Enquanto eu dançava na pista de dança, senti meu corpo arder, tinha certeza que seus olhos estavam em mim.
Pisquei várias vezes afim de que tirasse aquilo da minha cabeça, mas dois segundos depois eu já estava procurando por um olhar que estava me causando palpitações.— Você ficou muito estranha — Isa comenta, berrando no meu ouvido. — Ele não pára de te olhar.
— Que diabos você deu pra ficar falando toda hora nesse garoto, em?
— Tudo bem, mais tarde conversamos.
Isa saiu andando. Estava irritada por todos estarem babando por ele, rindo com ele e respirando perto dele. Por fim, para não ficar nessa neura que estava me deixando maluca, decidi ir embora. Já estava cansada, com meus pés doloridos e mesmo que Isabela fosse dormir lá em casa, ela já tinha a chave, então nem fui procurá-la.
Peguei minha bolsa e fui tentando não esbarrar nas pessoas até sair da pista de dança. Avistei Rebeca e fui até a mesma.— Gorducha, já estou indo embora.
Ela fez um bico e me abraçou forte.
— Ah não, não aceito! Você é uma das minhas melhores amigas, tem que ser a última a sair daqui.
Dei risada.
— Desculpa!!! Depois eu passo na sua casa de casada para encher o saco de vocês!
— Vaca! Passa mesmo porque essa sua saída não tem nada a ver com cansaço, tá? — disse, revirando os olhos.
— Até você? — entortei a boca. — Beijo, te amo muito, seja muito feliz!
Abracei-a mais uma vez e beijei sua bochecha. Dei um tchauzinho de longe para Yan que estava conversando com alguns homens, inclusive o babaca. Mas eu estava ignorando. Andei em direção à saída do buffet, saio na rua e agora seria a busca por um táxi.
(...)
— Oi.
Olho pra trás assustada. O que ele estava fazendo ali? Queria mesmo que eu falasse com ele como se nada tivesse acontecido depois de tanto tempo?
Abri um meio sorriso.
— Oi.
Virei novamente para a rua. Senti seu corpo se aproximar do meu e a cada passo se tornava mais difícil ficar em cima daquele salto.
— Quanto tempo... você está muito diferente.
Ele para ao meu lado e solta uma risadinha. Coloca as mãos dentro do bolso da calça social.
— Sim, assim como você.
— Não acredito que eu tenha mudado tanto, talvez só a barba que tenha crescido, o cabelo ficou mais claro.
— Hum.
— Estou te te atrapalhando?
— Não, estou esperando um táxi. Cadê a Larissa?
Perguntei direta.
— Está lá dentro.
— Bacana ela ter superado o que houve e não surtar mais quando você chega a 500 m perto de mim... apesar de agora você estar bem menos.
— Já fazem cinco anos e estamos noivos agora.
— Legal!!!
Tento atingir um tom animada, mas não sei se vou muito bem. Olho novamente para a rua na esperança de que um táxi passasse naquele instante.
— Espero te reencontrar de novo para podermos conversar melhor, não sei... Falando nisso, você ainda está com aquele seu namorado?
— Luís?
— Acho que era esse por quem você me trocou diversas vezes. Você é realmente apaixonada por ele!
Ele riu. Debochou da minha cara num momento que eu não estava preparada para isso. Só os anos haviam passado, porque ele pelo jeito, continuava o mesmo.
— Eu não vou te responder isso. Preciso ir, tchau.
Saí andando e decidi procurar por um táxi assim. Estava insuportável aguentar todas aquelas palavras e se eu ficasse ali poderia piorar. Duas ruas depois, encontrei um e entrei. Fui direto pra minha casa, subi pelo elevador, deixei meus sapatos jogados no meio da sala e fui direto pro banho.
Abaixei no chão e deixei aquela água morna tocar meu corpo enquanto eu relembrava meu passado.
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Fantasma do Meu Coração
Teen FictionSempre quis acreditar que ele fosse meu príncipe encantado. Ele sempre esteve comigo em todos os momentos. Foi meu ombro amigo fiel e por isso acabou se tornando o meu amor. Acontece que nem eu e muito menos ele, esperava você aparecer na minha vida...