A verdade

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-POV Jamie-

Ver o modo como Dakota estava me tratando me surpreendeu. Achei que ela me trataria muito pior. Eu merecia ser tratado muito pior. Eu disse na cara dela que não a amava mais e apenas saí. Dakota era um ser humano muito melhor do que eu, eu jamais em um milhão de anos a mereceria.

Então ela estava grávida de 4 meses, óbvio que o filho é meu. Não sabia mais o que fazer. Tudo que fiz foi para proteger minhas filhas e no final eu acabei magoando a mulher que vai me dar aquilo que eu mais queria, um outro filho. E dessa vez com a mulher que eu amo. Fiquei feliz que Dakota aceitou ver minhas meninas, isso queria dizer que nem tudo estava perdido. Eu precisava ter uma relação amigável com ela para ter contato com meu bebê, ainda que eu não tivesse a menor ideia do que fazer com a situação do juiz.


Estava deitado na cama do hotel quando recebo uma ligação de Dona Martha.

"Alô?" Atendo preocupado, será que algo aconteceu lá na casa de Dakota?

"Olá Jamie, a Srta. Dakota quer falar com você rapidinho, pode ser?" Ela pergunta e fico atônito.

"Claro."

"Jamie?" Ouço Dakota falar.

"Oi, tudo bom?" Pergunto educado.

"Sim...errr, você quer vir aqui jantar comigo e com as meninas? Eu acho que precisamos conversar." Eu estava em choque.

"Claro! Que horas?" Perguntei ainda apático.

"Pode vir agora se quiser, Blake saiu e só volta bem mais tarde." Assinto me esquecendo que ela não podia me ver.

"Sim, já já chego aí." Digo sem ao menos me despedir.


Cheguei na casa da mãe de Dakota em tempo recorde. Estava me tremendo como vara verde para tocar a campainha. Respirei fundo e finalmente apertei o bendito botão. Dakota abriu a porta sorridente. Ela estava linda, com um short de malha e uma camiseta colada branca. Isso a deixava extremamente grávida.

"Oi, pode entrar." Ela disse e me deu licença.

"Obrigado pelo convite." Digo sem saber o que dizer. Ela se senta no sofá da sala de estar e eu faço o mesmo, mas mantenho uma certa distância.

"As meninas estão no meu quarto com Dona Martha para podermos conversar mais a vontade." Dakota explica a ausência das minhas meninas e eu assinto. "Então, já sei mais ou menos o que está acontecendo, você quer me explicar?" Ela diz em um tom doce. E eu já começo a chorar.

"Me desculpa, por favor! Eu sou um lixo, te deixei sozinha e grávida. Desculpa Dakota, por favor!" Eu entrei em desespero e ela segurou minha mão.

"Calma Jamie. Eu quero que você me explique tudo que aconteceu." Ela fala calmamente. E então eu abro meu coração e conto tudo sobre a situação com o juiz e a mãe de Amélia. Ela não me interrompeu em momento nenhum.

Assim que terminei ela veio e me deu um tapa no rosto. Fiquei assustado.

"Você é um idiota sabia?" Ela fala e eu continuo calado. "Fez a gente sofrer desse jeito a toa! Eu posso te ajudar, minha família é influente. Nós vamos descobrir o que a bruxa mãe tem contra esse juiz, e vamos acabar com todos eles. Eu entendo que você jamais poderia deixar as meninas sob responsabilidade da baranga louca, mas podia ter se aberto comigo. O que te deu na cabeça pra olhar na minha cara e falar que não me amava mais? Eu tinha acabado de descobrir que tem um filho seu na minha barriga!!! Eu te odiei tanto, mas me odiei ainda mais por continuar te amando." Ela confessa.

"Eu também me odeio Kota... fui um covarde. Quer dizer, sou um covarde. Eu não queria te envolver nessa sujeira toda." Tento explicar e ela se aproxima mais de mim.

"Eu já estou envolvida, sempre estive envolvida." Assinto e deixo ela se encostar em mim.

"E o nosso bebê?" Pergunto mudando de assunto, estávamos exaustos emocionalmente. Queria falar de coisa boa.

"Está ótimo, vou te mostrar os exames. Tem video e tudo mais." Ela fala mais relaxada.

"Já sabe se é menino ou menina?" Ela assente.

"É menino, vai chamar Colin James Johnson." Ela fala e meu coração palpita.

"Johnson?" Pergunto confuso.

"Enquanto essa situação esdrúxula não se resolver ele vai ser Johnson, pelo menos para o mundo. Óbvio que na certidão ele vai ser Dornan, né? E nem vem reclamar que eu coloquei o segundo nome dele igual ao seu para ele ter alguma coisa pública do pai dele."  Ela diz na defensiva. Eu levanto minhas mãos em rendição.

"Calma mamãe! Só estava perguntando, eu sei muito bem que não tenho direito nenhum de opinar em nada." Ela sacode a cabeça.

"Você pode opinar sim, só não deixo opinar no nome porque desde que soube que ia ser menino eu pensei nesse nome. Sei que Colin é nome do ex da baranga, mas é um nome lindo." Sorrio.

"Foda-se Amélia! E sim, é um nome lindo." Digo e ela sorri de volta. "E a gente?" Pergunto em um momento de coragem.

"Ah! Eu realmente não tenho cabeça para pensar nisso agora." Ela olha em meus olhos. "Eu te perdoo. Mas acho que temos que ir com calma. Estou tão cansada de sofrer. Claro, que vamos manter contato por causa do Colin e assim podemos tentar reatar nossa amizade, o que acha?" Ela oferece e eu assinto na hora. Ela estava me dando muito mais do que eu merecia.

"Eu acho ótimo. Só de poder voltar a ter contato com você já é maravilhoso." Digo e ela me dá um beijo no rosto. Ela dá um pulinho seguido de uma risada.

"Esse moleque aqui vai ser jogador de futebol, com certeza." Dakota diz e coloca minha mão em sua barriga. Estava fazendo carinho no meu filho quando Blake chegou.

"Que merda é essa Dakota? O que esse idiota está fazendo aqui?"

Era só o que me faltava.

Ah! O amorOnde histórias criam vida. Descubra agora