O que eu fiz?

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Oi!
Gente, muuuuuuito obrigada mesmo por todos os likes e comentários! Li todos e juro que no final da fic tudo ficará bem.
Obrigada de novo!!
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-Jamie POV-


Tinha acabado de chegar no fórum de Londres para a bendita audiência. Não via a hora de me divorciar de Amélia e finalmente me livrar dela. Estava tão ansioso que cheguei antes de todos. O Sr. Juiz estava sentado em sua cadeira quando fui chamado por sua assistente. Entrei e no momento que vi seu rosto sabia que algo estava errado.

"Sente-se." Ele disse. Me sentei na cadeira em frente à sua. "Olha, Sr. Dornan, tenho que te dizer que a guarda das crianças vai continuar com Amélia." Meus olhos se arregalaram.

"O que?" Ele suspirou alto.

"Estou sendo chantageado pela mãe dela, ela sabe coisas horríveis sobre mim. Ela pode destruir minha vida caso não faça o que ela quer. Por isso, te aconselho a não se divorciar, desta maneira pode continuar com suas filhas." Cerro meus punhos.

"O que ela tem contra você? Eu posso recorrer e ganhar! Não posso continuar casado com ela, não posso." Aumento meu tom de voz e ainda assim ele sacode a cabeça.

"Meu jovem, claro que pode recorrer, mas ela terá tempo suficiente para fugir com as crianças. Sei que o que estou fazendo é muito errado, mas estou salvando minha vida." Ele se explica.

"E está destruindo a minha, a das minhas filhas e a da minha namorada. Espero que consiga dormir a noite sabendo disso." Falo e assim que saio de seu gabinete vejo que todos os envolvidos já estão presentes. Abaixo a cabeça e digo: "Não vai ter divórcio, satisfeita Amélia?" Eu mal conseguia olhar para ela. O que eu iria fazer? E minhas meninas? E Dakota? Eu só queria morrer.


Fui para meu apartamento e liguei para meu pai que estava na cidade.

"Pai! Eu preciso que o senhor me ajude." Digo chorando, ele prontamente diz que virá me ver. Dulcie me olha confusa e me sinto a pior pessoa do mundo por ter aceitado a ameaça do juiz. No fundo eu sabia que Amélia era capaz de muito mais do que fugir com as meninas e isso me assustava muito. Abraço minha primogênita e logo penso em Dakota. O que eu faria? Seria eu capaz de machucá-la de tal maneira? Então, perdido em pensamentos ouço a campainha tocar. Abro a porta e vejo meu pai, o abraço com força e começo a chorar. Ele pede que Dulcie vá para o quarto ficar com a babá e a irmãzinha. Ela assente desconfiada, mas vai assim mesmo.

"O que aconteceu, meu filho?" Ela pergunta se sentando ao meu lado no sofá.

"Amélia, aquela mulher é o demônio! Sua mãe está chantageando o juiz! Eu tive que cancelar o divórcio ou ele ia dar a guarda das minhas meninas para ela. Eu não posso deixar minhas meninas sozinhas com ela." Digo desesperado. Meu pai me deixa desabafar antes de falar sua opinião. "E ainda tem minha Dakota, como eu vou fazer para terminar com ela?" Ele sacode a cabeça.

"Jamie, conta toda a verdade pra ela, é a melhor solução. Tenho certeza que Dakota vai te entender. Ela te ama." Ele fala e é a minha vez de sacudir a cabeça.

"Eu não posso! Amélia pode fazer alguma coisa contra Dakota. Eu não posso envolvê-la nessa chantagem toda." Explico. Sabia que Amélia era perigosa, e se eu contasse toda a verdade para Dakota ela iria lutar por mim e isso poderia não acabar bem. Preciso proteger minhas meninas, todas ela, inclusive Dakota.


Depois dessa conversa horrível com meu pai pedi que ele ficasse com as crianças. Eu tinha que ir até Paris terminar com meu amor. Resolvi ir se trem, demoraria mais para chegar, mas teria mais tempo para pensar. Ou beber. E foi o que acabei fazendo. Pensar em ficar longe de Dakota doía demais então resolvi beber.

Cheguei ao hotel e fiz a coisa mais difícil que já fiz na vida. Falei para Dakota que não a amava mais e saí como o covarde que sou. Definitivamente eu era a pior pessoa do mundo.


-três meses depois-


Minha vida estava um inferno. Mal conseguia olhar na cara de Amélia. Dulcie não falava mais comigo e pediu para que a colocasse em alguma escolinha integral. Assim o fiz e coloquei Aninha junto. Só via as meninas a noite, quando via. Dona Martha cuidava delas todos os dias e em seus dias de folga meu pai as buscavam.

Nunca mais tive notícias de Dakota. Acho que era melhor assim.

Estava deitado em casa, o que eu mais fazia ultimamente, quando recebi uma ligação de Erika.

"Alô?" Digo.

"Jamie, semana que vem você tem que comparecer para uma entrevista e um photoshoot do filme, ok?" Ela diz.

"Ok. A Dakota vai?" Pergunto incerto.

"Claro que vai. Olha, não tenho a menor ideia da merda que você fez com ela, e para falar a verdade não quero nem saber. Esteja lá." Ela fala nervosa e tenho vontade de chorar. Eu sabia que cedo ou tarde teria que a ver de novo. Minha vontade era só chorar.


Uma semana infernal se passou e estava na hora de viajar. Amélia queria ir comigo e pela primeira vez em três meses discuti com ela.

"Você não vai! Estou indo para LA à trabalho e vou sozinho." Digo sério.

"E você acha que eu vou te deixar sozinho com a Putinha Johnson?" Nessa hora vi vermelho.

"Não ouse falar dela! Eu ainda estou casado com você, não estou? Então, ao menos me deixe em paz nesse inferno que eu chamo de vida. Ah! E as meninas vão comigo." Falo e nem dou chance para ela responder. Me tranco no meu quarto para arrumar minha mala. Sim, eu e Amélia não dividimos um quarto.

Tarde da noite ouço uma batida na porta.

"Quem é?" Pergunto.

"Dulcie... eu quero falar com você." Minha pequena diz e eu abro a porta imediatamente. Essa era a primeira vez em pelo menos dois meses que ela fala alguma coisa comigo.

"Que foi, querida?" Pergunto carinhoso e ela se aproxima desconfiada.

"Dona Martha falou que a gente vai viajar. É pra ver a mamãe?" Ela pergunta inocente e meu coração aperta. Lágrimas invadem meus olhos. Dulcie se aproxima mais de mim e olha nos meus olhos. "Não chora, papai! A mamãe vai entender o que você fez. Era para proteger a gente, né?" Ela diz. "Eu ouvi você conversando com o vovô." Ela responde minha pergunta silenciosa. Assinto e ela me abraça. Meu coração se recupera pelo menos um pouquinho só de finalmente poder abraçar minha filha.

"Dulcie, eu não sei como Dakota vai me receber. Ela provavelmente me odeia, mas tenho certeza que ela vai receber você de braços abertos. Isso não muda nada para nós. Eu continuo casado com Amélia." Tento me explicar e Dulcie assente resignada.

"Posso dormir aqui com você?" Ela pergunta e isso me faz bem mais tranquilo. Amanhã eu veria Dakota e confesso que estou morrendo de medo.


Assim que cheguei nos EUA fui direto para a tal entrevista. As meninas e Dona Martha foram para o hotel. Ao entrar no estúdio para o primeiro photoshoot do dia dei de cara com Dakota. Ela continuava linda, porém parecia triste. Seus olhos azuis já não eram tão brilhantes assim.

"Oi." Digo sem saber o que fazer. Reparo bem nela, que já estava vestida de Ana, e percebo que ela continua magrinha, mas está com uma barriguinha. Poderia ser quase imperceptível para os outros, mas eu conhecia aquele corpo como a palma da minha mão. Seus seios também estava maiores. Puta merda! Ela está grávida.

"Oi." Ela diz desconcertada e antes que pudéssemos falar mais alguma coisa, Blake – o melhor amigo de Dakota – se aproxima e abraça a amiga.

"Algum problema aqui?" Ele pergunta e ela apenas sacode a cabeça. Continuo olhando para sua barriga e quase desmaio com a realização de que ela está grávida, e que provavelmente esse filho é meu. O que foi que eu fiz?

Ah! O amorOnde histórias criam vida. Descubra agora