Pânico

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Música do capítulo: Ashes Remain - right here.

– Mas onde ele se meteu... -Batia o pé agoniada na calçada. Observando a rua quase deserta, apressada.

Passado cinco minutos desesperados, um fusca amarelo -com problemas no freio- apareceu virando a esquina. Então, ele parou bem em frente a calçada quase atropelando a moça.

– Bebeu de novo, Nino?! -Marinette esbravejou o olhando pela janela do carro.

– Hum, quem me dera. Não consegui nada ontem... -Diz cabisbaixo. 

– Ah, Nino. Eu... eu sinto muito. -Entrou no carro, se virando para ele.

– Ah, relaxa baixinha. Esse emprego não é fácil, mas é tudo o que tenho no momento.

– Hum. Sei bem como é... -Sorriu fraco. Colocando seu cinto.

Nino sorriu. Dando a marcha para dirigir.

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– Se lembre que vou sair mais cedo hoje. -A azulada disse enquanto saia do carro. -Sabe que detesto ficar esperando do lado de fora a noite. -Implorou com os olhos.

– Haha, calma. Mas nem morto que vou te deixar rondando por ai tarde da noite. -A tranquilizou. Piscando em seguida.

Marinette deu um pequeno sorriso. Já vendo o carro se afastar.

Ela se virou suspirando. Abriu a porta ouvindo um sininho em seguida. E então, os problemas começaram.

– Marinette! Está cinco minutos atrasada. -Seu chefe apareceu indo em sua direção.

– Me perdoe, senhor. M-Minha carona atrasou por causa do carro e...

– Não me interessa. Você tem que estar aqui a hora exata que eu mandar! Ficará aqui para fechar a lanchonete. Terá que esperar até o último cliente.

– M-Mas senhor! Eu preciso ver o meu pai...

– Eu não dou a mínima pra sua vida pessoal. Será a última a sair. Vamos ver se assim você aprende. -Lhe lançou um olhar severo. Se virando e saindo logo em seguida.

Marinette suspirou pronta para desabar ali mesmo. Mas se manteve firme. A lanchonete já iria abrir, e precisava pelo menos fingir um sorriso.

Marcou presença, e vestiu seu uniforme ridiculamente curto em sua opinião. Colocou seu avental e reforçou seu rabo de cavalo no cabelo.

– Bom dia, Bil. -Colocou um papel amarelo sobre um pregador na janela da cozinha.

– Bom dia, Marinette. -Um rapaz pequeno com os olhos puxados colocou uma bandeja lotada de batatas com molho na frente da moça. Já voltando a suas tarefas.

Marinette respirou fundo, e pegou a bandeja. Mais um dia levando mais desaforo do que dinheiro pra casa. 

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– Boa noite, Marinette. -O rapaz da cozinha disse ao sair pela porta da frente. Já ligando seu carro do outro lado da rua.

Marinette apenas sorriu para ele. Pois o que ele disse não estava nem perto de ser realizado.

Seu chefe passou ao seu lado colocando um grande casaco azul escuro com sua carteira na boca. De costas, ele jogou um bolinho de chaves que parou na frente dos pés da jovem.

Ele saiu sem nem ao menos se dar ao trabalho de olhar para ela. 

Ela contou até cem para poder se acalmar. Não queria ver seu pai com os olhos marejados, ou inchados. Coitadinho. Ficou esperando por ela há três horas atrás. O conhecendo como conhece, ele está esperando até agora.

Uma Noite Para RelembrarOnde histórias criam vida. Descubra agora