Despertar - XV

6 1 0
                                    

                No dia seguinte no quarto - Ketty abriu os olhos bem devagar, vê uma luz forte no ambiente e fecha novamente, estava com corpo frágil, não conseguia se mexer. Não podia falar, pois ainda estava entubada, os rins não funcionavam sozinhos, o abdome precisava de atenção constante e ela havia perdido os cabelos por conta da grande quantidade de medicamentos. Ela só conseguia abrir e fechar os olhos e nesse primeiro momento não havia ninguém por perto. "Estar lúcida com a sensação que você pode estar morrendo é uma experiência inexplicável". Não sabia onde estava, sem poder se mexer, seu coração começou acelerar por medo. O ambiente do Centro de Terapia Intensiva é paralelo, não dá para saber se é dia ou noite. A enfermeira entra no quarto e depara com os olhos entre abertos de ketty, ela se aproxima pega em sua mão e fala suavemente com a menina:

- Ketty, eu sei que você esta assustada, mas, fique tranquila, vou chamar o Dr. Marcos e tudo vai ser esclarecido. Seus pais foram chamados e foi uma correria em casa e ir o mais rápido possível para o hospital. No quarto o Dr. Marcos, fez o procedimento de remoção do tubo lentamente. Contou a ela tudo que aconteceu, como foi parar no hospital e quanto tempo estava ali com eles. Ketty começou a chorar, não estava entendendo nada, sem poder falar, com poucos movimentos no corpo estava se sentindo numa prisão, mas ela sentia uma presença calorosa bem perto dela, não sabia definir a paz e nem imaginava que sua avó estava ali assistindo tudo e dando passe em sua neta. Ela foi ficando mais tranquila e adormeceu....

Fim...

Nota

                Embora Ketty diga que seu primeiro instinto foi bancar a durona e não deixar o coma afetar sua vida ou objetivos, ela admite que tudo mudou depois do acidente. Sua recuperação foi lenta, teve que reaprender muitas coisas. Mesmo sem ter as lembranças da sua experiência no plano espiritual, ela continua recebendo ajuda para lidar com as ansiedades e dificuldades do cotidiano, a tomar decisões de vida que ela talvez tivesse evitado antes de tudo acontecer. "Ela se tornou uma pessoa destemida, que foi capaz de enfrentar a família e se casar com seu namorado Pablo, 03 anos depois de sair do hospital." Tiveram uma menina linda quem se chama Cristina.


Despertar...Onde histórias criam vida. Descubra agora