Prólogo

174 13 1
                                    

Era conhecimento de todos que o assassino agia pela noite, mas nenhum habitante daquela cidade acreditava que ele atacaria naquela em especial. Na época, só tocavam no assunto "Coringa de Boston" em canais de menor audiência e por esse motivo pessoa alguma o temia tanto assim.
Era quatro de julho, Dia da Independência Americana; todos os lugares estavam repletos de enfeites azuis e vermelhos, faixas com a bandeira da nação estavam em cem por cento dos locais em que se virava o olho, homens e mulheres de todas as partes da cidade iriam para o parque municipal para comemorar o dia mais importante do ano. Até mesmo ele.
Aos poucos o lugar começou a lotar, todos esperando pelos fogos que seriam soltos às seis horas da tarde. O clima estava quente e seria o momento perfeito, já que o sol começava a se por. "Que mundo maravilhoso!", o homem cantarolava enquanto colocava algumas cordas e um rolo de fita adesiva na bolsa enorme de viagem que levara em todas as vezes que cometera seus assassinatos.
Um grupo de amigos em especial estava de passagem pela cidade e decidiu fazer uma pequena pausa para apreciar toda a beleza da comemoração. Estacionaram a cinco quadras do parque; não por vontade própria, mas por culpa do acaso que pusera mais de oitenta carros em seus caminhos.
- Podem ir, pessoal. - A garota de aparência mais jovem que os demais avisou. - Vou passar em uma lojinha, quero uma lembrancinha da nossa pequena passagem por aqui.
Não era culpa dela, era uma tradição de família. Em todos os lugares, ela e seu pai compravam uma lembrança para que nunca esquecessem os momentos que viveram em determinado lugar.
- Sem problemas. Vamos arranjar um lugar para sentar. - O garoto loiro sorriu, assentindo. - Quando acabar suas compras idiotas, me manda uma mensagem.
- Você é um babaca, Louis. - Ela revirou os olhos. - Aposto que se eu morresse você nem ia sentir minha falta.
- Com certeza não ia mesmo.
- Ok gente, já deu desse assunto. - Uma mais baixa repreendeu os dois. - Linds, vá comprar suas coisas, nos vemos depois. E Louis, vê se para de implicar com ela. - A moça o deu um tapa no braço.
Quatro dos amigos foram para o lugar desejado, enquanto Lindsay procurava um bazar qualquer para comprar a lembrancinha mais bonita que encontrasse, mas ela não queria gastar todo o pouco tempo que lhe restava até os fogos começarem. "Deus me livre de perder!"
Coringa, como era erroneamente conhecido, morava não muito longe do parque, pois era seu ponto preferido da cidade, então não demoraria muito a chegar. Colocou sua bolsa no porta malas do carro e saiu em busca de sua mais nova vítima e, passando a cinco quadras do parque a encontrou.
Ela era como um presente enviado única e exclusiva para ele: cabelos castanhos e longos, olhos azuis claros e sardas na pele estendidas por toda a extensão de seus braços e pernas. Ainda tinha um sorriso bobo nos lábios, como se estivesse em um sonho o qual a moça não queria acordar. "Que mundo maravilhoso!", resmungava alegremente enquanto batucava o volante com a ponta dos dedos. Porém, o sorriso de Lindsay logo sumiu quando virou-se para trás, encontrando um rosto totalmente coberto por tinta vermelha, verde e branca. Ela não tinha ideia do que esta acontecendo e mais tarde faria questão de esquecer.

Killer At Night - au l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora