O Idiota Do Melhor Amigo Do Meu Irmão

Capítulo 9

Vitória Narrando

Não consegui dormir muito essa noite, em minha mente só vinha uma pessoa: Felipe. Passei a noite toda pensando nele, no seu perfume, em seus olhos azuis. Balanço a cabeça na tentativa de afastar esses pensamentos e me levanto, uso o banheiro e desço para tomar café. Quando chego na cozinha meu irmão já está lá.

- Bom dia – ele diz e tira o olho do seu café - Que cara é essa? - pergunta me analisando

- Não consegui dormir direito - falo pegando uma xícara de café.

- Por que? - pergunta quando me passar a jarra de leite.

- Nada de mais – digo e ele suspira

- Vai para a escola hoje? – ele pergunta e congelo – Vick, você precisa sair, não pode ficar presa aqui dentro de casa – ele diz com carinho

- Eu sei, só que não consigo – digo e uma lagrima rola pela minha bochecha

- Tudo bem – ele diz e me olha com carinho – Mas, você precisa tentar sair, ok?

- Tudo bem, mas hoje não – digo dando um sorriso triste

Depois que tomamos o café, ele faz o almoço e comemos conversando sobre coisas aleatórias. Após terminamos, ele foi tomar banho e fico arrumando a cozinha.

- Preciso ir – meu irmão fala entrando na cozinha – tenho que chegar cedo – fala pegando uma fruta da geladeira – Tenho uma prova muito importante

- Tudo bem, cuidado e boa sorte – falo beijando seu rosto

- Beijos – ele me dar um beijo e sai de casa.

Fico olhando em volta e suspiro. Subo, tomo um banho, visto uma roupa mais confortável e fico lendo um livro. Até que enjoou e desço para ver algum filme, canso de ficar procurando e coloco Orgulho e Preconceito, amo esse filme. É lindo, os personagens não precisam ficar se pegando para se apaixonarem um pelo outro. Ouço a campainha toca e meu coração dar um pulo, ontem o Felipe veio aqui, meu irmão me falou mais tarde naquele dia que mandou ele para ver como estava, e ele foi tão carinhoso comigo vou correndo abrir a portar, e vejo minhas amigas. Claro que fiquei feliz por vê-las, mas pensei que seria outra pessoa.

- Oi, meninas – digo abrindo a porta para elas entrarem

- Oi, meu amor - ela diz me abraçando – Como você estar? – ela pergunta toda carinhosa

- Bem – digo sorrindo

- Não foi para a escola, amiga – Julia fala com doçura

- Eu sei, é só que – digo e um nó se forma na minha garganta

- Eu sei – Gabi fala alisando meu braço

- Mas não pode deixar isso te afetar, meu amor – Julia diz com censura, porém muito carinhosa

Vamos para a sala e sentamos no sofá e ficamos conversando até que meu irmão chega e junto dele estar o Felipe, e não sei porque meu coração acelera.

Para com isso seu órgão besta.

Meu irmão me beija na testa e vai até a cozinha, sendo seguido pelo amigo, que nem me olhou.

- O que foi? – Gabi pergunta

- Como assim? – devolvo a pergunta

- Parece que ficou triste do nada – a Julia diz

- Não é nada – falo e dou um sorriso fraco

- Então vai rolar uma festa na casa de uma amiga, só que fica longe daqui e podemos dormir lá, que tal? – Juh diz chamando nossa atenção do filme

- Não sei - eu sinceramente, não quero ir. Não depois do que aconteceu comigo, não sei que consigo.

- Vamos, amiga – ela diz sorrindo – Precisa sair. Se distrair

- Verdade, não vai ser a mesma coisa sem você – Gabi fala fazendo cara de triste.

- Tudo bem, vou tentar - digo me rendendo.

Depois que elas vão embora, subo para meu quarto e fico por lá. Felipe nem ao menos me olhou. Claro, não é a primeira vez que ele ignora minha existência no mundo, até meu irmão já isso. Eu não deveria ficar chateada por algo que nunca fez nenhuma diferença na minha vida. Fala sério, é o Felipe, melhor amigo do meu irmão, o idiota mulherengo que sempre foi muito babaca comigo. Quando estava com 14 anos, um garoto se aproximou de mim, e ficamos conversando, até que quase rola meu primeiro beijo, eu disse quase, pois o idiota do Felipe chegou e começou a falar que mijava na cama, que tinha medo escuro, que era uma bebê chorona. Aquilo me deu tanta raiva que começamos a brigar e corri atrás dele, foi quando cai e derrubei o meu refrigerante no menino. Nem preciso falar que o garoto ficou irritado e foi embora. Depois disso, fiquei uma semana sem falar com ele, até descobrir que o tal garoto só queria ganhar uma aposta. Claro, nunca iria dizer em voz alta, mas o Felipe salvou minha vida. Bufo de raiva e desço, vejo meu irmão na sala vendo TV. Me jogo no sofá e deito com minha cabeça em sua perna.

- Jordan?

- Hum? - fala sem deixar de olhar a TV.

- As meninas me convidaram para uma festa, só que fica longe e a dona falou que podemos dormir lá - digo e ele olha para mim.

- Você quer ir? - ele pergunta.

- A verdade mesmo é que não quero, to com medo de sair assim. Mas as meninas insistiram tanto. Que eu pensei, você poderia ir com a gente - digo fazendo cara do gato de botas

- Não posso, marquei trabalho nesse fim de semana - ele diz fazendo careta e eu fico triste. - Mas você pode leva o Felipe, posso pedir para ele se você quiser? - ele completa.

- O Felipe? - falo fazendo careta e ele rir.

- É melhor que nada - ele diz dando de ombros.

- Tá, mas você fala com ele - falo dando um beijo no seu rosto e indo para o quarto. Pego meu celular e mando uma mensagem para as meninas no nosso grupo.

Eu: O Jordan deixou. U.u Mas terei que leva o Felipe :(
Gabi: Por mim não tem problema
Juh: Por mim também.
Vick: Amanhã a gente ver os detalhes. Vou dormir. Tchau.
Gabi: Tchau.
Juh: Bjs.

Assim que deito meu celular apita novamente. É uma mensagem do Felipe.

Idiota: Jordan acabou de me mandar mensagem. Sabia que podia ter compromisso?

Eu: Culpe apenas seu amigo. Nem queria que você fosse.

Idiota: Sei que não consegue ficar longe de mim. Mas onde vai ser essa festa?
Eu: Vai sonhando. Não sei, minhas amigas ainda vão me mandar o endereço. :/
Idiota: Kkkk Quer dizer que vou ter que ficar de babá?
Eu: Não precisa ir (revirando os olhos para você)
Idiota: É eu sei, mas não quero deixar você sozinha. :(
Eu: Por que?

Fico esperando-o responder, e quando vejo que não vai, deito para dormir. Só que não consigo dormir, pois fico pensando numa coisa, melhor dizendo, numa pessoa: Felipe.

Por que não paro de pensar nele?