Capítulo 13: Mina

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– Porque está tão quieta Mina? – Ana pergunta olhando para mim.

– Nada – respondo olhando a rua cheia de sangue.

– Tem a ver com o Harry né – ela sussurra baixinho para que os garotos caminhando a frente não ouçam.

– Que? – indago confusa.

– Mina está escrito na testa que você gosta dele – ela sorri – E ele também, porque acha que desisti?

– Isso é impossível, ele tem a Taylor ao lado dele e ela parece uma princesa – olho para o céu e percebo que vai chover.

– Você pode ser assim basta querer, sua voz é linda só precisa das roupas certas – Ana pisca para mim.

Balanço a cabeça rindo.

– Ei garotas aqui tem mais um mercado acho que deve ter alguma coisa – Bryan grita e percebo que estamos um pouco longe.

Quando eu e Ana chegamos ao local podemos perceber a estrutura fraca devido a um buraco provavelmente originado por uma batida de caminhão, não sei como esse lugar ainda está de pé.

– Isso está perigoso – Bryan diz guardando sua arma na cintura.

– Precisamos ser rápidos – Thiago exclama.

– Certo – Ana responde.

– Se ficarmos em duplas e irmos para cada lado é mais rápido – digo os olhando.

– Verdade então vamos! – Bryan diz já entrando seguido por Thiago.

Eles vão pelo lado direito e Ana e eu pelo lado esquerdo.

– Que fedor dessas frutas – Ana diz apertando o nariz.

– É nojento – digo olhando para os bichinhos comendo as frutas.

Passamos rapidamente pelo Hort Fruit e chegamos na parte dos enlatados, abrimos nossas mochilas e começamos a jogar tudo dentro. Vejo uma das latas começar a tremer.

– Ana... A lata está tremendo! – olho para ela assustada.

– O que isso é impo...

A lata caí com tudo no chão seguida por vários outras, as lâmpadas começam a tremer acima de nossas cabeças e as prateleiras caírem.

– Só pode ser brincadeira! – Ana resmunga segurando em algo – É um terremoto precisamos sair daqui!

Ouço os gritos dos garotos de longe, olhamos uma para outra, assim que tentamos correr o terremoto aumenta e caímos deitadas no chão. As prateleiras começam a cair em cima de nós e o barulho do prédio caindo é algo super assustador, a única coisa que faço é me encolher e proteger minha cabeça. E depois tudo fica completamente escuro.

(...)

Começo a tossir sem parar e tento respirar normalmente, me mexo e sinto algumas pedras ao meu lado.

– Min...a? – escuto a voz de Ana abafada.

– Onde você está? – pergunto já me recompondo e olhando ao redor tentando enxergar alguma coisa.

Pego o celular que me deram e ligo a lanterna, começo a engatinhar e olhar para os lados, percebo que duas prateleiras travaram tipo uma cabaninha em cima de nós enquanto as pedras tamparam a saída entre elas. Aponto a luz para meu lado direito e vejo Ana deitada, porém um pedaço de concreto está bem em cima de sua perna.

– Ai meu Deus – engatinho mais rápido e direção a ela – Você está sentindo sua perna?

– N-Não – Ana diz fechando seus olhos.

– Calma eu vou tirar isso de cima – vou até a pedra e faço muita força para levantar, assim que vejo que sua perna está livre jogo o concreto longe.

– O que vamos fazer? – Ana pergunta quase chorando.

– Eu não sei... – suspiro passando as mãos pelo cabelo – E os garotos?...

– Ah não – Ana começa a chorar desesperadamente.

– Eles estão bem – digo.

Eu espero.

– Como vamos sair? – Ana diz secando suas lagrimas.

– Se tentarmos mover as pedras pode cair tudo porque não sabemos como está lá fora – olho para meu celular – Sem sinal...

– Vamos morrer aqui...

– Não, não vamos, cadê a garota que ficava dizendo que eu era inútil hein? – rio escandalosamente – Pensa positivo a gente vai sair dessa, vamos ter que esperar por ajuda.

– Por quanto tempo – ela consegue sentar mesmo com dor.

– Não sei.

– E se ninguém vir? – ela olha para mim preocupada.

– Vão vir, os nossos amigos pelo menos – sorrio – E o Bryan também – pisco para ela.

O seu rosto fica da cor de seu cabelo, mas ela não diz nada.

Quando percebo já se passou quase cinco horas e com certeza é a noite, eu e a Ana ainda estamos aqui sem sinal nenhum vindo de fora. Não escutamos os meninos e nem os zumbis, estamos completamente isoladas.

– M...I... – Ana resmunga e vou até ela rapidamente.

– O que foi? – pergunto a olhando preocupada.

Ana não me responde, tiro sua franja do rosto e percebo que está molhada, coloco a mão na sua testa sem pensar duas vezes e percebo que está com febre.

– Caramba você está muito quente!.

– Estou com sede... – ela diz com dificuldade.

– Calma Ana aguenta...

Fico agachada devido a pouca altura e passo as mãos pelo cabelo, sinto que também estou suando. Precisamos sair daqui se não vamos morrer desidratadas, e se a perna dela inflamar. Não posso mais ficar aqui sem fazer nada.

– Ana eu vou tentar tirar a gente daqui. Vou começar a tirar as pedras devagar, mas pode ser perigoso – suspiro olhando para cima – Mas se não tentarmos...

– Vai.. em frente...

Faço sim com a cabeça e faço um coque em meu cabelo com dificuldade devido a estar molhado de suor. Respiro fundo e olho a situação das pedras, me aproximo da menos perigosa e tiro devagar e com dificuldade, nada acontece.

Consigo tirar várias pedras e consigo ver uma fresta de luz entre elas, passo minhas mãos sujas pela testa tentando secar o suor insistente. Continuo e ouço o barulho da prateleira cedendo aos concretos, isso não vai durar. Tiro mais rápido as pedras e consigo fazer um buraco, um pouco pequeno mais talvez o suficiente para passar, novamente as prateleiras rugem.

– Consegui, precisamos sair Ana! – vou até ela e percebo que está desmaiada – Ana?!

Mais barulhos.

– Droga!

A coloca nas minhas costas e vou até o pequeno buraco, consigo passar sua cabeça e logo metade de seu corpo. Empurro ela com mais força tomando cuidado com a perna e consigo tira-la.

Os escombros começam a fechar o buraco novamente assim que tento sair, Ana acorda nesse exato momento.

– Peça ajuda – sorrio e jogo meu celular antes do buraco fechar.

Completamente sozinha... No escuro e em perigo...


Mais um hein, desculpe estar demorando e que está muito corrido, mas estou fazendo o que posso! Um beijo de cereja para quem leu!

Terror Z - Despertar da Realidade (1 Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora