Capítulo 5: Mina

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Me mexo devagar espreguiçando-me, esfrego meus olhos tentando melhorar minha visão. Olho para os lados e percebo que estou em uma Mercedes.

– Harry? – pergunto tirando o cobertor de cima de mim e sentindo uma dor agoniante em meu pulso – Ai... – olho o curativo improvisado e posso perceber o tecido da camisa de Harry.

Olho para o retrovisor e quase dou um grito ao ver um cachorro e uma garotinha dormindo no banco de trás, respiro fundo me acalmando.

– O que aconteceu? Por quanto tempo dormi – digo abrindo a boca com sono.

Escuto um barulho de tiro vindo do prédio a minha frente, tento abrir a porta do carro, mas está trancada. Aperto todos os botões do carro e finalmente consigo destravar as portas, saio o mais rápido possível e olho para cima vendo a enorme placa escrita Hospital com enormes letras vermelhas. Ouço mais barulhos de coisas caindo e se arrastando, corro até a entrada do prédio e percebo aproximadamente cem zumbis no total. Escuto mais um tiro, mas dessa vez ao meu lado e que faz um dos zumbis cair atraindo a atenção dos outros. Olho para o lado assustada vendo uma garota alta com cabelos vermelhos até o ombro e uma roupa que parece feita para guerra.

– Ei acorda para a vida! – ela diz me puxando para longe da entrada e perto do carro – Meu irmão está lá dentro junto com seu namorado então me ajude a atirar se quer que eles saiam de lá vivos – ela me dá uma arma.

– Eu nunca atirei na minha vida – digo a olhando incrédula.

– Mire neles e puxe o gatilho, precisamos ganhar tempo – ela grita.

Fico sem reação ao ver ela correr para outro lado atraindo alguns deles junto com ela.

– SAIAM O QUANTO ANTES DAÍ – ela grita por um walkie talkie – QUERIDA REAGE! – ela novamente grita dessa vez para mim.

Encosto no carro tremendo, tento mirar, mas se torna algo impossível por causa da minha tremedeira. Harry e mais outro garoto ruivo saem do hospital seguidos por mais uma multidão de zumbis, entro em desespero e acabo derrubando a arma. Me abaixo para pega-la, mas um zumbi se joga em cima de mim fazendo me cair, o seguro pelos ombros sentindo meu pulso direito arder e começar a escorrer sangue pelo meu braço.

– Sai!! – fecho meus olhos e sinto algo quente e fedorento sujar meu rosto.

– Levanta daí antes que aconteça algo com você – o garoto ruivo de antes me ajuda a levantar.

Entro no carro o mais rápido possível seguido pelos outros, Harry da ré rapidamente e saímos do lugar.

Nos distanciamos o suficiente para que ele pare o carro em uma rua qualquer com vários carros caídos no barranco.

– Sério você é mesmo o Harry Styles? – a ruiva de antes pergunta fascinada olhando para ele.

– Não imagina, ele é o Silvio Santos – o garoto ruivo responde ironicamente.

– Está melhor Mina? – Harry me olha pegando minha mão e analisando meu pulso.

– O que estavam fazendo lá? – a garota pergunta e posso perceber ela tirando fotos disfarçadamente.

– Procurando curativos e remédios para ela – ele diz desenrolando o pedaço de sua camisa do meu pulso – Só que não tinha mais nada.

– Olha não tinha muita coisa mesmo, mas eu peguei alguns curativos, analgésicos pode ajuda-la – o garoto diz entregando uma faixa, gases, uma cartela de comprimidos e agua oxigenada.

– Sério que vai gastar nossos suprimentos com ela? Eu entreguei uma arma em suas mãos e ela não conseguiu dar um tiro, se não fosse por mim vocês nunca teriam saído! – a ruiva grita.

– Fica quieta Anastásia! Tenho certeza que ela nunca pegou uma arma na vida e quer que ela atire na hora?!

– Ei parem de brigar – Vick se pronuncia pela primeira vez.

– Olá qual seu nome? – o garoto pergunta.

– Vicktoria e ela é a baronesa – a garotinha aponta para o filhotinho de cachorro em seus braços – E o seu?

– Thiago.

Olho para Harry que tentava inutilmente fixar as gases e enrolar a faixa.

– Cara, deixa que eu faço isso – Thiago sai pela porta de trás e abre a minha ficando agachado bem em frente as minhas mãos.

– E eu nunca fiz isso – Harry dá um risinho de vergonha colocando a mão atrás da cabeça.

– Você e a minha irmã podiam vasculhar os carros né vai que tenha algo para utilizarmos – Thiago diz jogando um pouco de água oxigenada fazendo eu puxar sem querer a mão devido a ardência – Calma já vai passar – ele diz e segura meu braço devagar assoprando meus cortes.

– Acho que somos uma dupla agora né – ouço Anastásia falar ao longe com Harry.

– Prontinho – ele diz terminando de colar um pedaço de fita crepe que pegou de sua mochila.

– O-Obrigada – digo sem graça.

– Tome isso de seis em seis horas que não vai sentir tanta dor, e não force seu pulso mocinha – Thiago guarda as coisas dentro de sua mochila enquanto Vick o encara curiosa ao seu lado com Baronesa em seu encalço.

– Você era médico? – pergunto o olhando curiosa.

– Uhum.

– Mas você é tão novo – ele joga a mochila dentro do carro novamente e ele encosta na porta.

– Tenho vinte e quatro anos, só estava fazendo um pequeno estagio no hospital quando tudo aconteceu – ele diz.

– Como sobreviveram e conseguiram se preparar tanto?

– Nossos pais eram policiais, faziam parte do Bope então nos ensinaram a atirar desde pequenos, havia várias armas em casa e muita comida enlatada e agua, acho que eles previram o que aconteceria.

– Onde eles estão? – pergunto saindo do carro.

– Esse é o problema, não sabemos. A um mês atrás nos avisaram que sairiam em uma missão e nunca mais voltaram – Thiago sussurra olhando para baixo.

– Não se preocupe você vai encontra-los – Vick diz.

– E você garotinha? Como que veio parar aqui com a gente? – pergunto a olhando.

– Não sou mais uma garotinha, já tenho oito anos. Meus pais foram mordidos e então o Harry apareceu com você nos braços no estacionamento, pensei que ele não ia ligar para mim, mas ele veio me buscar e cá estou eu.

– E essa cachorrinha é sua fiel escudeira certo? – Thiago pergunta docemente a olhando.

– Sim! Ela tem um mês.

– Ela gosta de bolinhas?

– Sim – ela sorri para Thiago.

– Então vamos encontrar uma para ela – ele segura a sua mão – Você fica de olho, se ver algo suspeito grita ok?

– Sim senhor capitão – faço continência rindo.

Eles começam a descer o barranco vasculhando os carros do outro lado. Vou até a frente do carro e me sento no capo observando tudo ao meu redor, tentando digerir as coisas.

Pego a chave de casa pronta para sair.

– Você não vai nessa merda! Me dá o dinheiro – meu pai empurrou-me com tudo na parede e segurou meus braços com força.

– Ela trabalhou para isso deixe a ir – minha mãe grita desesperada segurando os braços do meu pai.

Ele a empurra com tudo a fazendo cair, ele pula em cima dela.

– Ande filha corra! – ela grita e eu saio correndo de casa.

Corro o mais rápido que consigo tentando respirar devido a ardência em minha garganta. Pego meu celular e disco 181.

Ei meu leitores fantasmas não sejam tímidos rsrs

Até o próximo capitulo hein!

Terror Z - Despertar da Realidade (1 Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora