Capítulo 1

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Vitória 

Acordo com alguém pulando em cima de mim, pelo peso já posso imaginar quem seja.

- Saí! - digo jogando um travesseiro ainda embaixo das cobertas e escuto a voz do meu irmão Jordan bem próximo de mim.

- Vamos, Vick. É o último dia das férias. - ele diz puxando meu lençol fazendo eu segurar com mais força.

- É amiga, levanta esse corpo preguiçoso daí. – diz minha amiga Gabi me dando um tapa em minha bunda.

- Que horas são? - pergunto me escondendo em baixo do lençol quentinho.

- São 09:00hs. Levanta que temos que arrumar as coisas. – diz minha outra amiga Julia, mas só chamamos ela de Juh.

Quando finalmente tenho coragem de tirar o lençol que cobre meu rosto, consigo ver minhas amigas e meu irmão todos ao redor da minha cama rindo para mim - Que coisas? - pergunto finalmente sentando, porém é meu irmão quem responde.

- Vamos fazer uma festa de despedida das férias. A mamãe vai trabalhar a noite toda, então... - ele diz fazendo uma dança muito engraçada e acabo rindo junto com as meninas - ok, então. Deixa eu tomar um banho e já vou descer e me junto com vocês – digo me dirigindo ao meu banheiro enquanto vejo eles saindo do meu quarto. Tomo um banho bem demorado, visto um short não muito curto com uma camiseta branca e passo um brilho labial, só para dar uma cor na minha boca. Quando estou descendo a campainha toca. Mudo meu caminho e vou abrir a porta com um sorriso, mas logo some quando vejo quem é.

- Ah! É você coisa - digo fazendo cara de tédio.

- Pensei que ficaria mais feliz ao me ver – ele diz com um sorrisinho nos lábios que me irrita – E "coisa" não, talvez gato, gostoso, lindo - ele diz entrando em casa.

Felipe é o melhor amigo do meu irmão, e não lembro de um momento da minha vida no qual ele não esteja junto. Todas as lembranças da minha infância ele estar, na escola, na rua de casa, dentro da minha casa. Não tenho muito o que fazer, apenas tentar respirar o mesmo ar que ele.

Sim, a gente não se gosta muito. Mas eu tenho motivos muito fundáveis para isso. Quando criança ele sempre fazia pegadinhas comigo, ele e meu irmão querido, sim estou sendo irônica.

- Cadê o Jordan – ele diz me tirando meu torpor.

- Meu irmão está na cozinha. - digo indo para a cozinha com ele me seguindo.

Quando entro na cozinha vejo uma bagunça que só esse povo para fazer. Por um momento fico paralisada com a bagunça que eles fizeram em tão pouco tempo - Mas que droga! - digo alto assustando-os - que merda de bagunça é essa? - pergunto apontando para a mesa. Meu irmão é o primeiro a se pronunciar e já se levantando indo em direção ao amigo.

- Felipe parceiro, vamos no meu quarto quero lhe mostrar algo - ele diz tentando fugir para não arrumar, porém conheço a peça tempo suficiente para saber que ele só está querendo deixar a bagunça para mim. - Nem pense nisso - digo balançando o dedo fazendo não - pode me ajudar a arrumar essa bagunça. Aliás como fizeram isso em alguns minutos? - pergunto, mas confesso que estou com medo da resposta.

Porém os caras de pau responderam em conjunto - Somente comemos - eles dizem dando de ombros.

- Podem me ajudar, AGORA! - digo e eles logo começam a arrumar - Hum, acho bom – só na cabeça deles que iria arrumar essa bagunça sozinha.

- Cara, essa sua irmã em ... – Felipe diz rindo da minha cara.

- Qual a graça idiota? - pergunto fazendo minha cara de "vou te bater"

- A graça é que você... - ele para e toma fôlego - Se eu tivesse uma irmã igual a você, juro que me matava - ele diz rindo mais ainda.

- Não precisa se matar, eu mesmo te mato - digo para provocar.

- Tá bom mano, não mexe com ela. – Meu irmão intervém, pois sabe que quando a gente começa é só Deus na causa. ele diz chegando perto de mim - eu amo vocês dois, então parem de brigar, pois não saberia escolher – ele diz depositando um beijo no topo da minha cabeça.

- Então, essa festa vai rolar ou não? - Gabi diz, e só então percebo que essas vacas chegaram de viagem e pulo nela e na Juh. - O que foi amiga? - ela diz rindo. Claro, tinha visto elas no quarto, mas em minha defesa estava dormindo e meus neurônios não funcionam bem quando acordo. Mamãe diz que puxei ao meu pai nesse quesito.

- Estava com saudades de vocês, minhas vacas. - digo ao sair de seus braços.

- A gente também.! – a Julia diz rindo ainda do meu jeito.

- Então, eu e o Felipe vamos cuidar das bebidas e comidas, vocês podem cuidar de arrumar a casa. Pode ser? – Meu irmão fala o que cada um deve cuidar e assim que termina seguimos para organizar tudo até à noite. A casa ficou muito bem arrumada. Quando estava tudo pronto eu e as meninas fomos nós arrumar. Eu subo para meu quarto e escolho uma roupa. Tomo um banho bem demorado, lavo meu cabelo para ficar bem cheiroso. Quando termino seco meu cabelo definindo meus cachos. Nunca gostei muito do meu cabelo, quando era criança as outras meninas viviam dizendo que meu cabelo parecia uma mola de carro enferrujada, e isso acabou com minha infância. Até eu completar 13 anos, e as mesmas meninas que faziam isso, um dia vieram e pediram desculpas. Mas, naquela altura o estrago já estava feito, eu comecei a passar alisante nos meus cabelos, e funcionava, até crescer minha raiz e aparecer os cachos. Quando eu tinha 15 anos, recebi um bilhete dizendo que meus cachos pareciam cabelos de anjos, e fiquei muito atônita com aquilo. Foi quando os bilhetes sempre vinham, e quando decidir parar de alisa-los e voltar com meus cabelos naturais. E desde então, eu cuido deles, hoje as pessoas sempre elogiam meus cabelos, e me arrependo muito por não cuidar deles antes. Visto minha roupa faço uma maquiagem legal e estou pronta. Quando desço todos já estavam lá.

- Então como estou? - falo assim que chego na sala e dou uma voltinha rindo. Não consigo ficar seria por muito tempo.

- Nossa! Tá linda minha irmãzinha – meu irmão fala dando um beijo na bochecha.

- Que horas vocês marcaram para o pessoal vim? - Gabi fala, então reparo em sua roupa, ela está com um vestidinho azul colado até as coxas com um salto preto. Linda.

- Já devem estarem chegando – Felipe diz fazendo eu tirar os olhos da minha amiga e reparar nele. Ele não é feio, loiro, olhos verdes, um corpo de dar inveja a qualquer homem e ser o objeto de desejo de qualquer mulher. Lembro muito bem do dia que a gente se conheceu, ele se mudou para o nosso bairro logo após o pai dele falecer, ele tinha 8 anos na época e eu tinha 6 anos. Ele não queria muita conversa comigo e meu irmão, mas meu Jordan é muito insistente quando quer, e fez até o garoto falar com ele e desde então não se separam. Para onde um vai, o outro vai. Até a mesma Faculdade eles frequentam. Não posso julgar, eu e minhas amigas tempos os mesmos planos. Os nossos olhos se cruzam, e o olhar dele é tão intenso que fico presa neles por um tempo, como se algo me chama-se para ele. Os olhos dele sempre foram minha parte favorita dele, são lindos, mas não pela cor, eles têm algo que me fascinam e quando ele não estar olhando eu gosto de ficar observando. Claro, nunca iria admitir que ele é lindo, ou seria zoada pelo resto da vida. A campainha toca me tirando do meu transe e percebo seu olhar em mim e viro a cabeça para minhas amigas que estão falando alguma coisa que não estou entendo direito.

Quando o pessoal começa a chegar à minha casa começa a se parecer com um estádio, tem tanta gente que nem sei os nomes. A festa tá muito boa, todos estão se divertindo, como não bebo fico somente no refrigerante. Quando dar um certo horário vou para meu quarto, troco de roupa e me jogo na cama. Quando me jogo na cama escuto um gemido.

- Aí! - diz uma voz embaixo das minhas cobertas e reconheço quem é.

- Felipe, o que tá fazendo aqui? - pergunto me levantando toda assustada.

- Estava com sono, e seu quarto estava aberto. Posso dormir aqui? - ele diz e pelo visto tá bêbado.

- Não! Vai para o quarto do Jordan. - digo tentando puxar ele. Mas ele muito pesado. - Felipe! - digo e nada.

Me levanto com raiva do melhor amigo do meu irmão ter invadido meu quarto e vou para o quarto do meu irmão. Como tenho a chave eu abro e entro me trancando para que ninguém possa entrar aqui e me deito na cama dele. E acabo dormindo lá mesmo.

O Idiota Do Melhor Amigo Do Meu IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora