VI

11 1 2
                                    

- Então você nunca o viu antes? - O policial, nomeado Barns pelo distintivo preso à sua farda, coçava os olhos parecendo muito cansado para dar continuidade àquela interrogação. A garota apenas assentiu com a cabeça, apavorada demais para o dizer qualquer informação produtiva para a investigação, fazendo-o assim, suspirar. - Eu e meus homens vamos checar o local por mais algumas horas e depois vamos levar todos os indícios à delegacia. Não sei quem é seu chefe e não quero saber, então pode ir pra sua casa, está dispensada. Sua presença vai acabar nos atrapalhando. 

- T-tudo bem. - Ela respondeu, antes de recolher suas coisas e sair correndo dali.


xx


"A polícia encontrou um corpo decapitado e desmembrado em um posto de gasolina na área de Longwood, próximo ao Riverway I. A polícia de Boston já está envolvida no caso. A única pessoa que estava no posto no momento do crime, a própria atendente, diz que nunca viu o homem antes, mas listou as características."

A televisão logo foi desligada, interrompendo ali a repórter prestes a descrevê-lo.


xx


- Louis? 

Ele logo animou-se. Ouvir a voz de Lindsay depois de tanto tempo era como música para seus ouvidos. A irmã havia despertado naquela madrugada, o fazendo perder todo o sono. Lindsay ainda tinha dificuldades para falar e mover-se, porém apenas o fato de que ela estava bem e não corria riscos deixava Louis feliz por completo. 

O nome dele fora o primeiro a ser chamado pela garota ao abrir os olhos, pesando sua responsabilidade e culpa nos ombros. Sabia que parte daquilo era por culpa sua, sabia que se não tivesse brigado com a irmã e a deixado sem sua segurança, nada disso teria acontecido e tinha consciência de que toda a sensação de lástima não iria embora quando ela acordasse.

Se sentia estranho em relação à irmã, mesmo sabendo que não devia.

- O que houve, Linds? - Ele indagou, sentando-se ao lado do corpo quase inteiramente imóvel deitado sobre a cama. Lindsay segurou sua mão forte, fazendo o outro assustar-se.

- Eu acho que... Será que você podia me dar uma ajudinha aqui, irmão? - Louis logo entendeu o recado, fazendo um pouco de esforço para erguer a irmã até que ela estivesse sentada com as costas apoiadas em um travesseiro. 

- Melhor? - O mais velho sorriu fraco. 

- Ah sim, muito obrigado. - Ela tentou sorrir de volta, fazendo uma cara de dor a seguir. - Eu acho que nunca mais vou voltar a dormir normalmente. Esses pesadelos insistem em aparecer toda vez que fecho os olhos. 

Louis não sabia o que dizer, mas sabia o que pensar. E as palavras em sua mente eram as mesmas de quando Lindsay sumiu: "é tudo culpa minha".

- Pode me alcançar um copo d'água, por favor? 

Assim ele fez; foi em direção à cozinha, apanhou um copo e o encheu até a borda. Ele sabia o que estava acontecendo ali: estava realizando todas as vontades de Lindsay pois sabia que ela seria capaz de jogar tudo na sua cara mais tarde, mesmo que não intencionalmente. Essa ideia já havia passado em sua cabeça várias vezes, mesmo que sua irmã só estivesse sã por algumas horas. 

Demorou mais do que devia naquele cômodo, só se dando conta quando pequenas gotas de água começaram a escorregar pelo copo de vidro e molhar sua mão.

- Aqui. - Ele a entregou o objeto, a vendo bebericar de vez em quando. 

- Será que você poderia me dizer o motivo de estar tão quieto? - Ela perguntou divertida, apesar de tudo, pousando o copo pela metade no colo, o segurando com ambas as mãos entrelaçadas. - Quer dizer, você mal falou comigo desde que... - Ela recuou quando Louis a olhou de maneira estranha. - Ah, Lou, qual é. 

- Eu acho que ainda não quero conversar. - Respondeu, soando mais seco do que realmente queria.

Lindsay ficou quieta pelo resto dos minutos que Louis passou ali, ao seu lado.


xx


Louis Tomlinson. Era ridícula a facilidade de achar informações na internet. Jornais locais faziam questão de praticamente grafar o nome da vítima e de sua família. Mal sabiam que aquela boa dose de informação seria muito necessária para que seu plano fosse posto em ação. 

Achou Louis no Facebook. 

Sua foto de perfil mostrava outro lado dele, muito diferente com que acostumou-se a ver nas manchetes: estava sorridente, rugas abaixo dos olhos e belos dentes. Parecia, para quem o via, que aquele era um sorriso sincero, que estava realmente feliz. O achou adorável.

Em sua timeline, muitos recados de ajuda e força para a família. O homem não sabia se Louis era realmente popular ou aquelas eram apenas pessoas tentando dar falso apoio. Todos falavam as mesmas bobagens cansadas, tentando passar para Louis um amparo fajuto. 

Nunca se interessava por suas vítimas - na verdade, aquela era a primeira vez que tinha um real plano para com alguém - e já estava se arrependendo. 

Rolou a página por mais alguns minutos até as postagens sobre o sumiço de Lindsay estivessem extintas sob seus olhos, e deparou-se com muitas coisas sobre as viagens de Louis e seu grupo, inclusive de Lindsay, seus amigos e os lugares onde já haviam visitado e os que queriam visitar. Vira e descobrira mais coisas sobre ele, o tipo de música que gostava, o que fazia no seu tempo livre, os lugares que frequentava, o que fizera antes de viajar, tudo, não deixara nada para trás. Ele não sabia ao certo o motivo de estar vasculhando a vida da sua próxima vítima de ponta-cabeça, mas sentiu que devia. 


xx


HIATUS DE DOIS MESES, QUEM QUER ME APEDREJAR LEVANTA A MÃO! 

não esqueçam do comentário, qualquer coisa podem me chamar no @cslifournia ou no @lourryboards no tt! EU AMO VOCÊS


Killer At Night - au l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora