OO2. mais perto

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    Quando acordei esta manhã, percebi que fazia tempo que não dormia tão bem. Ter uma amiga ao meu lado foi de suma importância para que eu tivesse uma ótima noite de sono depois de meses sem conseguir algo tão simples com facilidade. A insônia estava me matando, mesmo na fazenda, com meus avós, eu ainda dormia pouco por conta da ansiedade, e por isso, as vezes, eu era engolida pela exaustão.

Anis estava bastante cansada ontem, então não passamos muito tempo acordadas, apenas jantamos com meu irmão, e voltamos para o quarto. Depois de nos preparar para dormir, assistimos metade de um filme até adormecer.

Pela manhã, decidimos aproveitar o que não aproveitamos ontem a noite, então tomamos um deleitoso café da manhã e voltamos para o meu quarto onde conversamos muito sobre nossas férias, ela me contou sobre seus passeios com seu pai e a guitarra nova que ganhou. Anis é ótima quando o assunto é guitarra, ela toca como ninguém, eu queria aprender, mas já foi muito difícil eu aprender a tocar violão.

Bem, depois de ouvir ela falar muito, e eu falar pouco pois minhas férias foram totalmente sem graça, nós jogamos videogame juntas. Nisso eu sou ótima, já ela nem tanto.

Eu sou apaixonada por games desde muito nova, é meu refúgio, a maneira que eu achei de fugir da realidade. Geralmente as pessoas buscam isso em livros, mas eu não me encontrei muito na literatura apesar de curtir bastante ler livros. Prefiro games, eles me trazem mais emoções!

Depois de algumas partidas de jogo, nós almoçamos. Foi um momento silencioso, mas nada constrangedor, estávamos apenas apreciando a deliciosa comida que preenchia nossos pratos.

Agora aqui estamos nós, deitadas em minha cama, olhando para a TV presa a parede branca frente a minha cama, terminando de assistir o filme que começamos ontem a noite.

É tão bom conseguir focar em algo novamente, sem ficar absorta em pensamentos que me faziam ficar desanimada e entristecida.

─ Bosta! ─ Anis exclamou sobressaltando-se da cama um pouco atordoada.

─ Algum problema? ─ perguntei um tanto confusa com sua ação repentina.

─ Que horas são? Tenho encontro com a galera da academia de dança. ─ ela explicou enquanto procurava por algo na minha pequena mesa de cabeceira.

Peguei meu celular ao meu lado na cama e liguei a tela. 14:14h apontava no relógio da minha ecrã de bloqueio.

─ São duas e quatorze. ─ respondi sua pergunta.

─ Não estou tão atrasada, marcamos às três e meia. Achei! ─ ela comemorou ao encontrar seu celular em meio a bagunça de suas coisas jogadas no meu banco de janela.

─ Acho muito legal você e a Nina terem permanecido na academia de dança por tanto tempo.

─ Ah, maravilha, obrigada por me lembrar que ela também vai estar lá e eu vou revê-la novamente depois de quase dois meses longe. ─ a ironia em seu tom de voz me arrancou uma risada.

─ De nada. ─ forcei um sorriso.

─ Você deveria voltar, sabe que será sempre bem-vinda. Você faz falta.

Eu fiz parte de uma academia de dança por cinco anos. Entrei com dez e saí com quinze anos de idade, não foi por querer, apenas me sentia deslocada, eu gosto de dançar, tenho talento para isso ─ segundo alguns professores ─ mas não me encontrei nisso como a Anis e a Nina. Agora, após quase um ano fora, não sei se voltaria, mas sinto falta.

─ Bem, não vai rolar, mas qualquer dia eu apareço na academia para ver como estão as coisas e talvez até participar de uma aula.

─ Estamos explorando mais estilos de dança, você iria adorar.

Algumas infinidadesOnde histórias criam vida. Descubra agora