7. Lugar certo, momento errado.

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— Que demora, tá louca? — Rebeca reclamou me abraçando.

— Desculpa, dormi demais.

Olhei para Artur, ele sorriu sem jeito e veio me cumprimentar.

— Além de ter me deixado falando sozinho, ainda acorda tarde? Como consegue?

Dou risada, cruzo os braços e faço bico de brava.

— Para vai, estava cansada.

— Eu sei bobona.

Ele beijou minha testa e sorriu. Ele beijou minha testa!!!!!

— Migas, estou indo ali.

Isa disse e saiu andando de mãos dadas com o Juca. Eu fiquei como um peixinho fora d'água, estava morrendo de vergonha ao lado do Artur e Rebeca não estava me dando a miníma atenção.

— Quer tomar alguma coisa?

— Eu sou menor de idade.

Ele riu.

— Eu sei, também tenho 17 ainda, não venderiam nada pra gente aqui... mas um suco acho que sim.

Assento com a cabeça e seguimos caminho até a lanchonete. Me sento na cadeira do balcão e ele ao meu lado.

— Dois sucos de...

Ele olhou pra mim.

— Morango — respondo.

Ele sorri e o garçom vai pra dentro da cozinha.

— E então, me fala de você... onde você está estudando?

— Eu estudo no Dr Flacker, e você?

— Estudo na cidade vizinha, porque não tinha vaga nesse colégio teu pra fazer ensino médio, mas faço um curso lá.

— Não acredito! Como nunca te vi por lá?

— Eu faço o curso a noite e o colégio de manhã.

— Ah, entendi... Que coincidência.

Sorrio, tímida.

— Você namora? — pergunta sem jeito e me encara. Mas na verdade, quem tinha que estar sem jeito era euzinha.

— Sim... — suspiro.

— Ué, que cara triste?! 

— É... eu e ele não estamos num momento muito bom.

— Entendo, mas você gosta dele?

— Eu já nem sei mais.

Digo isso olhando em seus olhos. Os olhos dele são tão verdes que eu mergulharia neles sem pensar duas vezes.

— Fica assim não.

Ele passa seus dedos em meu rosto, tirando uma mecha de cabelo e colocando a mesma pra trás da minha orelha.

— Você namora?

— Nunca namorei.

— Sério? — pergunto, incrédula — Por que não?

— Porque sei lá ué.. — ele ri — Nunca encontrei alguém pra isso.

— Hum..

O garçom traz nossos sucos e decidimos andar pelo local, logo sentamos nas espreguiçadeiras.

— Pelo visto vamos nos dar bem, temos bastante coisa em comum.. — digo.

— Pena que você namora.

OI? Ele disse isso mesmo, Deus?

— Não entendi?! — sorrio toda envergonhada.

— Ah, para vai.. Você sabe que eu me interessei por você desde a hora que te vi lá na festa ontem — diz mexendo no meu cabelo —, mas eu respeito seu relacionamento.

— Eu também me interessei por você.

Artur me olha desconcertado.

— Sim, eu gostei. Você combina tanto comigo, me tratou muito bem desde o primeiro momento, mas...

— Tudo bem, esquece isso.

Ele sorri e beija minha bochecha.

Droga, por que esse garoto tem que me beijar tanto?!

Fantasma do Meu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora