Capítulo 7 - Partners In Crime

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 Músicas do capítulo:
The Black Keys - Too Afraid To Love You

Kaleo - Way Down We Go

Oasis - Stop Crying Your Heart Out


Já se passava de meia noite e o tempo estava frio. A lua cheia escondia-se atrás das nuvens e Sam estava de pijamas, enrolada no seu cobertor. Ela se agarrava a ele do mesmo jeito que fazia quando criança, achando que se ficasse imóvel debaixo dele ele a protegeria dos monstros debaixo da cama.

As únicas luzes que entravam no quarto era as dos postes da rua e a do quarto de Lexi, que permanecia acesa. Ela estava encarando a janela da amiga fazia horas, procurando por alguma sombra que indicasse que Ethan estava em casa, mas não havia visto nada além do movimento das cortinas. Por mais que ela tentasse esquecer, toda a confusão que havia acontecido pairava sobre ela como uma nuvem espessa de poeira negra. Se ela tentasse afastá-la, mais ela se dissiparia.

Suspirando, a garota ajeitou-se no travesseiro e desviou o olhar para o teto, respirando fundo quando os barulhos noturnos do farfalhar das folhas deram lugar ao som de três batidas na porta do seu quarto.

— Sam, você já foi dormir? — a garota apoiou-se nos cotovelos e olhou para a madeira branca, escutando a voz de seu pai do outro lado. A maçaneta levemente se mexeu e ela mordeu os lábios, podendo ouvir os degraus de madeira da escada começarem a fazer barulho.

— Não, pode entrar. Ainda estou acordada.

Os passos de Malcolm ecoaram pelo corredor e ele entrou, colocando apenas a cabeça para dentro para depois passar o resto do corpo e fechar a porta atrás de si de modo silencioso. Estava sem os óculos e a gravata vermelha encontrava-se torta em seu pescoço, como se ele tivesse ficado nervoso e tentado tirá-la.

— Você devia estar dormindo e eu devia brigar com você, mas não vou fazer isso, então aproveite o fato de eu ser um pai legal. — ele disse, dando um meio sorriso e caminhando até a filha. Sam retribuiu o sorriso e voltou-se a deitar, acomodando-se mais para perto das almofadas. Ele sentou-se ao seu lado, apoiando as costas na cabeceira da cama e suspirou, olhando para as paredes e a pouca mobília do cômodo antes de virar-se para ela. — Annie recebeu uma ligação de Ethan no meio do caminho. Ela me contou o que aconteceu. Você quer conversar sobre isso?

Sam engoliu em seco:

— Não. Minha cabeça está doendo. — murmurou, exagerando um pouco na parte da dor de cabeça, vendo o professor cruzar as mãos sobre o peito.

— Tudo bem, imagino que tenha sido um longo dia hoje. — Malcolm buscou uma das mãos de Sam por cima da cama. Assim que a achou, segurou-a entre as suas e fez um pequeno carinho com o polegar. — Eu já pedi o conserto da porta dos fundos para o seguro. Eles provavelmente devem vir amanhã de manhã.

Sam concordou com a cabeça.

— Você precisa ir dormir agora, ok? — ele disse, olhando para ela depois de alguns minutos de silêncio, beijando o dorso de seus dedos e levantando-se do lugar. — Amanhã conversaremos.

Ele já ia se afastando e girando a maçaneta da porta para ir embora quando Sam o chamou:

— Pai? — o professor virou-se para ela, olhando-a com preocupação. — Você pode conferir se as portas estão trancadas?

— Hm, claro. — ele ficou sem jeito diante do pedido e olhou para a porta do quarto da filha antes de encará-la. — Essa não está. — e deu uma leve batida na madeira com a ponta dos dedos. Sam sorriu, um pouco mais tranquila, levantando as sobrancelhas em contentamento. — Não precisa ficar com medo, ok? Eu estou aqui.

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