Daniel

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                      PARADISE IN HELL
"Em momentos da vida você deve mudar a página, eu decide fechar o livro"

Naquela noite ainda continuava sem graça, muitas perguntas me vem à mente, mas somente uma não consigo responder, o que eu estou fazendo aqui? Isso estava me deixando completamente frustado, mas eu sabia que estava tarde demais para voltar atrás.

  Sorri tirado o doce da geladeira colocando em uma mão e na outra procurei talheres pelas gavetas dos armários, até que as achei rápido e pegando duas e levando junto à palha sobre o enorme  balcão. Sem cerimônias, apenas comecei a comer sem dar importância para a garota que estava na minha frente se ela queria ou não, até que ela faz o mesmo.

– Isso está ótimo, nossa quem fez, realmente tem mãos divinas. - Elogiou colocando mais uma colherada na boca. - Uuh, eu poderia comer isso o dia todo e não enjoaria.

– Neh, minha mãe só aprendeu a fazer isso porque ela foi ensinada, fora isso ela é um desastre na cozinha. - Brinquei e acabamos caindo na gargalhada.

– Nossa, me diga quem foi a pessoa que a ensinou, porque eu também preciso de aulas.

– Ela e a mãe da min... - Congelei e os pensamentos do passado vieram à tona, olhei para o balcão e suspirei em seguida meus olhos encontram o da garota novamente. - Uma amiga da minha mãe, é. Foi uma amiga da minha mãe que ensinou a ela, mas afinal, qual é o seu nome? Estamos falando já a algum tempo e até agora não sei seu nome, poderia me dizer senõrita?

– Oh, desculpa, é Daisy, e você é Daniel? Não é?

– Bonito nome, sabia que Daisy, nome de uma flor, bonito nome.

– Uh-hun, acho um pouco infantil...

– Não e infantil – Mordi a argola dos meus lábios. - Todas as flores tem que receber um nome, e você recebeu e seu.- Dei uma piscadela.

– Você sempre dá uma de internacional e canta as garotas?

– Não - Falo dando mais uma colherada do doce que nessa altura já tinha até esquecido. - Apenas quando quero algo delas.

– E você quer algo de mim? – Ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e mordeu os lábios olhando para baixo.

– Não, eu acho que não ganharia nada tirando algo de você. - Debochei

– Ah, entendo. -  Murmurou decepcionada. Então... Vamos continuar nosso passeio pela casa e ver para onde seus pés querem ir agora - Sorriu. - Ah, sua camisa, está suja?

Olhei para a camisa procurando onde estava manchado até que acho e sussurro um "Puta que pariu", suspirei e cocei a nuca, teria de ir pra merda do meu quarto trocar de blusa, o problema não é ir pra porra do quarto, mas sim da garota pensar que eu estou com segundas intenções pra cima dela, ah, mas, deixa pra lá.

Assenti e joguei minha colher na pia, segui para fora e estamos novamente no corredor dourado, andando para meu quarto. Subimos em uma escadaria dupla de mármore e percebi que, qual é o nome dela mesmo? Daphine? Davira? Ah lembrei, Daisy, percebo que ela estava olhando para a parede do fim das escadas, era o brasão da família hoffart. Quando eu falei que minha família por parte de pai adora coisas no "classic style", eu não estava mentindo, minha avó então, ela é louca e sempre foi apaixonada por palácios, e ela queria a nossa casa de Los angeles fosse uma mansão inspirada no palácio de Versalhes. Meu pai foi totalmente contra, digamos que ele preferiu fazer uma casa em homenagem a Elton John, e no final saiu uma mansão com mistura de cultura francesa com um pianista compositor do Reino Unido.

– Gostou? É o brasão da família hoffart, minha avó sempre gostou da época medieval quando os reis marcavam seus pertences com o brasão da família.

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