Eu conheci o Lucas numa época boa da minha vida. Tinha terminado a faculdade e o emprego novo elevou meu estilo de vida. Fomos apresentados por um amigo em comum. O rapaz estudava idiomas na mesma escola que um antigo colega de faculdade meu.
Era noite de domingo, Dan estava me visitando... eu procurava alguma coisa no guarda-roupa enquanto ele estava deitado na minha cama usando as redes sociais pelo celular:
― Amigo você precisa de um namorado!
― Preciso nada! Está tudo ótimo!
― Você está na farra e eu sei que não gosta disso! Precisa sim! Cala a boca!
― Para! Ontem mesmo, eu saí com um cara bem legal, chamado Alexandre. Curtimos uma aventura única. Foi aqui na porta de casa inclusive, no carro! Nunca mais irei vê-lo, sem compromisso... Está tudo bem, tudo zen!
― Quem é você? E o que fez com meu amigo?
Daniel era persuasivo como todo bom geminiano e tentava me convencer a sair com o colega dele.
― Dan... agora que finalmente eu encontrei paz, você quer me jogar nas trevas de novo?! ― Rimos da situação. ― É assim que você diz me amar?
― Vitor, para com isso! O menino lá nem lembra que você existe! E você aí se fechando para a felicidade! Não era seu sonho?!
― Cara, por isso que eu te amo! Até me atormentando tu me faz bem!
― Eu sei! Por isso já mandei sua foto pro Lucas! Quer saber a opinião dele?
Eu ri, claro! Pensei um pouco e respondi que sim. Quando li a conversa, descobri que ele havia me achado bonito, então abri a foto dele para avaliar:
― Maissss ou menos Dan! Ele é estranho!
Dan completou:
― E louco! Mas é um amor de pessoa! E sabe escrever direito!
Aquilo me despertou interesse, mas tentei disfarçar:
― Mas isso é o básico né seu idiota!?
Rimos... Dan tinha uma mania que eu admirava e adotei. Abominamos o internetês. A língua portuguesa é tão linda, por isso escrevemos e falamos corretamente mesmo nas conversas virtuais. Poucas pessoas observam isso, mas aquelas que o fazem não são quaisquer pessoas.
― Ok! Passa meu contato, não tô fazendo nada essa semana mesmo.
― Já passei faz tempo! Olha seu celular!
― Tu tá ligado que vai ser padrinho, né? E terá que dar o melhor presente! ― Rimos da piada.
Como eu gosto daquela criatura! A gente tinha tudo pra ser o melhor casal do mundo, mas o Dan era tão legal, que só de pensar na possibilidade de decepcioná-lo (e um relacionamento envolve isso) eliminava qualquer possibilidade de avançarmos. Era mais que um amigo, era meu irmão.
― Não terá casamento se eu não for o padrinho meu amigo! - Rimos mais ainda.
Pelo celular, lucas me cumprimentou. Eu li a mensagem e observei a foto do rapaz com mais atenção. Cheio de deduções. Era um perfil bacana, exótico. Me fez sorrir e pensar "Porque não?". Melhor tomar um banho antes de responder.
― Oi rapaz! Boa noite. Sim, ele me falou sobre você. Estudam juntos, não é verdade? Tudo ótimo e contigo?
― Oi! Tudo bem! Sim, estamos sobrevivendo ao curso!
― Legal. Espero que esteja cuidando bem do meu amigo, viu? Gosto muito daquele cara.
― Sim, claro! Ele é muito gente boa. Adoro o Dan também. Mas não se preocupe que eu sei que você é o favorito. kkkk
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Cozinhando Letras
RandomA Arte de Cozinhar me lembrar a Arte de Escrever. O Escritor é o chefe da obra. Ele tem seu próprio tempero e seu jeito especial de conduzir o mundo que ele cria. Ora faltará sal, ora faltará açúcar, e muitas vezes a pimenta será das boas. Iremos s...