Embora aquela fosse uma viagem não muito longa - quatro horas dentro de um carro não é o sonho de ninguém -, Louis finalmente permitiu-se cair no sono. Ele mal lembrava quando fora a última vez que dormiu por tanto tempo, mesmo que o banco do carro fosse desconfortável e o cinto de segurança não o deixava se mexer muitas vezes.
A mãe, por sua vez, mal piscava; olhos atentos na estrada misturados com a ansiedade de ver a filha depois de cinco dias sem poder ter nenhum tipo de contato. Ela não se continha por dentro, mas por fora, teria que continuar acoada.
Logo a placa com os dizeres "Bem vindos a Boston" surgiu em seu campo de visão, que prontamente acordou Louis, alegando que não queria que o filho perdesse nenhum segundo do que estaria sendo o dia mais importante de sua vida. O que não era mentira, ele pensou, mas também não era tudo aquilo. A todo momento ele sabia que Lindsay estava bem, só não tinha certeza de onde.
Rodaram de carro por mais vinte minutos desde que chegaram à cidade, à procura da localização de Lindsay, tudo isso por que Louis abominava GPSs. Ao encontrar o local, ambos bufaram aliviados.
- Tem certeza que é aqui? Não aguento mais andar por essa cidade que não conheço. - Louis perguntava impaciente, olhando para fora da janela do carro procurando algum sinal do tal Trevor.
- Ou esse é o prédio, ou eu não sei ler, Louis.xx
Louis e sua mãe queriam a todo momento manter a calma, mas esta tarefa parecia impossível de ser cumprida quando eles estavam frente a frente com a porta de Trevor e, um pouco mais precisamente, juntamente com Lindsay acolhida. Ambos se entreolharam e no segundo seguinte ouvia-se quatro batidas no pedaço de madeira cinza que insistia em separá-los tão de forma tão cruel. Por favor, por favor, por favor, por fav...
As súplicas de Louis prontamente foram interrompidas quando o morador atendeu a porta, sorrindo para os mais novos visitantes.
- Sra. Tomlinson e... filho? - Ele apressou-se a perguntar mas sem tirar o belo sorriso dos lábios.
- Louis. - Este, por sua vez, revirou os olhos e logo estendeu a mão para Trevor apertar, em sinal de cumprimento. - E Sra. Tomlinson.
- Prazer, podem entrar.
Hesitaram por alguns poucos segundos, mas seguiram seus comandos. Não puderam se conter ao adentrar o apartamento pequeno, porém muito bem mobiliado e organizado, decorado com o que parecia simples e delicado e ao mesmo tempo caro o suficiente para que não tivessem aquelas coisas em suas próprias casas. O lugar era bem iluminado, pois sua parede paralela à porta era completamente envidraçada, fazendo assim o sol das dez horas parecer mais vibrante do que realmente era. A mobília era toda em tons claros, contrastando com o piso de madeira marrom. De longe aquela era a casa mais luxuosa que Louis e sua mãe já ousaram colocar seus pés.
- Não reparem a bagunça, acordei a pouco e não deu tempo de arrumar tudo ainda. Sentem-se, por favor.
Trevor era simbolicamente alto, tinha cabelos castanho escuros bem aparados nas laterais e bagunçados em cima, corpo atlético de quem faz exercícios todo dia, Louis pensou, olhos verdes muito chamativos e lábios finos; estava usando calça de abrigo e moletom preto.
- Posso lhes oferecer alguma coisa? Água, café, refrigerante, croissant, bolo? - Oferecia tudo o que lhe cabia no momento, indo em direção à cozinha.
- Não, muito obrigado. - Sra. Tomlinson, como era cordialmente conhecida agora, respondeu de maneira tímida. - Louis, você quer alguma coisa?
Seu estômago o traiu naquela hora, o fazendo lembrar que o mesmo estava vazio desde a tarde anterior.
- Acho que só um café mesmo.Trevor chegou rapidamente com duas canecas de café, uma para si e uma para Louis, entregando-a.
- Não quero parecer mal educada, mas quando vou ver minha filha?
- Mil perdões, Sra. Tomlinson. Pode vir comigo? - Estendeu a mão para ajudá-la a levantar-se. Louis os seguiu.
Os três andavam como fila indiana por dentro de um corredor que parecia não ter fim, repleto de portas fechadas e tonalizadas com a cor marrom. Trevor parou na penúltima porta e a abriu, dando espaço para que os Tomlinson passassem.
A caneca de café escorregou pelas mãos de Louis assim que ele avistou sua irmã dormindo naquela cama, enquanto ouvia sua mãe chorar ao fundo e nada mais.
Lindsay estava em sono profundo como se não fosse acordar nunca mais. Suas mãos estavam esfoladas e com uma pequena quantidade de sangue seco, seus braços com inúmeros vergões e cortes profundos, os lábios rachados, olhos afundados e vermelhos em volta, sua pele estava pálida.
- Eu... - Foi tudo o que ele conseguiu falar antes de desabar em frente a sua mãe e Trevor. Correu até a irmã com lágrimas soltando-se de seus olhos e sentou-se ao seu lado.
- Lindsay, por favor. - Louis suplicou, apanhando uma das mãos machucadas e levando ao encontro dos lábios, deixando que suas lágrimas pousassem ali. - Linds, quem fez isso com você? Por favor, me diga quem foi.
Ele sabia que ela não o responderia mas queria tentar, tentar e tentar até conseguir.
O mais velho passou a mão nos cabelos desgrenhados da irmã, a acariciando em forma de carinho,- enquanto sua mãe aproximava-se e se acomodava nos pés da cama. Trevor desapareceu da porta, indo para qualquer outro lugar da casa,os deixando sozinhos dentro do quarto.
- Eu queria poder ter impedido isso, Lindsay, eu queria mesmo, me desculpe... - Seu choro não o permitia dizer mais que aquilo.
- Lou? - Ouviu a voz da mãe em um chamado e virou-se para ela, que segurou sua mão. - Está tudo bem, ela está conosco agora. Tudo isso, nós vamos dar um jeito logo.
Louis encontrou, pela primeira vez em dias, conforto nas palavras da mãe. Nada mais era tão importante naquele momento, Lindsay estava viva como ele sempre soube e, embora ela estivesse complemente agredida, ele sabia que tudo ficaria bem. Ela estava diante dele.xx
que tristeza escrever cenas com meu pãozinho de mel chorando, mas as vezes é preciso n eh mesm?
to deixando os dias pra postar de lado, ou seja, pode ter att hoje ou daqui há quinze dias. descobri que não sou boa com compromissos.
xxtroyet91
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Killer At Night - au l.s
Gizem / GerilimUm novo assassino aprisiona a cidade de Boston ao caos e a um medo incontrolável da população. Ninguém sabe de sua identidade a não ser o mesmo, que mata brutalmente com uma vestimenta de Coringa. O homem não tem preferências com suas vítimas, qualq...