Uma Criminosa

Capítulo 2

Puxando o vestido acima dos seus pés exibindo os saltos altos Prada que combinavam com o Valentino branco que carregava um decote em fenda nas costas, era totalmente fatal, pelo menos foi assim que Beatrice sentiu ao se olhar no espelho e naquele exato momento enquanto subia as escadarias laterais, para fugir dos fotógrafos, do centro de convenções onde estava sendo realizada a festa de Natal em Chicago.

Quando enfim chegou ao topo das escadas soltou o vestido que caiu fluído ao seu redor. Seu tio sorriu satisfeito pela aparência dela, andaram lado a lado entrando no salão do lugar, que sem nenhuma surpresa já estava cheio, lotado de ricos "benfeitores" da sociedade, aquilo fez Beatrice querer rolar os olhos em tédio, pois para ela não passava de uma de um bando de gente hipócrita reunida para mostrar seus melhores vestidos, relógios e jóias.

— Nosso alvo já está aqui?

Perguntou ela baixo o suficiente para apenas o tio escutar, esse acenou para um conhecido enquanto adentrava mais o salão. Os olhares já se voltavam para o casal, principalmente para a bela mulher ao seu lado.

— Sim... Ele é o maior benfeitor dessa festa. — comentou o homem com um sorriso falso que ela imitou.

— Ótimo, então vamos agir...

— Vamos!

Com facilidade eles se separaram para cobrir uma área maior, Beatrice foi pela esquerda procurando pelo alvo, não queria passar muito tempo naquele lugar, quanto mais ficasse ali mais teria que fingir ser uma idiota fútil que aceitava gracejos baratos. Passou seus olhos pelo lugar e não viu nada, apenas tolos babando em seu decote... Homens são eram tão estúpidos... Pensou ela.

Um garçom passou e ela aproveitou para pegar uma taça de champanhe, levou aos lábios enquanto passou a mão livre pelo cabelo ondulado artisticamente, era tão nauseante ficar sendo observada com descaramento excessivo e cobiça desmedida, Beatrice sabia que era apenas um rosto superficial o que tinha a qual fazia uso somente para distração dos outros. Ela resolveu ser mais rápida pelo ambiente, estava quase terminando sua sessão de busca quando avistou seu tio, que parecia ter sido bem sucedido, pois estava à frente do alvo deles.

Com um suspiro ela deixou um sorriso escorrer em seus lábios pintados de cor vinho e começou a caminhar em direção aos dois homens. Iniciou a sua avaliação dali mesmo medindo o tal Storm, não tinha total visão, pois ele se colocou de costas para onde ela estava, mas seu tio a viu, mas claro que não deu nenhuma indicação, estava fingindo estar muito interessado na conversa, todavia, quando ela estava quase chegando neles alguém a interrompeu puxando suavemente seu braço.

— Perdão... Posso falar com você?

A voz grossa junto do toque inesperado a fez virar para ver quem era e ela não gostou de ser tocada sem permissão, por isso praticamente fuzilou com um olhar aquele homem que a encarava com um sorriso.

— Não! — ela disse friamente. — Agora solte meu braço.

O sujeito franziu o cenho ela aproveitou e puxou o braço da sua mão virando-se para ir, mas não obteve êxito, o tolo voltou a tocar nela, Beatrice sentiu vontade de dar um golpe na sua garganta e sufocá-lo.

— Espere princesa... — ele falou a Beatrice que rangeu os dentes.

— Não me toque.

Cada sílaba saiu cheia de gélida, o homem pareceu não notar o perigo, sorriu abusado dando um puxão leve nela. Beatrice travou como pode os saltos e se preparou para quebrar a mão daquele homem, discretamente é claro, mas foi então que outra pessoa surgiu. Pegou em sua cintura e a levou de volta à posição original sendo que no processo afastou o toque masculino da sua mão. A primeira coisa que a atingiu, antes de olhar para trás e franzir o cenho, foi um cheiro fresco, limpo e caro.