Capítulo 4 - Bitch's Hunting Season (Parte I)

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Músicas do capítulo:

Wake Owl - Wild Country

Howard - Religion


Depois de receberem a mensagem e do susto ter passado, Erin, Catherine e Sam concluíram que aquilo era uma brincadeira estúpida de quem gosta de brincar com a dor dos outros. Resolvendo ignorar todos os tipos de comunicação desconhecidos destinada a elas, elas excluíram de seus celulares a mensagem ameaçadora e foram cada uma para suas respectivas salas.

Erin confundiu-se com seu horário no caminho e por isso, chegou ao laboratório de química faltando exatamente um minuto para a professora fechar a porta. A mulher podia até ser nova, mas já se comportava como uma velha ranzinza e não aceitava desculpas. Os atrasos tornavam-se intoleráveis e ela deixava essa regra bem clara de ser pontual quando mandava todos os atrasados para a detenção.

— Detenção logo no primeiro dia de aula, Erin?

— Não vai acontecer de novo.

A Sra. Smith analisou Erin por cima dos óculos e acabou dando um passo para o lado, apenas o suficiente para que a morena passasse e caminhasse para os fundos da sala, onde havia apenas uma bancada disponível com dois lugares vazios.

A professora fechou a porta e voltou-se para o quadro negro, parando no meio dele. Como era comum em todos os primeiros dias de aula, apresentou-se e começou falando um pouco da matéria que iriam estudar naquele ano.

Erin até tentou prestar atenção, mas sua mente ficava trabalhando como uma máquina tentando compreender a origem daquela mensagem. Ela não era inteligente e tirava nota máxima em todas as provas como Sam, entretanto se esforçava para conseguir entrar em uma faculdade e estava tentando achar uma resposta quando Peter, que estava fazendo dupla com um asiático estranho na bancada da frente, virou-se para trás e estralou os dedos bem na cara da morena.

— Oi, você está bem? — ele perguntou ajeitando os óculos de grau no rosto. Ela piscou com força, concentrando-se nas palavras do rapaz.

Erin não respondeu nada e apenas balançou a cabeça, abaixando-se para pegar seu livro em sua mochila. Assim que o achou, jogou-o na bancada de granito com tanta força que Peter quase se arrependeu de fazer a pergunta.

— McCarthy! Por acaso há algum problema entre você e o senhor Thomas? — A Sra. Smith gritou e os dois imediatamente olharam para frente.

Erin engoliu em seco, Peter viu o nervosismo da morena pelo canto do olho e pigarreou antes de tomar iniciativa:

— Não, senhora, foi absolutamente tudo culpa minha. — Peter disse de um modo tão sincero que pareceu convencer a mulher. Ela assentiu e voltou a explicar sobre uma reação química que os alunos teriam que fazer naquela primeira aula experimental do ano.

Peter não aguentou e novamente virou-se para trás.

— Que droga, Peter, o que você quer? — Erin sussurrou irritada quando ele cutucou seu braço enquanto ela tentava acompanhar a explicação.

— Você ontem saiu mais cedo do trabalho depois que o detetive apareceu e me prometeu que iria voltar e cobrir o meu turno, mas não veio e me abandonou para morrer naquela espelunca que chamamos de trabalho. Sabia que Frank e Mark não largaram do meu pé um minuto?

Erin olhou para o amigo e revirou os olhos. Sabia que ele não iria parar de perguntar até conseguir respostas e sentiu remorso, não podia culpá-lo por ser um bom amigo.

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