Capítulo 4

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Victória Lennox

Estava irritada demais para falar qualquer coisa, aquele banco era desconfortável e duro; e não poderia ser diferente claro, afinal era para criminosos sentarem ali. Fiquei olhando pela janela, vez ou outra olhava de soslaio para Eric. Me irritava o fato de eu sempre me tornar uma criança manhosa quando ele estava perto de mim. Anos me orgulhando de ter finalmente amadurecido e quando me encontro com ele é isso o que acontece?!

Ele virou em uma rua e parou em frente à delegacia, vi quando ele suspirou cansado, meu coração apertou ao vê-lo daquele jeito, desejei com força que fossemos outras pessoas, que eu tivesse feito coisas diferentes no passado, ou que eu apenas deixasse de ama-lo. Mas parece que esse foi o meu castigo por mentir, trair e enganar o Eric. Era a cruz que eu carregaria até o fim da minha vida, eu iria ama-lo para sempre e eu não o merecia.

Por mais que meu coração gritasse para que eu implorasse para que ele me aceitasse de volta, o meu orgulho, porém me impedia de fazer isso. Quando eu estava pronta para implorar por seu amor, ele me mostrou o quanto mudou e me magoou também. Não tanto quanto o magoei, mas ainda assim doeu em mim mais do que eu gostaria de admitir.

— Vamos! — Estava tão imersa em meus pensamentos que nem notei que ele havia saído do carro e agora segurava firmemente em meu braço; o suficiente para me impedir de fugir, mas sem me machucar. — Está dormindo ou o quê? — Perguntou ele rude.

— Eu só estava pensando no quão irritante você é. — Era inevitável, sempre que eu estava perto dele era como se meu orgulho tomasse conta de mim e me fizesse ser tão grosseira com ele, como ele foi comigo. Era mais forte do que eu.

— Não se preocupe Victória você é ainda a campeã. — Retrucou ele. — Agora cale a boca.

— Grosso.

— Você sabe que sou mesmo, muito grosso. — Abri a boca espantada com sua ousadia. — Não se faça de tímida Victória, não combina com você.

Eu não tive como responder, fiquei instantaneamente com a garganta seca e minhas bochechas ficaram coradas. Como era possível que ele ficasse tão calmo e frio perto de mim; se eu estava uma bagunça e em chamas?

— Ah Eric você voltou...— Noah cumprimentou Eric num corredor e logo me avistou. — Mas o que...

— Depois eu te explico, vou usar a sala de interrogatório dois. — Só poderia ser um número par.... azar o meu claro.

— Tudo bem. Oi Victória. — Cumprimentou-me Noah com uma expressão culpada.

— Oi cunhado...me tira dessa. — Sussurrei.

Noah permaneceu parado no corredor observando a cena, Eric abriu uma sala toda branca e com um grande espelho na parede, claro que alguém certamente iria ficar ali me observando como nas séries policiais que eu via na tv.

— Fique quietinha aí, tenho uma ligação para fazer. — Ordenou Eric, soltando as minhas algemas com cuidado. Minha mão coçou para começar a dar tapas nele sem parar, mas me contive.

— Por quanto tempo você acha que vai me manter aqui? — Questionei. — Eu conheço os meus direitos como cidadã americana e o máximo que você poderia ter feito é me dado uma multa e não ter me trazido para cá.

— Eu mandei você calar a boca. Acha que não sei fazer o meu trabalho? Quer me ensinar a trabalhar agora? — Semicerrei os olhos ao encara-lo. Porque o maldito tinha que ser tão lindo, tão alto, tão forte e ficar tão quente dentro daquele uniforme da polícia. Maldição.

Entre o ódio e o amor - Série Lennox - Livro 10 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora