- paro de falar, já com um nó na garganta.
- você sabe a que tia ela se referia? - Luke diz, em sua voz pude sentir um pouco de dor, e foi o que me fez olhar no fundo de seus olhos.
- Da única tia que eu tenho né? - sorrio, arqueando a sobrancelha, tentando fazer lo sorrir.- minha tia Sophia... - digo e volto a andar, algo em seu olhar me dizia que ele sabia de algo, e estava me escondendo, mas de qualquer jeito, eu nao deveria me importar.... mas algo bem no fundo do meu coração me dizia que sim.... que eu me importava.
Coloco meu cardigã, e cruzo os braços, andando ao lado de Luke.
Andamos um pouco em silêncio, até que avistamos uma barraquinha de cachorro quente.
- quer cachorro quente? - Luke me pergunta.
- Sim. - sorrio.
- Okay. Espera aqui. - ele me diz, atravessando a rua.
Fico parada olhando Luke de longe... Com aquela sensação que já o tinha visto antes.
Olhando para ele, acabo ficando tonta. Quando de repente, quase caio. Dou uns passos e acabo esbarrando em um homem, alto, forte, com os olhos azuis. Ele me segura pra que eu não caia.
- você está bem gata? - ele me pergunta sorrindo, um sorriso com alguns dentes amarelos, e de repente
fleches de algo que aconteceu me vem à cabeça....
"Eu correndo, e esbarro em um homem. Ele tentou... Tentou me estuprar?... Quando ja estava sem forças, desistindo...." era o mesmo homem que estava em minha frente, o mesmo sorriso amarelo.
- Elisa? - Ouço a voz de Luke.
Abro os olhos lentamente, ele estava na minha frente...
- você... - digo olhando nos olhos do Luke, era como se eu soubesse que ele estava lá.... naquela noite.
- eu... - ele me olha como se estivesse lendo minha mente.
Então eu desmaio. Mas com a consciência que tem alguma coisa errada.....
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Elisa: A ultima Cicatriz #Wattys2016
JugendliteraturUm sonho... Uma garota.... Um destino!!!! Elisa vive uma vida normal, até entediante. Com o desaparecimento de seus pais, e a morte repentina de seu namorado e melhor amiga Elisa entrou em um estado vejetativo. Então foi mandada para Nova York pa...