Capítulo 4 - Oferta Irrecusável

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O Sr. Jacques mandou algum tipo de mensagem instantânea para um dos competidores que estavam do outro lado da floresta, avisando que já tínhamos alertado as autoridades. Ele também pediu que procurasse por Axel. Rapidamente, o rapaz saiu à procura dele. Quando Axel apareceu no vídeo falamos que ele precisava nos encontrar. Combinamos de nos encontrar na margem do rio. Pedimos a ele que trouxesse o resto das pessoas, para todos se juntarem nos ônibus.

Eu e alguns outros, inclusive o mordomo, fomos até a margem e esperamos que as pessoas chegassem. Notei que agora o rio estava mais calmo, o que seria de grande ajuda para que todos pudessem atravessar sem maiores problemas. A primeira pessoa a aparecer foi Axel, que desceu o morrinho e atravessou o rio rapidamente. Os outros chegaram aos poucos e por último chegaram Jesse e o Sr. Shay.

Felizmente os guardas de Apolo chegaram e ajudaram Jesse a atravessar o rio. Todos eles vestiam fardas em tons terrosos e tinham um sol estampado no lado esquerdo do peito. O soldado Mave estava junto deles e não precisamos fazer a ligação de vídeo. Eu e Axel, as duas testemunhas do crime, tivemos uma conversa em particular com ele. Mave também quis conversar com Jesse, mas ele mal conseguia pronunciar as palavras, por causa da boca inchada. Jesse teve que ser levado até a base da Guarda de Apolo mais próxima para cuidar de seus ferimentos e para que fosse registrado um boletim de ocorrência contra Mila. O resto de nós voltou para o instituto e lá fomos liberados para voltar mais cedo para casa.

Eu não podia voltar sem avisar minha mãe, por isso fui até a secretaria do instituto e pedi para usar o telefone antigo. A secretária foi um tanto grossa comigo e falou que eu não poderia passar de dois minutos. Disquei o número da Fazenda dos Oliveira, onde minha mãe trabalhava e esperei que atendessem. Os Oliveira eram uma riquíssima família de apolíneos que vivia aqui na região. Raramente eram vistos na vila e mamãe dizia que eram pessoas de poucas palavras, mas pareciam ser gentis. Ela sempre via um pouco de bondade nos outros.

- Fazenda dos Oliveira, em que posso ajudar? – atendeu uma voz feminina.

- Oi, eu posso falar com a Eithora Sylvie?

- Claro, só um minuto. – ela disse e depois o telefone não emitiu nenhum som por alguns segundos. – Ela está do outro lado da fazenda. Quer deixar um recado?

- Sim. Diga a minha mãe que o instituto liberou Edeline mais cedo e ela vai passar nos institutos dos pequenos para buscá-los. Diga a ela que não precisa se preocupar. Entendeu?

- Entendi.

- Muito obrigada. Tenha um bom dia. – disse educadamente e finalizei a ligação.

Devolvi o telefone para a secretária chata e sai do instituto. Fui da zona norte até o centro e peguei Heikki na saída de seu instituto. Fomos juntos até a zona sul e passamos no instituto de Carian. A volta para casa foi um pouco difícil sem mamãe. Aqueles dois não me obedeciam. Heikki principalmente. Ele tinha oito primaveras e era um danado. Carian, por sorte estava com fome, por isso não seguiu o irmão em suas trapalhadas, mas não parava de reclamar.

Estávamos andando de mãos dadas até que Heikki se soltou e correu em direção a rua. Não sabia o que mamãe faria num momento como esse, mas fiz o que achei certo.

- Carian, não saia de perto de mim e me ajude a chamar seu irmão. Heikki, volte aqui já! Precisamos voltar para casa, lá você pode brincar. – gritei.

- Sasha vem brincar hoje. – sussurrou Carian. Olhei para seu pequeno rostinho e não soube como agradecer. É claro, Heikki amava essa menina com todas as suas forças.

A Disforme - O legado da Ira [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora