Enjaulada: com a ansiedade, fobia, pânico e depressão

Introdução

Então eu estou doente. Me recusei por muito tempo a aceitar isso, mas cheguei num ponto em que era impossível negar que eu tinha sérios problemas. Não sei exatamente quando ou como ou o quê fez isso. Já revirei as gavetas da minha memória atrás de motivos, razões, possíveis explicações. Na verdade, encontrei várias pequenas coisas, mas nenhum grande trauma para que eu tivesse chegado aqui. Já ouvi muitas pessoas culparem a vida moderna. Não sei dizer se ela é culpada ou não, porém acredito que contribua para isso, afinal, estamos cada vez mais doentes.

Doenças mentais são tão difíceis de explicar, são complexas e podem vir de várias maneiras, pra pessoas diferentes. Ela não escolhe classe, cor, sexo, idade, religião. Ela não chega da noite para o dia. Leva tempo. Ela vem devagarinho, devagarinho, e quando você percebe ela já está lá. São tantos tormentos que a vida vira um fardo. O pior é que parece que todo mundo a minha volta está vivendo a vida perfeita, enquanto a minha é uma merda. Tudo fica mais difícil, absolutamente tudo. Dar um bom dia no elevador é algo que prefiro evitar, pois me cansa.

Por que eu? O que eu fiz para merecer isso? Acho que nunca terei essas respostas. Logo eu, que tento ser uma boa pessoa. Isso me parece injusto. Mas já que fui atingida, cabe a mim escolher lutar ou fugir. Sempre há um caminho longo e árduo e um caminho rápido e fácil. Escolho o longo, lutar. Quero voltar a ser eu mesma, aquela eu que via graça no mundo. Há dias em que prefiro fugir, pois me faltam forças para a luta. Mas ainda estou aqui, de pé, e vou enfrentar meu problema.

Se você gostou, não se esqueça de votar, é muito importante pra mim!

Ilustração de Shawn Coss: http://shawn-coss.squarespace.com/#/inktoberillness/