Capítulo 6 - Bad Wolf

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  Músicas do capítulo:
RIVVRS - Ready To Begin

Dorothy - Wicked Ones

Novo Amor - Cold

Ruelle - Monsters


Catherine terminou de vestir o vestido rodado verde-água que havia ganhado de seu pai no Natal do ano anterior e trocou os tênis que tinha ido a escola naquela manhã por um par de sandálias baixas. Ela prendou o cabelo em uma delicada trança lateral, caminhou pelo longo corredor do primeiro andar e foi direto em direção a sala de estar, sentando-se no sofá de couro de sua mãe.

Os móveis da sala de estar eram iguais os outros do resto da casa: brancos, modernos e elegantes. Os olhos de Catherine foram desviados da mobília para seu relógio de pulso e ela suspirou. Andrea tinha combinado de ir com ela ao restaurante que os pais de Megan tinha aberto no centro da cidade, não muito longe de onde ela morava, mas a mulher estava atrasada uma hora e meia. Catherine suspirou mais uma vez e remexeu-se no lugar, sentindo-se incomodada com o silêncio em que a mansão se afundava. Ela contou até dez e refez a trança duas vezes, tentando fazer qualquer coisa que a distraísse. Quanto mais ela se recusava a pensar em tudo o que estava acontecendo, ela se lembrava do que tinha acontecido mais cedo, no hospital quando fora visitar Erin.

A loira andou lentamente até a ala dos pacientes em observação e parou na porta do quarto no exato momento em que Erin empurrava o garfo de volta ao prato em sua frente.

— Eu não vou comer essa coisa nojenta. — a morena murmurou, fazendo uma careta. A chuva forte golpeava bruscamente o outro lado da janela do edifício. Uma enfermeira baixinha vestida de branco apareceu e pediu licença, recolhendo a comida intocável pela paciente, anotando alguma coisa ilegível em uma prancheta que trazia consigo.

Erin cruzou os braços e balançou os pés cobertos pelo lençol azul turquesa. Catherine acenou timidamente com uma das mãos e entrou no quarto calculando os passos, recebendo uma rajada de ar frio ao fazê-lo. Sam estava lá, com a mesma roupa do dia anterior, sentada no braço da poltrona branca ao lado da cama. Seu olhar estava perdido e ela tinha grossas olheiras debaixo dos olhos azuis por ter passado a noite inteira rolando na cama. Ela segurava a alça da sua bolsa transversal com tanta força que os nós de seus dedos estavam brancos.

Catherine engoliu em seco e encarou a pequena televisão do cômodo.

O canal de notícias locais transmitia uma reportagem sobre o que acontecera com Erin e Hector na represa.

O casal de adolescentes, de acordo com as informações cedidas pela polícia, foi atacado por um anônimo utilizando uma máscara inspirada na franquia de filmes "Pânico", obras do consagrado diretor Wes Craven, hoje símbolo da cultura pop. O local é o mesmo onde um cadáver de uma jovem foi encontrado. — A repórter com aparência jovem informou. Atrás dela era possível enxergar o lugar abandonado onde havia acontecido a tragédia. Mesmo chovendo, vários policiais estavam no local e uma grande faixa amarela da polícia estava cobrindo todo o perímetro. — Investigações estão sendo feitas, mas os nomes das vítimas não foram divulgados.

— O horário de visitas acaba daqui a vinte minutos. — Erin reclamou e com um movimento rápido, pegou o controle ao lado da cama e apertou o botão de desligar.

Catherine internamente suspirou aliviada, brincando com os berloques da sua pulseira. Sam se mexeu desconfortavelmente na poltrona, desviando sua atenção para a chuva trilhando linhas paralelamente tortas no vidro da janela em uma dança deprimente.

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