Segundo Capítulo - O Mundo dos Profanos

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Deitado na minha cama, já era noite, iria dormir para sonhar com a mensagem do espírito. Fechei os olhos e respirando fundo e devagar, fui acalmando-me a cada segundos. Relaxei tanto até cair em um sono profundo. Estava observando alguma coisa, o que era aquilo? Era uma mulher linda, cabelos negros pele clara, vestia um vestuário simples e único de seda bege. Ela caminhava sobre uma grama verde perfeito e reluzente, as flores vermelhas e brancas faziam em linha paralela um caminho por onde ela passava. Trazia em suas mãos um trevo de quatro folhas, um trevo verde e bonito. Ela beijou o trevo e deu sorriso atrevido para mim, repentinamente dois gaviões negros enormes a agarraram com suas garras enormes e o trevo de quatro folhas murchou, todas as folhas murcharam e começou a sair do chão, mãos cadavéricas e surgiu no meio deles um ser soberano encapuzado, trazia em suas mãos uma espada de ouro, decepou todos os mortos e olhou para cima, viu a linda mulher sendo estraçalhada por um bando de gaviões no céu. Um clarão me cegou diante daquela cena incrível e a mulher apareceu reluzente, seus cabelos abanavam o ar, ela era onipotente, ergueu seu braço direito e deu-me o seu trevo de quatro folhas, ela então desapareceu e eu acordei.

Olhei o relógio na mesinha ao lado da cama e vi que eram três horas da manhã. Fiquei pensando sobre o sonho. BAZAEL sempre foi caprichoso. Comecei a separar os símbolos do sonho, a mulher, o trevo, as cores das flores os mortos o homem encapuzado, a morte e renascimento dela.

O nome da cidade estava lá no meio. Pensei em mulher, nomes de mulher, mas era muito vago, pois não tinha nome de mulher algum para pesquisar. Pensei em flores, mas tinha eu apenas as cores, vermelho e branco. Vermelho e branco mais o verde reluzente da grama podia ser uma cor de nacionalidade, as pessoas de cidades tem raízes em seus colonizadores, verde, branco e vermelho são as cores da bandeira da Itália. Uma cidade colonizada por italianos... Sul do Brasil!

Pesquisei sobre as cidades do sul do Brasil e descobri que em parte eram colonizados por Italianos e Germânicos. A mulher podia ser o espírito da cidadezinha que será destruída pelas possessões e o homem encapuzado, salva o local dos mortos, esse BAZAEL é muito bajulador! O espírito renasce e me dá um trevo... Trevo... Trevo... Trevo... De quatro folhas. Pode ser o nome? Coloquei no site de busca as palavras chaves: Trevo + Cidade + Italianas. Bem... o resultado foi que eu então tive um nome para onde eu iria buscar as respostas de outros mistérios. O fato de o trevo ser de quatro folhas é devido a sua simetria, remete ao sufixo "iso".

Peguei as coisas, que não eram muitas, levei até os fundos da casa. Peguei um controle e apertei um dos botões, uma porta diante de mim se abriu e lá dentro havia um carro, um Golf 2000, azul. Coloquei as malas no banco de trás e fui direto para o sul do Brasil. Estava quase amanhecendo quando sai, peguei a estrada e o objetivo estava num ponto de coordenadas bem definidas.

Chegando à região eu fui perguntando as direções da tal cidade, mas parecia que ela não existia ninguém sabia da existência dela. Comprei um mapa e fui seguindo por ela, pois se ninguém podia me ajudar, eu tinha que me virar. Enquanto seguia a estrada eu notei que me aproximava de umas montanhas bem altas, verdes e indomadas, pensei na diversidade do planeta, a região é diferente de quase tudo que já vi.

Quando estava passando pela estrada não deixei de perceber a qualidade da estrada que leva até a cidade, parecia que estava numa espécie de montanha Russa. Havia muita mata na beira da estrada, a estrada de asfalto era fechada por elas.

Quase meia hora de viajem e avistei um letreiro bem no alto que dizia:

"Bem vindo á Treviso, aqui a natureza encanta e desafia".

É... Confesso que foi cômico quando li aquela mensagem e lembrei-me do que a natureza iria fazer. Um verdadeiro desafio e não iria encantar ninguém.

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