Primeiro Capítulo - As Fontes que Sangram

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Quando levantei da cama, por volta das sete horas da manhã o telefone tocou. Peguei o telefone que estava na cozinha do lado da mesa perto da TV.

"Alô?", disse eu.

"Dark, sou eu, Marcos. Preciso falar com você urgente."

"Pois não. O que lhe aflige tanto?"

"Não podemos conversar por telefone, precisamos nos falar a sós. Terá uma reunião do grupo na próxima sexta, precisamos que você vá."

"Eu vou tentar ir."

"Precisamos que vá!"

"Onde será desta vez?"

"Eu ligo pra você na quarta."

"Tudo bem."

"Está em uma missão?"

"Estou."

"O que é dessa vez?"

"Um sinal."

"Mais um?"

"É. Mais um."

"Está bem, espero por você lá."

Eu sabia o que era meu sonho. Um presságio. Um presságio de possessões e não sabia onde iria acontecer. Para isso eu usava minhas habilidades em magia, eu sou o que eles chamam de Mago. O senhor de si mesmo. Para mandar na natureza é preciso antes mandar em si, livrar-se de suas paixões, eu sou assim.

Peguei um grimoire de capa marrom, couro de cordeiro virgem, os papeis eram amareladas, é um livro muito antigo, nele há mais de cem espíritos com que eu poderia contar para um serviço. Eles são servidores, cada um especialista em alguma coisa, e um deles é o senhor dos mistérios, obscuro, sabe tudo do qual não se conhece. Ele iria localizar a cidadezinha da qual iria sofrer um golpe de possessões.

BAZAEL, o senhor do desconhecido. Peguei o grimoire e levei até o quarto. Fechei as cortinas para cobrir a janela, liguei o aparelho de som para abafar os sons que sairiam da minha boca e desenhei o selo/sigilo do espírito no chão com giz branco, para que eu pudesse pagar depois. O sigilo era composto de três figuras geométricas, o círculo, o triângulo e o quadrado. O circulo cobria o triângulo que conservava dentro de si o quadrado. Dentro do quadrado se lia BAZAEL, ao redor do circulo tem em cada ponto cardeal um signo, os quatros signos elementares, ao norte o signo da Terra, no sul, o do Fogo, no leste o do Ar e no oeste a da Água. Esses signos eram fechados e trancados por outro circulo.

Quando terminado o desenho do selo, comecei a recitar as conjurações dos quatro para exorcizar os quatro elementos e por final evoquei BAZAEL:

"BAZAEL, espírito do desconhecido, viestes até mim! BAZAEL, espírito do desconhecido, viestes até mim! BAZAEL, espírito do desconhecido, viestes até mim! BAZAEL, espírito do desconhecido, viestes até mim! BAZAEL, espírito do desconhecido, viestes até mim! BAZAEL, espírito do desconhecido, viestes até mim!", nesse momento senti um arrepio que subiu pela coluna e seguiu até a cabeça, era a presença do espírito.

"BAZAEL, SE MOSTRE DIANTE DE MEUS OLHOS!".

Uma figura estranha queria se formar diante de mim, acendi um incenso e então peguei meu punhal com a mão direita e vi diante de mim se formar entre as fumaças do incenso a figura do que parecia ser um corvo gigante com bico cor vermelho, seus olhos de um vermelho intenso e suas pernas eram de gavião.

"BAZAEL, fique em forma de homem!", e ele ficou, com a forma de um homem de idade perto dos trinta e oito, magro cabelos negros e os olhos ficaram normais, como a de um homem. "você sabe o que quero."

"Sim, eu sei", disse com voz de um homem normal.

"Você fará! E trará a resposta em forma de sonho! Essa noite, você trará o nome da cidadezinha e então estará livre novamente."

"Está bem mestre."

Ele olhava com temor o punhal que trazia em minha mão direita. Ele saiu com a forma original, voando, passou peã janela quebrando tudo que lhe encostava, quando pisquei não o vi mais e nada havia quebrado.

Olhei pela janela para ver se eu o viria, mas foi em vão.

Limpei tudo, desliguei o aparelho de som e fui preparar o meu almoço.

Fiquei lembrando-me do que havia acontecido nos subúrbios do Texas no último mês. Aquelas lembranças em flashes vinham e voltavam na minha mente com muita velocidade.

"Não corra! Não corra!"

Era perto da meia-noite, estava eu e um parceiro de mistério, Chuck numa cidade do interior do Texas investigando as possessões daquela cidade quando ouvimos um deles no meio da rua de paralelepípedo contorcendo-se todo gritando:

"Não corra! Não corra! Não tem como escapar! Todos nós vamos sofrer como vacas no batedouro!"

Não que eu não conseguia controlar meus pensamentos, mas tentava saber o significado daquelas palavras. O que poderia ser? Meditando dias a fio para desvendar esse mistério, mas não sabia ainda. Busco possessões pelo planeta para entendes a mensagem, e elas tem sentido se juntar todas, ou quase todas, as mensagens ditas em forma de blasfêmia nas possessões, e uma delas aconteceria no Brasil, em algum canto daquele país tropical.

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