Capítulo 5

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Jordan Narrando

A semana se passou bem rápido, quase nem percebi. Eu fechei os olhos e já estávamos no fim de semana. Nesse momento estou no meu quarto jogando no meu computador, quando minha irmã entra toda arrumada. Minha irmã é linda, nem alta nem baixa, cabelos longos cacheados e ruivos igual da nossa avó, pele branca, olhos azuis iguais a da nossa mãe. Sim ela é linda.

- Jordan, vou sair com as meninas - ela diz se sentando na minha cama.

- Não demora, tá? – falo, recendo um revirar de olhos. Sei que as vezes sou muito protetor, mas quando nosso pai morreu me vi na obrigação de cuidar dela e de nossa mãe, mesmo que nossa mãe passe a maior parte do tempo no trabalho. Nosso pai morreu em um acidente de carro, me lembro bem. Eu tinha apenas 8 anos e a Vick 6, estávamos em casa esperando nosso pai para jantar como sempre fazíamos quando a notícia chegou, lembro de ter perdido meu chão, lembro de pensar que minha vida tinha acabado. Sentir uma dor terrível no peito, sentia vontade de arrancar aquela dor, mas era impossível, lembro de pessoas vindo conversar comigo e nada que elas falavam fazia a dor diminuir, com o tempo eu aprendi a conviver com aquela dor, e o que me fez ter força foi pensar na minha irmã. Durante muito tempo eu ficava com ela até ela dormir, outras vezes até dormia com ela.

Ela era tão pequena na época, que naquele momento, esqueci minha dor e somente abraçava ela.

- Calma, vai ficar tudo bem – falo abraçando minha irmãzinha, pois ela chora muito.

- Jordan, eu quero o papai – ela diz e lágrimas caem dos olhos dela e aquilo faz meu coração partir.

- Eu sei, maninha – digo limpando uma lágrima de sua bochecha gordinha – Mas, ele ta no céu agora. Se a gente fechar os olhos com muita força você pode ver ele – digo fazendo ela fechar os olhos apertando de um jeito engraçado.

- Tá bom. Tchau – Vick diz me fazendo voltar quando ela dar um beijo no meu rosto e sai. Depois de um tempo eu desço e fico na sala vendo TV quando a campainha toca. Vou até a porta abrir.

- Fala, mano - digo dando passagem para meu melhor amigo entrar.

- Tudo beleza? - ele diz já se jogando no sofá. Folgado!

- Quais as novidades? - pergunto empurrando os pés dele para poder me sentar.

- Vai ter uma festa hoje na casa do Luan, vamos? - ele diz sorrindo.

- Não sei, deixa a Vick chegar para ver como ela vai ficar - quando termino ele revira o olho.

- Você é o mais velho - ele fala com cara de ironia me dando um tapa no meu ombro.

- É por isso mesmo, minha mãe só vem amanhã, não quero deixa ela sozinha em casa a noite toda. Idiota! - falo jogando uma almofada nele.

Ficamos conversando durante um bom tempo, quando escuto a porta sendo aberta e vejo minha irmã entrando toda suja, ferida, com as roupas rasgada e chorando. Corro até ela, e quando ela se joga nos meus braços ela chora.

- Vick, o que houve? - pergunto já sentindo raiva e preocupação. Mas ela não me responde, somente chora em meus braços e isso me deixa mais frustrado.
Levo ela para o quarto dela dou banho nela e deito ela na cama, ela não fala nada. Quando cubro ela com um lençol, vejo uma lágrima escorrer pelo rosto dela. Limpo com o meu polegar.

- Dorme um pouco, vou ficar aqui com você - digo me deitando ao lado dela, e começando a fazer carinho em sua cabeça, ela chora em silêncio e isso me quebra ainda mais, até que ela dorme. Vou matar a pessoa que fez isso com ela.

- Posso entrar? – Felipe aparece na porta, apenas balanço a cabeça e ele entra. - O que aconteceu com ela? - ele pergunta se aproximando, e vejo que ele realmente está preocupado com ela. Nunca duvidei do carinho que ele sente pela Vick, mesmo que os dois vivem implicando um com o outro, sei que ele estaria lá para ela, assim como ela estaria por mim, sei que ela também estaria lá para ele.

- Não sei mano, ela só chora. Quando ela acordar vamos saber - digo olhando para ela, vendo seu corpo todo machucado, e isso me dar raiva.

- Não é melhor chamar um médico? – ele pergunta se aproximando ainda mais da cama.

- Vou ver isso quando ela acordar e saber o que aconteceu – digo olhando para a ela e fazendo carinho em seu cabelo.

Ficamos alguns minutos em silencio, até que o Felipe fala - Será que... - ele começa mais não termina, sei o que ele quer dizer.

- Se for isso mesmo que você estar pensando, juro que mato o desgraçado que fez isso com ela - digo sentindo meu rosto queimar de raiva.
Depois de um tempo o Felipe vai embora, e eu fico cuidado da minha irmã.

O Idiota Do Melhor Amigo Do Meu IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora