Medicação

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Primeiro, devo esclarecer alguns fatos. O remédio para depressão não é uma pílula mágica que te deixa feliz instantaneamente. Não é só colocar uma na boca e sentir a felicidade. Longe disso, a medicação tem muito efeitos colaterais. Em algumas pessoas pode até piorar a doença ao invés de curá-la.

A ciência ainda não inventou o remédio perfeito, portanto, a única maneira de saber se determinado remédio será bom para você é TESTANDO. Não há outra saída, infelizmente. E isso pode levar um bom tempo até encontrar a medicação que se ajusta melhor a você.  Quando você inicia uma medicação, deve esperar mais ou menos 1 mês para ver como seu corpo vai reagir. E provavelmente você não vai se dar bem com a primeira, sendo necessária ir para a segunda, ou talvez terceira, quarta...

O remédio ajuda, mas não faz mágica. Sem meus comprimidos, eu não teria conseguido sair da cama. Mas percebi que eu tinha problemas maiores dentro de mim que precisavam ser resolvidos. Essa parte já não é do médico, mas do terapeuta. Um complementa o outro, e com certeza eu não seria nada sem essa dupla (obrigada Raquel e Samanta).

Vamos ver alguns remédios que já tomei, seus prós e contras (para o meu organismo):

1. Escitalopram + Patz: o escitalopram me ajudou muito com a ansiedade, foi ótimo. Já o patz foi bem pesado, fiquei mole o dia todo (tratamento interrompido por conta própria).

Mudança de médico

2. Escitalopram + Donaren: o escitalopram foi bom, mas parece que perdeu um pouco o efeito. Já o meio donaren parecia pouco, eu pegava no sono rápido mas acordava no meio da noite às vezes.

3. Escitalopram + Donaren + Ansitec:  O ansitec ajudava o escitalopram na ansiedade. Mas aqui, a dose do donaren foi aumentada, passei a tomar 1 comprimido inteiro e isso me destruiu. Eu tinha muitos pesadelos e suor.

4. Escitalopram + Quetiapina: O escitalopram parecia não evoluir mais, eu me sentia parada no 50%. Já a quetiapina me fazia dormir bem, tão bem que eu passava o dia todo com sono.

Mudança de médico

5. Razapina: ótima para ansiedade e depressão e sono, porém me fez comer como um cavalo. Ganhei muito peso em poucos meses, então tivemos que interromper e procurar outro medicamento (ou eu acabaria o tratamento do tamanho de um elefante).

6. Pristiq + Zolpaz: Não senti nada com o pristiq, nadinha mesmo, nada mudou. Já o zolpaz me fez dormir bem, o tempo suficiente. Então a dose do pristiq foi aumentada até que...

7. Pristiq + Zolpaz + Lamitor: o lamitor é um estabilizador de humor. Parece que me deixou um pouco menos apática. A dose foi aumentada algumas vezes e fiquei um pouco mais animada, tive menos fases de ficar na cama o dia todo.

E para conter minhas crises de pânico, meu primeiro tarja preta: Rivotril. É um comprimido sublingual para ser usado somente em momentos de emergência, quando eu tiver uma crise na rua por exemplo. Tento usá-lo o menos possível, mas ainda existem situações nas quais dependo dele.
Tenho medo de ficar dependente, tenho medo de nunca mais conseguir viver sem remédios, e tenho medo do dia em que os remédios deixarão de fazer efeito. Mas não posso deixar que o medo me domine e faça com que me esconda!



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Ilustração de Shawn Coss: http://shawn-coss.squarespace.com/#/inktoberillness/   

Enjaulada: com a ansiedade, fobia, pânico e depressãoOnde histórias criam vida. Descubra agora